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25 Agosto 2017 | Natalí Alencar

SET Expo debate mudanças tecnológicas, de consumo e o futuro do audiovisual

Feira de produtos contou com a Barco, NEC e Sony

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(Foto: Portal Exibidor)

São Paulo (SP) recebeu a SET Expo entre 21 e 24 de agosto. O encontro, que reúne congresso e feira, trouxe alguns debates relevantes sobre os hábitos de consumo e o futuro da mídia, realidade virtual, produção e distribuição de conteúdo, VOD, além de tendências e desafios para o mercado audiovisual.



Durante a cerimônia de abertura, o presidente do Google Brasil, Fábio Coelho, mostrou como a tecnologia de transmissão e consumo de conteúdos transformou o paradigma para novas e já estabelecidas companhias de produção e broadcasting.

Já a feira recebeu diversas empresas ligadas ao segmento, dentre elas a Barco, NEC, Sony, Panasonic e Fujifilm. Foram mais de 400 marcas em exposição, nacionais e internacionais.

Veja a galeria de fotos e alguns destaques do Congresso:

Comportamento, consumo e mídia

A palestra “Hábitos de consumo e futuro da mídia” focou em como o mercado de produção, distribuição e comercialização mudou nos últimos anos e como a mídia tem se adaptado nesse processo.

Participaram da mesa: Roberto Franco (SBT), Alberto Menoni (Google Brasil), Gregor McElvogue (IBM Cloud) e Skipi Pizzi (NAB).

Roberto Franco comentou a importância da TV tradicional diante de outras mídias, mesmo com o crescimento das multiplataformas e o VOD. Sua audiência beira os 44%, segundo estudos apresentados. “O consumo em TV é mais expressivo e o tempo médio continua bastante elevado, mesmo com o acesso portátil crescendo”, disse.

Repetindo o mesmo tom da abertura, o desafio, segundo ele, agora está em como construir narrativas interessantes com assuntos relevantes e que possam se destacar em primeira mão. A única coisa que não mudou nesse processo é o consumidor, que quer ter cada vez mais qualidade, imersão e realismo, controlando o que, quando e onde vai ver, por que, por quanto tempo e qual engajamento vai gerar.

“O consumidor será o centro e vai ditar o caminho que a mídia deve seguir”, reforçou Franco.

“O que não mudou são as pessoas, que têm necessidades, preferências, diversidade de interesses. Elas querem assistir TV, vídeo, ir ao cinema e saber onde tudo isso é mais barato. Mas, o que mudou foram as expectativas, pois querem achar conteúdo de forma mais rápida e é isso que tem impacto nos comportamentos”, concordou Alberto Menori, do Google.

Eles complementaram dizendo que é um momento de transição e que novos caminhos e movimentos podem surgir. 

“A audiência pode tomar decisões e temos muitas escolhas, 24 horas por dia. É preciso pensar em como otimizar esse tempo, o usuário perde o interesse entre 60 e 90 segundos”, apontou Greg.

Para ele, o que é decisivo são os dados gerados por esse consumidor, que a mídia tradicional não gera.

“São modelos diferentes que coexistem. Você pode ir de acordo com a demanda, o streaming continua crescendo, o mobile apresenta também dados interessantes, então é preciso personalizar o conteúdo, tornando-o mais dinâmico e com possibilidades atrativas”, completou Skippi.

Ultra-alta definição no cinema - Almir Almas, professor doutor da Universidade de São Paulo e vice-diretor de cinema da SET, foi o mediador da mesa ‘Ultra-alta definição e superultra alta definição em produções audiovisuais’. Ele falou de inovações e tecnologias que apontam para transformações em curso e que abarcam produções audiovisuais em múltiplas telas e janelas.

