13 Março 2025 | Yuri Codogno
Musical nacional "O Melhor Amigo" debate a não-comunicação e foi feito para ser visto no cinema
Portal Exibidor conversou com o diretor Allan Deberton e ator Vinicius Teixeira
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Entra em cartaz hoje O Melhor Amigo (Vitrine Filmes), musical brasileiro que conta o reencontro entre dois conhecidos que faz acender antigos desejos. O Portal Exibidor conversou com o diretor Allan Deberton e também com o ator Vinicius Teixeira, que dá vida ao protagonista Lucas, e ambos contaram um pouco sobre as dificuldades de realizar um musical no Brasil e também sobre ser o momento ideal para estrear o longa.
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O novo filme é inspirado no curta-metragem homônimo de 2013, também dirigido por Allan Deberton. Apesar da produção da década passada não ser um filme cantado, foi dali que surgiu a ideia de adaptar para longa-metragem de modo que se tornasse um musical.
“O próprio curta não era musical em si no sentido de ser cantado, mas era bastante dançado. Tinha pelo menos uma cena em que existia uma performance e uma certa busca de ritmo com a cena. E ao adaptar o curta para longa-metragem, logo vi que isso era fundamental de manter, essa estética colorida e com uma tentativa pop ao mesmo tempo. Logo vimos que a música podia servir muito bem no longa-metragem. São músicas icônicas, músicas que estão sempre no nosso imaginário, que carregavam uma narrativa, uma história muito forte dentro delas. Então foi fácil de compor essa adaptação no sentido da própria história do filme”, contou Allan.
Assim, as músicas foram sendo acrescentadas e substituindo cenas, formatando como cinema musical. E aqui entra o grande desafio: fazer o musical, visto que o Brasil não possui uma tradição de produzir filmes nesse gênero. E o desafio também não foi apenas na produção, como também na direção, especialmente entre buscar um equilíbrio entre o que é contido e mais exposto, mais minimalista e grandioso.
“Ao mesmo tempo conciliando dentro da linguagem, esse lugar que é o musical, como conhecemos ele, mas ao mesmo tempo com o desafio de tentar naturalizar isso com uma certa organicidade para parecer fluido, parecer natural. Então, o filme meio que é um pouco rico nessa linguagem, ele brinca com as formas possíveis de fazer esse musical acontecer, mas ao mesmo tempo dialogando com a essência do curta, que é um filme mais silencioso de alguma forma. É quase um contraste, é muito difícil fazer essa atualização, isso foi o maior desafio para mim”, explicou Allan.
E assim como produção e direção, os atores também enfrentaram desafios e precisaram se adaptar para entregar o melhor resultado ao filme. Além de todo trabalho cotidiano do ator, que está em interpretar o roteiro e tirar a essência de seu personagem, para O Melhor Amigo havia esse “plus” em pensar nas coreografias, músicas e entender como é que funcionaria.
“Foi realmente um processo de preparação que ficamos um mês trabalhando as cenas, as músicas, as coreografias, dessas performances que às vezes são expansivas, às vezes são mais intimistas, mas de uma forma coerente com o que estava sendo construído nas cenas, com os personagens, com as relações, para que elas entrassem no filme de uma forma natural, orgânica. As músicas que foram escolhidas fazem isso muito bem, contam muito bem a história dos personagens. Filmamos muita coisa em Canoa Quebrada [município do Ceará], muito calor, às vezes na rua, os bailarinos todos também dançando muito e, apesar da dificuldade, todo mundo muito feliz, muito empolgado, fazendo com muito amor”, disse Vinicius.
Aliás, o ator que dá vida ao protagonista teve um outro grande desafio: encontrar o tom certo de seu personagem. Enquanto os demais personagens e o mise-en-scene é, de certa forma, mais extrovertido, movimentado e colorido, o protagonista é uma pessoa mais contida e intimista, não expondo suas vontades e desejos - o que aponta para aquela que talvez seja a principal narrativa do filme: a não-comunicação.
