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15 Fevereiro 2017 | Daniel Loria - Tradução Portal Exibidor

CEO da AMC comenta principais mudanças da rede

Em entrevista, Adam Aron apontou próximos desafios da maior exibidora do mundo

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Unidade AMC Southlake 24 em Atlanta (Foto: AMC Theatres)

O Portal Exibidor traz uma entrevista com Adam Aron (foto abaixo), CEO da AMC Theatres, em parceria com a revista norte-americana BoxOffice. Além das últimas aquisições anunciadas recentemente e que aumentaram a participação da empresa ao redor do mundo, a entrevista traz os desafios e estratégias da rede para este ano, além da trajetória do executivo desde que assumiu a empresa.

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“Vamos implementar as comodidades mais populares entre os clientes da AMC como assentos reclináveis de pelúcia, máquinas Coca-Cola Freestyle com uma centena de opções de sabores e telas PLFs como IMAX e Dolby Cinema, em muitos de nossos pontos, tanto nos EUA como na Europa”, disse o executivo.

 

Os Gigantes da Exibição - Um novo líder (The Giants of Exhibition - A new leader)

Adam Aron pode não ter chegado à AMC com experiência prévia dentro da indústria de exibição, mas sua liderança em várias empresas envolvidas com consumo e hospitalidade sinalizou a chegada de uma nova e excitante era para as salas da rede. Afinal, o currículo de Aron inclui cargos de CEO de empresas como Starwood, Philadelphia 76ers, Norwegian Cruise Line e Vail Resorts.

Sua gestão como CEO da AMC Theaters começou em janeiro de 2016 e seria natural supor que haveria um período de familiarização com as operações daquilo que era, naquele momento, o segundo maior circuito exibidor na América do Norte. No entanto, um longo período de transição jamais esteve nos planos.

Depois de um ano no comando, Aron dirige o que se tornou o maior circuito de exibição na América do Norte, Europa e ao redor do mundo, com o apoio e suporte ambicioso de sua matriz Wanda Group. A aquisição da Carmike levou a AMC a um número superior a 8.200 telas norte-americanas – e ao mesmo tempo ao primeiro posto do nosso atual ranking Gigantes do Mercado Exibidor – enquanto a aquisição anterior da Odeon & UCI transformava a empresa do Kansas em um grande player global, com mais de 10.000 telas em dois continentes. Essa ambição continuou em 2017, com a aquisição do europeu Nordic Cinema Group em janeiro, lançando a empresa a 1.000 locais e 11.000 telas em 15 países. Além disso, Aron levou a AMC a investir em uma revisão de sua estratégia digital – relançando seu programa de fidelidade e redesenhando a experiência da AMC na internet para melhor servir os consumidores. A BoxOffice procurou Aron para que ele falasse das suas primeiras impressões sobre a indústria e sua perspectiva para os próximos anos.

Um novo líder

O primeiro ano de Adam Aron no comando da AMC traz mudanças para a indústria de exibição.

Quais são os pontos fortes da indústria de exibição e quais os maiores desafios que estão por vir?

Sempre haverá desafios, seja na indústria de exibição ou em qualquer outra. Desde a criação desse mercado, ouvimos dizer que o fim das salas de cinema está próximo. Da invenção da televisão aos videocassetes, a expansão da TV a cabo, o streaming e a realidade virtual, sempre haverá desafios a serem superados e opções de entretenimento com as quais vamos competir. Mas a indústria está saindo de seu segundo ano consecutivo de recordes nas bilheterias norte-americanas, é o quarto em cinco anos, e, com os títulos que chegarão em 2017, podemos esperar um ano realmente forte no cinema. Vários artigos de notícias falaram de 2016 como um ano recorde nos EUA, mas isso não foi significativo porque o público se manteve relativamente estável. Mas medimos a receita; e não é por acaso que ela continua a crescer ano após ano. Investimos centenas de milhões de dólares no mercado de exibição norte-americano e temos planos de investir muito mais. Estamos fazendo esses investimentos porque as melhorias estão trazendo mais pessoas aos cinemas. Elas querem relaxar em uma poltrona e tomar uma cerveja ou uma taça de vinho, querem escolher dentre uma infinidade de opções, querem uma experiência incrível, premium. E estão dispostas a pagar um pouco mais por isso. Uma das maiores forças da indústria é que ela não ficou estagnada. A grande quantidade de inovações e investimentos está servindo bem o mercado e continuará a servi-lo bem, tanto nos Estados Unidos como em todo o mundo.

Depois de um ano bastante movimentado no seu trabalho, quais foram as lições que você aprendeu sobre a indústria de exibição?

Quando eu vim para a AMC, minha carreira incluía ter vendido milhões de ingressos para consumidores em outros setores, incluindo bilhetes de avião, teleféricos de esqui e entradas de eventos esportivos. No ano passado, aprendi que as motivações dos consumidores em todas as indústrias possuem muitas semelhanças. Por isso, comecei imediatamente a trabalhar com nosso departamento de marketing para redesenhar e oferecer um programa mais robusto de fidelidade e recompensas, um site mais poderoso e atrativo e aplicativos para smartphones que fossem mais amigáveis para o usuário. Nos últimos seis meses, a AMC lançou essas três inovações com sucesso. Atravessamos a marca de cinco milhões de membros da AMC Stubs, mais do que duplicando a adesão. Os primeiros feedbacks sobre o nosso novo site e o aplicativo para celular mostram um enorme aumento na emissão de bilhetes digitais.

