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15 Maio 2025 | Ana Paula Pappa

Com estreia nos cinemas, "Manas" reforça o protagonismo feminino no audiovisual brasileiro

Após circuito premiado em festivais internacionais, longa aborda amadurecimento e violência de gênero com delicadeza e força

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(Foto: Divulgação)

Vencedor de mais de 20 prêmios ao redor do mundo, incluindo o prestigiado Women In Motion Emerging Talent Award em Veneza, o longa Manas (Downtown/Paris) chega aos cinemas brasileiros hoje (15) com a força de uma trajetória internacional e o compromisso de abrir diálogos urgentes sobre abuso, desigualdade e o amadurecimento feminino.

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Nas palavras da diretora Marianna Brennand, o filme tem gerado conexões profundas com o público ao longo dos últimos oito meses: “Esse reconhecimento revela a força de um filme feito por mulheres, que trata de temas femininos e lança luz sobre histórias silenciadas. É um sinal claro de que o cinema feito por mulheres no Brasil tem potência e capacidade de ecoar no coração das pessoas, explica.

Este é o primeiro longa de ficção da cineasta, que dirigiu os documentários Francisco Brennand (2012) e Danado de Bom (2016). O novo filme levou  mais de dez anos para ser desenvolvido, conta a história de Tielle (Jamilli Correa), garota de 13 anos que vive em uma comunidade ribeirinha no Marajó em um contexto marcado por violência e silêncio.

Embora ambientado no Marajó, o filme foi filmado em locações próximas a Belém, com geografia semelhante à do rio Tajapuru. “Sempre que me perguntam se filmamos no Marajó, considero um elogio — mostra como conseguimos representar aquele universo com fidelidade e sensibilidade”, destaca a cineasta. Foi um grande desafio para a produção e também uma conquista enorme dar vida a esse cenário de forma tão verdadeira através do cinema. Contei com uma equipe extraordinária e talentosíssima na fotografia, na direção de arte, no figurino, no som e em todas as áreas para criação do Manas”, conta

A proposta é provocar empatia e transformação. “Quero que as pessoas saiam do cinema mexidas, que o filme as instigue à coragem e à mudança. E desejo, especialmente, que as mulheres que assistirem ao filme se sintam encorajadas a quebrar seus próprios silêncios”, afirma.

Com uma estética sensorial e emocional, Manas foi concebido para ser vivido intensamente na tela grande. “É importante ver o filme no cinema não só como um gesto de apoio ao cinema brasileiro, mas também para vivenciar plenamente sua construção estética e emocional”, reforça a diretora.

A expectativa para a estreia nacional é alta. Após pré-estreias emocionantes no Rio, em São Paulo e em Belém, a equipe agora deseja que o longa continue tocando o público em todo o país. “É um filme urgente: enquanto falamos, situações como as retratadas em ‘Manas’ continuam acontecendo. Precisamos falar sobre isso.”

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