“Quando assisti o curta, acho que me bateu muito esse sentimento de me identificar com esse personagem, mais introspectivo, que nem sempre está falando o que pensa, que tá ali numa confusão de sentimentos que não conseguem muito expressar e comunicar. Esse lugar introspectivo é um lugar muito comum na nossa comunidade LGBT, de homens gays, nós crescemos negando muito afeto, aprendendo a esconder o nosso corpo, nossa movimentação, o jeito de falar, acaba sendo muito racional e pensando muito para não se expor, para se esconder de alguma forma. E é difícil mesmo, porque, apesar de [meu personagem] nem sempre falar do que está sentindo, as pessoas precisam entender o movimento interno que está acontecendo para que a história aconteça. Então foi realmente um pensamento de entender como vou conseguir comunicar isso para as pessoas que estão assistindo sem que as coisas sejam ditas exatamente”, exemplificou o ator.
E por falar em LGBTQIA+, muitos filmes que estrearam nos últimos anos e que carregavam essa temática em seu plot também eram produções em que a narrativa ia por um caminho mais triste, pesado e, por vezes, estereotipado. O Melhor Amigo, por outro lado, segue um trajeto diferente, optando por situações cotidianas na vida das pessoas - sejam elas da orientação sexual que for - e explorando as escolhas de cada um.
“Foi um debate constante na sala de roteiro, porque tinha esse desafio de tornar o curta em longa-metragem, ao mesmo tempo que trazia essa leveza, esse colorido e essa musicalidade num lugar feliz, mas entendendo que o personagem tinha questões internas. Então, no processo de longa-metragem, realmente ficamos muito num linear de que filme precisávamos: um filme que essas coisas fossem mais debatidas num lugar visceral, complexo, político e intenso ou, de repente, ir num caminho oposto fazendo proveito da estética, da sonoridade, dos sons do próprio colorido que é a nossa comunidade. Então também tinha um outro lugar possível que era justamente trazer essa leveza que tem a ver com o sentido da vida, do sentido de viver situações cotidianas que também inclui as questões românticas e mesmo por vezes triste, por vezes alegre, mas são situações de rotina”, contou Allan.
Apesar disso, o filme soube trabalhar com diversos elementos para entregar uma experiência completa: um musical leve, mas que trata de questões importantes e não entra em um espaço em que obrigasse o espectador a refletir de maneira mais incisiva. O que está em tela é fácil de ser compreendido - muito graças aos ótimos roteiro, direção e atuações -, sem a necessidade de terminar de maneira complexa ou trágica.
“A gente tem até a versão que também tinha um final trágico, mas aí veio de uma forma também muito decidida e dissemos: ‘Não, de fato não precisamos disso. Acho que precisamos partir para uma outra vibe, fazer com que isso seja uma grande celebração, que, no mínimo, tenha um filme ali com um espírito de sorriso no rosto’. Esse sentimento, e até mesmo bebendo a fonte da nostalgia, eu queria fazer meu filme Sessão da Tarde, até porque estávamos incorporando no projeto muitos ícones da televisão e da música, como Gretchen, Claudia Ohana, Mateus Carrieri, num lugar de emocional mesmo, num lugar de pessoas que gostamos, que estavam no filme”, complementou Allan.
Por fim, o cineasta também comentou sobre lançar O Melhor Amigo nesse exato momento em que o cinema brasileiro está em alta, não só por nossa vitória no Oscar, mas com o market share de ingressos vendidos ficando em 10% no ano passado e batendo, até o momento, quase 30% nesses primeiros meses de 2025.
“É muito motivador, porque realmente é com sentimento de muita felicidade que percebemos esse encontro do público com o cinema brasileiro. Acho que já provou que conseguimos transitar por diversos gêneros e fazer cinema em diversos lugares e sempre trazendo um lugar de novo. Torcemos, como realizador, para que de fato o público continue indo ao cinema como primeira janela, como janela preferencial, porque os filmes feitos para cinema devem ser vistos no cinema”.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA
De onde veio a ideia de contar a história do filme através de um musical?
Allan: O próprio curta não era musical em si no sentido de ser cantado, mas era bastante dançado. Tinha pelo menos uma cena em que existia uma performance e uma certa busca de ritmo com a cena. E, ao adaptar o curta para longa-metragem, logo vi que isso era fundamental de manter, essa estética colorida e com uma tentativa pop ao mesmo tempo. Então como elementos simbólicos do que seria isso, a questão da comunicação e tudo, e ao mesmo tempo o filme falando sobre a não-comunicação, que era justamente sobre esse sentimento que era contido e tudo mais, logo vimos que a música podia servir muito bem no longa-metragem.
