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14 Junho 2017 | Vanessa Vieira

UNIC aponta preocupação de exibidores com política europeia para conteúdo online

Documento divulgado pela entidade traz números consolidados do mercado europeu de cinema em 2016 e pontua desafios do setor

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Imagem meramente ilustrativa (Foto: Shutterstock)

Em fevereiro último, a Union Internacionale des Cinémas – UNIC (União Internacional de Cinemas, em tradução livre) apresentou um documento com dados preliminares da bilheteria europeia de 2016. Agora, a entidade divulgou o “UNIC Annual Report 2017” (Reporte Anual UNIC 2017, em tradução livre), com dados consolidados e apontamento de desafios do setor de exibição.

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A maioria das informações apontadas no primeiro material foram confirmadas, com exceção da arrecadação total que ficou € 400 milhões menor, € 8,4 bilhões. Já entre os novos dados apresentados está o ranking dos cinco maiores mercados da região em termos de venda de ingressos: França, Rússia, Reino Unido, Alemanha e Itália. Somente os dois primeiros somam cerca de 200 milhões de entradas cada.

Já no ranking de países com maior market share de filmes locais, a liderança é da Turquia, com 50,7% dos lançamentos sendo do próprio país. Em seguida vem a França (35,8%), o Reino Unido (34,9%) e a Itália (28,7%). Apesar desses números, 67% dos filmes exibidos em cinemas dos 36 territórios atendidos pela UNIC são norte-americanos, contra 26,7% dos países da União Europeia – UE.

Além disso, o cinema foi a atividade cultural mais bem avaliada nos cinco maiores territórios da União Europeia, sendo aprovado por 92,9%. Concertos, museus e exibições são as outras atividades que chegam a 90% na avaliação, enquanto teatro, parques de diversão e ópera ficam na casa dos 80%.

Desafios dos exibidores

Apesar de considerar os resultados de 2016 extremamente positivos, a UNIC adverte os exibidores sobre a necessidade de cada vez trabalharem em parceria com terceiros para serem mais centrados no espectador. Segundo o documento, esse não é um “momento para complacência”, então enquanto os estúdios têm um olhar ainda mais global, é papel do exibidor também se preocupar em oferecer uma programação inteligente e incluir conteúdos locais. Cabe aos exibidores também a busca por novas soluções que tornem seu negócio cada vez mais atrativo como a precificação dinâmica.

Outro ponto de atenção, de acordo com a entidade, é a atual política praticada pela Comissão Europeia desde 2015, quando divulgou diretrizes para facilitar a circulação de filmes pelos países do bloco econômico, especialmente por meio de plataformas digitais. Para a UNIC, a organização não se atentou às possíveis “consequências catastróficas” dessa política para o mercado exibidor ou para o financiamento de produções cinematográficas ou televisivas.

Uma das críticas é quanto ao fato de as redes de cinema contribuírem pesadamente para o financiamento de produções em diversos países da UE, enquanto plataformas mundiais de streaming como a Netflix e o iTunes não têm a mesma obrigação. Assim, a entidade elaborou uma proposta de regulamentação dessa política de portabilidade de produções audiovisuais.

A UNIC atua também na conscientização da Comissão sobre os perigos da pirataria para essa indústria e defende o setor exibidor como principal foco de investimentos quando o assunto é exibir filmes.

O documento atualizado será formalmente apresentado pela entidade durante a CineEurope 2017, que será realizada entre 19 e 22 de junho em Barcelona, Espanha.

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