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01 Setembro 2016 | Vanessa Vieira

Bossa Nova Films agora faz parte de grupo audiovisual lançado na ExpoLB

Em entrevista ao Portal Exibidor, CEO do Grupo Bossa Nova comenta a apresentação do novo modelo de negócio

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Grupo Bossa Nova: Luiz Villaça, Willy Biondani, Denise Gomes, Guilhereme Alvernaz e Gustavo Morais Ana Paula Catarino e Edu Tibiri (Foto: Bossa Nova)

Há 20 anos no mercado audiovisual, a Bossa Nova Films agora passa a fazer parte do Grupo Bossa Nova, criado pelos sócios da produtora devido ao lançamento de duas novas companhias: uma voltada para a produção de animação, a Bossa Nova Animation, e a outra um estúdio para criação, desenvolvimento e exploração de propriedade intelectual, inclusive, por meio de licenciamentos, chamado Bossa Nova Studio.

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O grupo aproveitou a oportunidade da 9ª edição da Expo Licensing Brasil – ExpoLB, voltada ao setor de licenciamento e realizada entre 30 e 31 de agosto no Espaço Grand Hyatt em São Paulo (SP), para apresentar oficialmente ao mercado o estúdio ligado à propriedade intelectual.

“A companhia veio para explorar a propriedade intelectual em um sentido mais amplo e não somente naquele formato predefinido ao qual uma narrativa foi condicionada”, afirma Eduardo Tibiriçá, CEO do Grupo Bossa Nova, em entrevista ao Portal Exibidor durante o evento. O executivo aponta como exemplo de modelo de se pensar o licenciamento o modo normalmente utilizado no mercado norte-americano, no qual se parte de um “conteúdo premium” como um longa-metragem para a criação de uma estratégia para o uso da marca ou franquia em outros meios e oportunidades comerciais. O Bossa Nova Studio, no entanto, tem uma proposta diferente.

A estratégia de ativação das personagens e propriedades da Bossa Nova trafega muito na plataforma digital, sem excluir uma entrega para o cinema ou para a televisão. “É uma concepção diferente dos modelos tradicionais”, comenta Tibiriçá, mas faz questão de deixar sua paixão pela telona bem clara ao compartilhar o “mantra” da produtora Bossa Nova Films: “a história é e sempre será soberana, mas, quando contada na tela do cinema, ela é mágica”.

Para ele, é impossível que o grupo abandone o foco no meio cinema, mas existem projetos e franquias que a companhia não consegue viabilizar partindo diretamente da telona ou mesmo da TV. Dessa maneira, o executivo acredita que o novo modelo proposto pelo Bossa Nova Studio dá mais independência aos produtores ao dar a eles a mesma visão de negócios de um grande estúdio, “que é ser capaz de ganhar dinheiro com a obra”. Ou seja, de alcançar a própria sustentabilidade financeira. Tibiriçá defende que, assim, o setor de produção independente poderá ter mais autonomia ao não depender tanto dos incentivos fiscais como acontece hoje.

Eduardo conta também que a decisão de lançar o Bossa Nova Studio surgiu há mais de cinco anos, passando a se movimentar há três anos quando a Bossa Nova Films estruturou melhor suas áreas de publicidade e de entretenimento. Além disso, duas propriedades intelectuais foram desenvolvidas para serem apresentadas junto ao lançamento do estúdio. “Esperamos essas propriedades estarem prontas para apresentarmos ao mercado porque, como estamos pensando em atuar de uma maneira diferente de como o mercado tradicional faz, queríamos mostrar o nosso jeito já com projetos concretos”.

A primeira, chamada Popsy, trata-se de uma narrativa totalmente desenvolvida na Bossa Nova e é uma banda virtual de garotas em 3D, já a segunda propriedade promete chegar primeiro às telonas brasileiras porque nasceu da ideia de um longa-metragem.

Chamada Turma da Mônica Jovem, a propriedade é um licenciamento por meio de parceria com a Mauricio de Sousa Produções, sendo um filme em live action a primeira grande entrega desse projeto. A expectativa é que o lançamento estreie no primeiro semestre de 2018. “Vai ser divertido transformar esse universo, que tem uma história consolidada e sedutora, para o mundo real”. Tibiriçá comenta também que esse mesmo universo da Turma da Mônica Jovem possibilitou ao Bossa Nova Studio criar uma plataforma multicanal com diversas franquias em torno dos personagens.

Modelo de negócios

Dessa forma, durante a ExpoLB também foi apresentado ao mercado o Grupo Bossa Nova como um novo modelo de negócio que engloba três empresas independentes que atuam de maneira integrada, além de partir de uma estratégia chamada de “omni channel” ou canal único que busca a integração das estratégias para as janelas tradicionais às pensadas para o mundo virtual. “Tudo é distribuição e em todos os pontos temos que nos conectar com nossa audiência”.

A terceira companhia do grupo é a Bossa Nova Animation que, voltada para a produção de animações e também lançada na ExpoLB, foi criada por meio de parceria comercial entre a marca Bossa Nova e a Oca Animation, na qual toda a estrutura criativa da Oca passa a ser aportada no novo grupo audiovisual. Assim, o Grupo Bossa Nova passa a ser mais completo para o mercado com a união de três expertises que, apesar de serem distintas, são também complementares.

Para tornar essa empreitada possível, a Bossa Nova Films buscou um fundo de investimentos, o Funcine, do qual veio Thierry Perrone, o atual sócio-investidor do Grupo Bossa Nova. Graças ao fundo, a companhia recebeu um total de R$ 5 milhões em julho de 2015 e, com a chegada de Perrone, o grupo ganhou um investidor com conhecimento do setor audiovisual. “Foi uma sorte porque explicar as particularidades do mercado de entretenimento e audiovisual para um investidor poderia ser uma dificuldade a mais”.

Por fim, Tibiriçá confessa que, depois que o grupo e as novas companhias se consolidarem, um sonho pessoal que ainda quer ver o Grupo Bossa Nova realizar a criação de um cinema itinerante que leve os conteúdos da companhia para cidades do País que ainda não têm salas de exibição. “Esse é o maior propósito e legado que queremos deixar. Temos essa visão social de inclusão, um conteúdo tem que entregar muito mais do que somente a obra em si”, conclui.

Confira o vídeo de apresentação do grupo ao mercado:

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