Sou uma pessoa muito nostálgica, sou de câncer e vi que esse sentimento que carregamos, que é um lugar romântico, que é um lugar saudosista, também podia servir muito bem a história e essas músicas dos anos 1980 e 1990 vieram nesse lugar. São músicas icônicas, músicas que estão sempre no nosso imaginário, naquela época muitas dessas músicas carregavam uma narrativa, uma história muito forte dentro delas, por vezes um poema, por vezes uma declaração de amor. Então foi fácil de compor essa adaptação no sentido da própria história do filme.
Ao perceber isso, que estávamos tendo essa oportunidade, músicas foram acrescentadas, substituindo cenas, e fomos formatando o lugar da linguagem do filme como cinema musical. Na verdade, é um grande desafio fazer um musical, já que não temos tanta referência, já que não temos muito work in process disso, o Brasil não produz, apesar de ter um monte de filme que chega para nós. O brasileiro de fato consome porque temos essa musicalidade dentro da gente, né? Gostamos de samba, de carnaval, dançamos em qualquer lugar. Então foi dentro desse desafio que o filme aconteceu, entendendo que estávamos fazendo uma coisa diferente, mas ao mesmo tempo fazendo tudo de uma forma muito dedicada. E também se aproveitando da própria linguagem do teatro musical, que isso sim no Brasil é uma grande rotina. Temos grandes produções que acontecem no Rio-São Paulo que faziam com que houvesse esse berço que serviu muito bem pro longa. O processo nós roubamos muito do próprio teatro musical.
E uma pergunta que talvez seja até complementar, mas tanto na perspectiva da direção quanto da da atuação, quais foram os grandes desafios de conseguir rodar esse filme?
Vinícius: Falando da perspectiva da atuação, quando recebemos um roteiro para trabalhar como ator, já tem um trabalho imenso que é de pensar no roteiro, no personagem, nas relações, em tudo que envolve isso e, nesse caso, tinha esse plus que era pensar nas coreografias, nas músicas, entender como é que isso tudo funcionava. Foi realmente um processo de preparação que ficamos um mês trabalhando as cenas, as músicas, as coreografias, entendendo como é que elas iam fazer parte desses personagens também, como é que íamos se apropriar dessas músicas, dessas performance, que às vezes são expansivas, às vezes são mais intimistas, mas de uma forma coerente com o que estava sendo construído nas cenas, com os personagens, com as relações, para que elas entrassem no filme de uma forma natural, orgânica e não saltasse, não deslocasse a pessoa, e na verdade fizesse parte da história e as letras fazem isso.
As músicas que foram escolhidas fazem isso muito bem, contam muito bem a história dos personagens, os momentos deles em cada momento diferente. Então foi realmente equalizar isso tudo. E claro, os momentos de filmar também, ver a coreografia ali acontecendo, filmamos muita coisa em Canoa Quebrada, muito calor, às vezes na rua, os bailarinos todos também dançando muito e, apesar dificuldade, do calor, todo mundo muito feliz, muito empolgado, fazendo com muito amor. Assim as dificuldades também se tornavam quase um prazer, porque víamos acontecendo.
Allan: Os mesmos desafios também são da direção, como buscar esse equilíbrio entre o que é contido, entre o que é pequeno. Deve ter sido muito difícil interpretar um personagem com muitas camadas, com história que estávamos precisando trazer dentro de um lugar anterior para cena, como o próprio reencontro com o Felipe ali, já carregando uma história, uma coisa já vivida no passado, ao mesmo tempo dialogando isso com o musical, que por vezes é pequeno, como é o caso de “Perigo”, mas por vezes é superlativo, como é o caso de “Geme Geme”.