Representando a O2 filmes, o supervisor de pós-produção Luis Ignacio Barrague tratou de aspectos técnicos a respeito do uso do ultra-alta definição na produção e sobre o emprego disso em trabalhos da O2. Também falando de produção de filmes e trabalhos para a TV, Claudio José Lima Peralta, supervisor de efeitos visuais na Conspiração Filmes, afirmou que “em trabalhos que exigem uma qualidade maior, em séries para TV, cinema, já se está trabalhando com câmeras que proporcionam uma captação em 4K”.

Já Luiz Gonzaga De Luca, presidente da rede Cinépolis, comentou a respeito do mercado exibidor brasileiro com relação às tecnologias das salas de cinema e como elas impactam o público espectador. “A questão tecnológica do cinema, acredito, vai crescer, principalmente com o 4K, até porque uma câmera 2K e outra 4K têm quase o mesmo valor. E também por conta do tamanho das telas”. Para ele, vai ser difícil haver grandes mudanças tecnológicas no cinema, pois é um setor tradicionalmente conservador, além do fato dos investimentos em tecnologia serem muito altos e terem retorno demorado para o investidor.

Som Imersivo em casa - Os novos métodos de mixagem de som que a tecnologia Dolby Atmos têm proporcionado não são coisa só de cinema. Foi isso que profissionais da Globo e Globosat mostraram durante o painel ‘Pioneirismo brasileiro em áudio imersivo: experiências práticas’. Entre os casos de sucesso está a transmissão do Rock in Rio 2016 cuja mixagem de som, feita remotamente, foi criada com essa tecnologia, bem como a transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro deste ano.

Realidade Virtual - O painel “Fazendo a realidade virtual (VR) uma realidade!” apresentou a imersão gerada pela realidade aumentada (VRA) em uma indústria em transformação. Ricardo Laganaro, diretor da O2 filmes, apresentou a comunicação “narrativas imersivas: o presente do storytelling”. Segundo ele, a narrativa imersiva “já é uma realidade na forma de se contar histórias”, histórias produzidas com filmes em 360º. As narrativas em VR são imersivas, mas os dispositivos de realidade mista e “realidade aumentada” mudaram a forma de contar histórias, por isso “é necessário pensar em novas narrativas, em experiências diferentes e relevantes.

Engajamento da audiência - Engajar os consumidores com experiências é a melhor forma de garantir a audiência no mercado do entretenimento. No painel ‘Como alcançar as novas gerações de audiência em um mercado competitivo?’, Karina Israel, CGO da YDreams Global trouxe o que chamou de contratendência. “Durante muito tempo, acreditou-se que o digital seria dominante, mas o novo caminho aponta para estratégias que unem várias frentes e proporcionam experiências únicas”, afirma.

Inovação - Glauter Jannuzzi, da Microsoft acredita que quem tem novas ideias e sabe executá-las em conjunto e fazendo parcerias será bem-sucedido em qualquer área de atuação. Durante o painel ‘A Receita da Inovação’, Juliana Munaro, do PEGN, também compartilhou da mesma ideia. “Para ter sucesso ao implementar ideias, basta ter foco e se aliar a pessoas abertas às novas possibilidades”.

Conteúdo independente - O painel dedicado à produção independente contou com representantes de empresas associadas à Brasil Audiovisual Independente (BRAVI), debateu a relação entre a tecnologia e suas atividades e os desafios de entregar conteúdo em múltiplas telas. Tiago Mello, sócio da Boutique Filmes, produtora responsável pela série “3%”, primeira produção original da Netflix no Brasil, falou sobre as oportunidades das plataformas de vídeo on demand. A série estreou em novembro de 2016 em 190 países simultaneamente, com tradução para 20 diferentes idiomas. Sabrina Nudeliman Wagon, diretora e cofundadora da Elo Company, também enfatizou a importância do VOD para a exportação do conteúdo brasileiro. “A ordem das janelas não existe mais”, observou.

SET Expo em números - 15 mil visitantes, 400 marcas participantes, 1.400 comgressistas e expectativa de movimentação de negócios: US$ 40 milhões. 

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