Qual é a sua opinião sobre o papel que as janelas de exibição desempenham na nossa indústria?

Acredito que se trata de um tema muito importante, que está gerando discussões entre todos os lados envolvidos e é melhor para todos que essas discussões aconteçam entre as partes interessadas, e não pelos meios de comunicação.

A AMC é hoje uma empresa muito diferente daquela em que você entrou no ano passado. Como o novo tamanho e alcance da empresa impactaram na maneira com que você planeja trabalhar este ano?

Na verdade, isso não muda a forma como vamos encarar este ano. Claro que há muito trabalho a ser feito. Nós passamos o ano de 2016 trabalhando para concluir esses negócios e estamos agora trabalhando com calma na integração de tudo. Mas o nosso foco principal continua sendo a criação de uma experiência espetacular de cinema para os nossos clientes. A maior diferença é que neste ano há mais clientes do que nunca nas AMCs dos Estados Unidos e agora na Odeon & UCI Cinemas na Europa. Mas ainda estamos investindo pesadamente na experiência cinematográfica e continuaremos procurando oportunidades de expandir nossa presença em todo o mundo.

A adição de locais, tanto no mercado interno como no exterior, por meio do acordo com a Odeon & UCI, propõe muitos desafios. O que você pode compartilhar conosco sobre como os novos locais incorporarão elementos da AMC, tanto em casa como lá fora? Existem alguns conceitos ou comodidades que você planeja estender aos novos locais?

Vamos implementar as comodidades mais populares entre os clientes da AMC como assentos reclináveis de pelúcia, máquinas Coca-Cola Freestyle com uma centena de opções de sabores e telas Premium Large Format – PLFs como IMAX e Dolby Cinema em muitos de nossos pontos, tanto nos EUA como na Europa. Tivemos grande êxito em território norte-americano com essas comodidades e, embora elas sejam cada vez mais comuns nos Estados Unidos, ainda são relativamente novas na Europa.

A AMC intensificou sua presença digital em meio a essas aquisições; você relançou recentemente o seu site e parece que sua estratégia digital está focada no futuro. Que papel desempenha hoje a presença digital na indústria de exibição e por que é tão importante fazê-la funcionar direito?

Os consumidores estão cada vez mais procurando maneiras de comprar em cima da hora e de uma maneira que seja conveniente. A AMC tem investido significativamente na emissão de ingressos para celular e online porque é aí que nossos clientes encontrarão os horários de exibição e as informações sobre os filmes. Devemos, como indústria, tornar esse processo de adquirir ingressos, lanches e bebidas tão conveniente quanto possível. Se um cliente estiver comprando um ingresso para um evento às 19h pelo seu celular e com mais alguns toques de dedo ele puder adicionar pipoca, lanches e refrigerante a essa compra, que estará disponível quando ele chegar, deixaremos sua vida mais fácil, tornando mais provável que ele volte.

Com seu envolvimento em transformação digital em diferentes indústrias, que lições você acha que o mercado exibidor deve ter em mente à medida que mais circuitos abraçam essas inovações?

Posso dizer que na AMC vamos continuar a nos concentrar no que é melhor para os nossos clientes, nossos associados e nossos acionistas. Em última análise, trata-se de criar a melhor experiência cinematográfica possível, do começo ao fim. E, com os avanços nas tecnologias digitais, o início dessa experiência está muito antes de o cliente entrar no estabelecimento. Queremos que o AMCtheatres.com seja uma loja virtual única para os clientes interessados em filmes e um lugar que possa levá-los da sua curiosidade inicial até a compra de bilhetes. Investimos bastante em nosso site, bem como em nosso aplicativo para celular, ambos lançados no final de 2016, e já estamos vendo um enorme benefício.

Quando visitarmos uma sala de cinema daqui a uns 10 a 15 anos, quais você acha que serão as maiores diferenças que veremos?

A exibição está no meio de uma reinvenção surpreendente. A indústria tem experimentado mais avanços nos últimos cinco anos do que nas duas décadas anteriores: a explosão de assentos reclináveis, assentos reservados, avanços na tecnologia de som e imagem, mais opções de alimentos e bebidas, melhores programas de recompensas (fidelidade) e a disponibilidade cada vez maior do produto cinematográfico. O que eu acho que veremos nos próximos anos é um foco contínuo na inovação, que tornará os cinemas extraordinariamente mais confortáveis e até luxuosos. Isso, por sua vez, será a garantia de que os clientes continuarão a ver filmes nas telas oferecidas pelos exibidores.

 

Confira o texto original, que faz parte do especial "Gigantes da Exibição"

Clique abaixo para ver ampliado:

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