E ao mesmo tempo conciliando dentro da linguagem, esse lugar que é o musical, como conhecemos ele, musical que é cantado e dançado de uma forma mágica, mas ao mesmo tempo com o desafio de tentar naturalizar isso com uma certa organicidade para parecer fluido, parecer natural e com as cenas de musicais que são dentro do Sal e Pimenta, que é esse clube que também é personagem do filme e lá sim é um lugar de performance, é um lugar de drag queens, um lugar de show, de cantoria, de alegria, lá onde escutamos “Doce Mel”, da Xuxa, uma grande brincadeira, uma grande celebração. Então, o filme meio que é um pouco rico nessa linguagem, ele brinca com as formas possíveis de fazer esse musical acontecer, mas ao mesmo tempo dialogando com a essência do curta, que é um filme mais silencioso de alguma forma. Então, é quase um contraste, é muito difícil fazer essa atualização, isso foi o maior desafio para mim.
E, ao mesmo tempo que é musical, ele traz muitos elementos de drama e de comédia, mas a temática acaba sendo muito leve, é algo gostoso de assistir, não é densa. Após a sessão, ouvi "finalmente um filme feliz de gay”, indicando que não tem aquela toda carga dramática pesada, aquele sofrimento, mas sim é um filme de cotidiano. Foi algo que veio do curta? Como é que foi essa ideia?
Allan: Acho que foi um debate constante na sala de roteiro, porque tinha esse desafio de tornar o curta em longa-metragem, ao mesmo tempo que trazia essa leveza, esse colorido e essa musicalidade num lugar feliz, mas entendendo que o personagem tinha questões internas que trazia também o filme para esse lugar profundo, para esse lugar complexo das relações, para esse lugar, inclusive, de saúde mental, porque mexe com a coisa interna, que é o não-dizer, que é o não-exercitar ali a sua sexualidade, seus desejos mais profundos.
Então realmente ficamos muito num linear de que é que precisávamos, de que filme precisávamos. Se precisássemos de um filme que essas coisas fossem mais debatidas num lugar visceral, complexo, político e intenso. Ou se precisássemos, de repente, ir num caminho oposto fazendo proveito da estética, da sonoridade, dos sons, do próprio colorido que é a nossa comunidade, do nosso próprio gingado, com a nossa própria expressividade, própria forma de ser, alegria de viver, superar problemas. Então também tinha um outro lugar possível que era justamente trazer essa leveza que tem a ver com o sentido da vida, do sentido de viver situações cotidianas que também inclui as questões românticas e mesmo por vezes triste, por vezes alegre, mas é situações de rotina.
Estamos fazendo musical, que é um gênero escapista, mas também teve muita desejo da direção, da equipe, de colocar erudita, temos ali figuras robustas como o deus grego na direção de arte. Tem a própria história de “O Melhor Amigo”, ela meio que rima com a obra “Carmen”, que tem a figura de Carmen, essa mulher que é cortesã e tudo mais. No nosso filme tem o Felipe que também é um cortesão, de alguma forma. Tem o personagem do Martin, que também faz parte da obra “Carmen”, que também está em “O Melhor Amigo”. Só que em Carmen tinha uma obra que é trágica, no final ela morre.
E a gente tem até a versão de “O Melhor Amigo” que também tinha um final trágico, aí veio de uma forma também muito decidida e dissemos: ‘Não, de fato não precisamos disso. Acho que precisamos partir para uma outra vibe, fazer com que isso seja uma grande celebração, que, no mínimo, tenha um filme ali com um espírito de sorriso no rosto’. Esse sentimento, até mesmo bebendo a fonte da nostalgia, queria fazer meu filme Sessão da Tarde, até porque a estávamos incorporando no projeto muitos ícones da televisão e da música, como Gretchen, Claudia Ohana, Mateus Carrieri, num lugar de emocional mesmo, num lugar de pessoas que gostamos, que estavam no filme. E aí vi a oportunidade de fazer um filme Sessão da Tarde. Então deixamos um pouco para trás, por hora, um debate amplamente político, porque tem filmes incríveis que já fazem isso e vão continuar fazendo isso, sabe? Mas em “O Melhor Amigo”, tivemos a oportunidade de brincar com o gênero, de fazer um musical.
Todos os personagens do filme são muito extrovertidos, se comunicam para fora, mas o Lucas não, ele se comunica muito para dentro. A sua atuação é muito nos olhares, é muito no corporal. Como é que foi fazer esse papel tão fechado no meio de tantos atores que estavam atuando mais para fora do que para dentro?
