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04 Novembro 2015 | Fábio Gomes

Adaptação de peça de Marcelo Rubens Paiva chega aos cinemas

"Depois de Tudo" é aposta para atrair fãs da obra e, também, audiência jovem

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(Foto: Imagem Filmes)

As adaptações tem, ultimamente, sido uma grande arma de Hollywood para atrair o público para os cinemas. Filmes baseados em livros, quadrinhos, games e também peças de teatro tem sido lançados ano a ano e se provado uma certeira aposta dos estúdios.



O Brasil também entrou nessa fila com, especialmente, adaptações literárias e cinebiografias de músicos como Tim Maia e Cazuza – O Tempo não Para. Agora, uma famosa peça dos anos 90 ganhará sua chance nas telonas. Depois de Tudo, baseado na obra No Retrovisor de Marcelo Rubens Paiva estreia no próximo dia 05 de novembro.

Com produção da Casé Filmes e distribuição da Imagem Filmes, o longa narra a trajetória dos amigos Ney e Marco, interpretados respectivamente por Marcelo Serrado e Otávio Muller nos papeis dos amigos adultos. Já para vivê-los quando jovens, foram escalados César Cardadeiro (Marcos) e Rômulo Estrela (Ney) e o diretor João Araújo acredita que, assim, conseguirá atingir todo tipo de audiência.

“É um filme que conversa muito com a minha geração de 40 anos, é uma conversa imediata com quem viveu os anos 90. Mas não é um filme datado, não tem legenda com coisas como `20 anos atrás´. Não temos tanta diferença para os anos 90 para cá. Apesar dessa identificação com o público mais velho, ele também tem uma linguagem jovem que é se passa no passado, que é quando entra esse núcleo mais novo”, afirma em entrevista ao Portal Exibidor.

O cineasta explica que esse era um projeto antigo de Paiva junto com Muller e Serrado, pois a peça conseguiu grande repercussão na época. O diretor chegou mais tarde com a missão de levar o mesmo espírito dos palcos para telona. Para isso, ele precisou fazer algumas adaptações.  

“A peça existia apenas no presente, pois são dois amigos que se encontram 20 anos depois. Acho que o primeiro desafio foi criar toda parte do passado”, explica. Mesmo assim, ele acredita que o texto ácido de Paiva ainda é o protagonista da produção e a essência dele segue durante toda produção.

“O Paiva é muito bom de diálogo e tem uma coisa irônica muito forte e consegui ter acesso ao texto original da peça. Quando eu li vi que tinha muita coisa que podíamos usar. O texto era riquíssimo com diálogos incríveis. Busquei muito do texto original e dividi isso com o Otávio e fomos encaixando isso no filme. Fui na verdade acrescentando algumas coisas para cinemas e, pra mim, foi extremamente positivo. O texto do teatro e da peça só me ajudou”, explica.

Como não conseguiria transformar os atores para viver seus personagens 30 anos antes, foram escalados César Cardadeiro e Rômulo Estrela para interpretar respectivamente Marcos e Ney.

“Fizemos vários testes e fizemos uma pequena preparação. Ficamos com quatro atores e, junto ao meu preparador de elenco, escolhemos o César e Rômulo, que foi um baita acerto. Tivemos uma sorte no elenco gigantesca. É um filme humano, que tem grandes ações, e passamos muito tempo junto a esses personagens e os garotos foram uma grande descoberta, também por terem essa grande semelhança com o Otávio e o Marcelo”, explica.

Por fim, o diretor acredita que até mesmo os fãs da obra irão se surpreender por conta justamente dessas cenas no passado e por ter dado vida para Bebel, que na peça ficava apenas no imaginário da dupla.

“Cada um dos espectadores na época tinha imaginado seu próprio passado para aqueles personagens. O que o filme apresenta de novo é ver eles dois garotos, vendo como aquela amizade se construiu. Acho que isso vai ser bastante surpreendente”, finaliza.

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