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13 Dezembro 2016 | Vanessa Vieira

Cinemas dos EUA terão até 2018 para adotarem soluções de acessibilidade de conteúdo

Nova norma do Departamento de Justiça do país passará a valer a partir de 2017

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(Foto: Shutterstock)

Nesta segunda-feira (12), a Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou normativo que exige que exibidores implantem soluções de acessibilidade de conteúdo até 2018. Hoje o mercado dos EUA tem mais de 40,3 mil salas de cinema.

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A novidade é uma regulamentação que fará parte do Americans with Disabilities Act (Ato de Americanos com Deficiências, em tradução livre), criado em 1990 para proibir qualquer tipo de discriminação a pessoas com deficiência, e passa a valer a partir de 17 de janeiro de 2017. Os conteúdos exigidos são a audiodescrição e a legenda descritiva ou close caption.

No entanto, a maioria dos exibidores norte-americanos terão cerca de um ano e meio para se adaptar à norma, que se aplica da seguinte forma:

- Cinemas que já exibem filmes digitalmente em 2 de dezembro de 2016 devem cumprir a norma até 2 de junho de 2018.

- Cinemas que passem por digitalização após 2 de dezembro de 2016 terão que se adequar até 2 de dezembro de 2018.

- Cinemas que forem digitalizados após esse período terão apenas seis meses para cumprir a norma (a estimativa é de que mais de 38,6 mil salas já sejam digitais no país).

No documento ainda estão descritos os principais tipos de custos da novidade para os exibidores, envolvendo aquisição e instalação de equipamentos e outros itens necessários, treinamento de colaboradores, além do custo administrativo e de manutenção. De acordo com os cálculos do Departamento de Justiça, o custo da adoção das tecnologias de acessibilidade de conteúdo por toda o setor de exibição no país, somados 15 anos, será entre US$ 88,5 milhões e US$ 113,4 milhões. A concentração dos custos deve acontecer nos primeiros dois anos com destaque para o fim do período de 1 ano e meio exigido à maioria dos exibidores.

A norma considera que existem quatro tipos de complexos nos EUA: megaplex (com mais de 16 salas), multiplex (entre 8 e 15 salas), miniplex (entre 2 e 7 salas) e cinemas de uma só sala. Segundo o documento, o custo geral para um megaplex para prover acessibilidade de conteúdo é de US$ 27,3 mil e para um cinema de sala única é de US$ 3,5 mil. De todos os cinemas com mais de uma sala será exigido que 70% das telas sejam acessíveis para ambas as deficiências: auditiva e visual.

Há ainda uma exigência de quantidade de equipamentos individuais por sala digitalizada. Os equipamentos de legenda descritiva têm o mínimo de quatro unidades por tela digital, aumentando progressivamente de acordo também com o número de assentos da sala. Já para as unidades de equipamentos de áudio, há a exigência que haja um a cada duas salas digitalizadas, porém nunca menos de dois equipamentos por complexo.

No Brasil, a ANCINE divulgou em setembro último os novos prazos e regras da acessibilidade de conteúdo nos cinemas e criou câmara técnica dedicada ao tema.

Confira o documento completo da nova norma dos EUA para o setor de exibição.

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