Vinicius: Esse filme veio de um curta e, quando assisti o curta, acho que me bateu muito esse sentimento de me identificar com esse personagem mais introspectivo, que nem sempre está falando o que pensa, que está ali numa confusão de sentimentos que não consegue muito expressar e comunicar. Então acho que, tendo essa sensação de ver o curta e me sentir tão identificado com o personagem, entendi que o Lucas no longa também tem essa função de fazer com que as pessoas se vejam ali de alguma forma. Então esse lugar introspectivo é um lugar muito comum na nossa comunidade LGBT, de homens gays, nós crescemos negando muito afeto, aprendendo a esconder o nosso corpo, nossa movimentação, o jeito de falar, acaba sendo muito racional e pensando muito para não se expor, para se esconder de alguma forma. E aí acho que é isso, é ter esse compromisso de entender qual é a função dele ali na história também, sabe?
E é difícil mesmo, porque, apesar de nem tudo ele falar do que está sentindo, as pessoas precisam entender o movimento interno que está acontecendo para que a história aconteça. E tem muitas situações no filme que ele está vendo aquilo e diz que está tudo bem, mas ao mesmo tempo ele está sofrendo. Então foi realmente um pensamento de entender como vou conseguir comunicar isso para as pessoas que estão assistindo sem que as coisas sejam ditas exatamente. E acho que o universo ao redor vem para dar brilho também para essa história, vem para dar brilho para ele, para o Lucas e para a história também, sabe? Acho que essas cores, essas personagens divertidas, essas situações que ele cai, que são hilárias, as pessoas riem mesmo, tudo isso vai trazendo corpo também para fazer ele também ser sedutor de alguma forma e ele também vai se jogando nessas possibilidades que vão aparecendo. Tem as questões dele, mas também vai se abrindo no que ele pode, nas possibilidades que ele tem. Então é uma alquimia que funciona muito bem. Tem um centro que é mais intimista, mas tem um ao redor que está brilhando, que está colorindo ele também.
Por fim, qual a importância desse filme estar sendo lançado agora, talvez o melhor momento do cinema nacional em anos, e não, por exemplo, há 2 ou 3 anos, quando o Cinema Nacional ainda estava sofrendo muito?
Allan: É muito motivador, porque realmente é com sentimento de muita felicidade que percebemos esse encontro do público com o cinema brasileiro. Mas acho que já provou que conseguimos transitar por diversos gêneros e fazer cinema em diversos lugares e sempre trazendo um lugar de novo. A cada produção brasileira, conseguimos, de fato, ir na nas profundezas dessa riqueza que o cinema brasileiro é. E lançar “O Melhor Amigo agora”, nesse momento que teve uma excelente acolhida do público com o “Ainda Estou Aqui” e um pouco mais atrás com “A Auto da Compadecida 2”, “Chico Bento”, e tantos outros filmes, como “Vida Provisória” e “Marighella” em alguns anos anteriores, é de fato motivador porque torcemos, como realizador, para que o público continue indo ao cinema como primeira janela, como janela preferencial, porque os filmes feitos para cinema devem ser vistos no cinema.
E entendemos o lugar também de negócio, o lugar político, que é uma cadeia global, onde o serviço da distribuição depende da exibição e vice-versa e o trabalho artístico precisa também dessa cadeia, dessa janela. Até porque, no caso de longa metragem, temos uma janela possível que seja larga, primeiro salas de cinema, depois streaming. No caso dos longas, diferente das séries, temos a chance realmente de ter uma vida muito longa, com que esses filmes tenham uma trajetória mais plurianual.
E queremos realmente contar com a presença do público no cinema. Foi um filme feito num lugar muito técnico, inclusive, tanto em termos de fotografia, como no sonoro. Por ser um musical, fomos muito realmente calculista com cada detalhe. Muito do som do filme foi reconstruído do zero. Tivemos esse cuidado, é um lugar de praia, é um lugar com muitos tons. Então realmente achamos que é uma boa experiência no cinema, assim, esperamos muito que o público primeiro vá assistir o filme no cinema e que divulgue, né? Porque é muito importante a divulgação boca a boca, principalmente na primeira semana de exibição.
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