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28 Novembro 2023 | Redação

Cinemateca adquire películas para recuperação e duplicação de seu acervo de nitratos

Parte do Projeto Viva Cinemateca, aquisição é a primeira em 10 anos e vai ser usada para preservação da coleção mais antiga de registros audiovisuais no Brasil

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(Foto: Divulgação)

A Cinemateca Brasileira adquiriu recentemente 460 rolos de filme virgem para processamento no Laboratório de Imagem e Som, por meio de recursos do PRONAC, que integra o Projeto Viva Cinemateca. O projeto, inclusive, conta com o patrocínio estratégico do Instituto Cultural Vale, com o patrocínio master da Shell, e Itaú Unibanco, como copatrocinador.



Os rolos de filmes serão usados para a duplicação de materiais em nitrato de celulose para a confecção de matrizes de guarda e acesso, salvaguardando as obras do acervo em eventual perda de seus suportes originais – materiais delicados, com risco de autocombustão e que provocaram quatro incêndios na história da Cinemateca.

Dora Mourão, Diretora Geral da Cinemateca Brasileira, comemorou as novas películas. "Há mais de 10 anos que a instituição não adquiria materiais de película para duplicação fotoquímica. E a chegada desses materiais é ainda mais especial por se tratar de uma iniciativa muito importante para a preservação da memória audiovisual brasileira", disse.

A recuperação da coleção de filmes em nitrato da Cinemateca Brasileira tem sido uma das principais frentes de trabalho da instituição desde sua reabertura, com a contratação de pesquisadores e técnicos de preservação e documentação de todo o país. A Diretora Técnica Gabriela Sousa de Queiroz, destacou a importância do processo.

"A duplicação fotoquímica é muito importante para o trabalho museológico desenvolvido pela Cinemateca Brasileira, pois o suporte fílmico é o mais adequado para a conservação a longo prazo das obras. Além disso, nosso Laboratório é um dos poucos no mundo e o único no país com essa capacidade de processamento. Este trabalho de salvaguarda é reforçado ainda pelas ações de digitalização e catalogação, que promoverão um acesso qualificado em escala", ressaltou.

A coleção reúne obras remanescentes do cinema da metade do século 20 – cinejornais, documentários, filmes de ficção, domésticos e publicidade, confiadas à Cinemateca Brasileira por arquivos e cinematecas do país. São registros de valor artístico e histórico e que estão, agora, sendo recuperados e redescobertos com um investimento de mais R$ 15 milhões, captados por meio do PRONAC.

O Projeto Viva Cinemateca foi lançado em junho como continuidade ao processo de retomada iniciado no ano passado. O projeto pretende ampliar e modernizar a sede da Cinemateca Brasileira. Está prevista a ampliação dos espaços de laboratórios da instituição e a recuperação de seu acervo fílmico, garantindo que mais filmes e documentos possam ser preservados. Outra importante frente do projeto contempla o restauro das edificações históricas, melhorando as instalações disponíveis para o público. Desde 1997, a Cinemateca Brasileira está instalada em seu prédio atual: uma valiosa edificação em tijolos aparentes, remanescente da arquitetura industrial de São Paulo do século 19.

Além dos investimentos na preservação, o projeto também contempla ações de difusão, como a mostra itinerante A Cinemateca É Brasileira e a exposição homônima, que estão passando por diferentes cidades do Brasil; o Festival Cultura E Sustentabilidade, que foi realizado nos dias 10 e 11 de julho; e a Mostra Povos Originários Da América Latina, de 11 a 16 de julho.

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