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09 Novembro 2017 | Fernanda Mendes

AMC culpa queda de bilheteria por perda de US$ 42,7 milhões no 3º trimestre

CEO da exibidora contou que isso não foi uma surpresa

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(Foto: AMC)

A exibidora norte-americana AMC divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre. A receita da companhia teve um ganho de 51% em comparação ao mesmo período do ano passado: foram US$ 779,8 milhões. No entanto, a rede que pertence ao grupo chinês Dalian Wanda, registrou uma perda de US$ 42,7 milhões, em comparação com o lucro de US$ 30,4 milhões do mesmo período do ano passado.

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“Nós prevíamos a fraqueza na bilheteria do terceiro trimestre, devido à quantidade e assunto dos filmes que estavam programados para serem lançados. Em um alto custo fixo e um baixo custo variável nos negócios, isso levou a uma menor quantidade de geração de EBITDA para a AMC”, afirmou Adam Aron, CEO da exibidora, durante uma conferência com analistas de Wall Street.

Questionado sobre a fraca bilheteria do verão norte-americano (agosto teve a maior baixa em uma década), Aron não acredita que isso seja duradouro. “Em nossa opinião, a fraca bilheteria do verão não é uma indicativa de uma tendência de longo prazo, especialmente após 2 anos e meio de desempenho de bilheteria recorde e, até o final do ano, esperamos que a demanda do consumidor seja ainda mais forte e robusta”.

Para o executivo, os próximos anos acumulam boas expectativas, especialmente agora no quarto trimestre com os lançamentos esperados de Thor: Ragnarok (que somou US$ 121 mi na estreia nos EUA) e Star Wars: Os Últimos Jedi. Aliás, Aron afirmou aos analistas que a bilheteria do próximo trimestre poderá ser recorde no território doméstico.

Quanto aos outros números divulgados, a receita da venda de ingressos aumentou 52% para US$ 754 milhões e o preço médio do ticket foi de US$ 9,48. A venda de alimentos e bebidas aumentou em 45,2% para US$ 361 milhões, enquanto os alimentos e bebidas por consumidor diminuíram 5% para US$ 4,55.

Estratégias

Para impulsionar os próximos ganhos, a AMC anunciou que está começando a testar um novo esquema de preços dinâmicos, incluindo conceder descontos para as poltronas da primeira fileira em certas exibições.

Ainda, a exibidora do grupo Dalian Wanda também tem planos para inaugurar lojas em 35 unidades no próximo ano a fim de vender produtos ligados às franquias dos estúdios.

Sobre o atual cenário em que as plataformas de streaming e VOD vêm se destacando, o executivo foi claro. “Ou o VOD simplesmente não acontece nos EUA nos próximos momentos ou, se ele alavancar, isso tem que acontecer de um jeito que vá ao encontro da AMC e que ajude nos lucros, mesmo quando levarmos em consideração a canibalização das pessoas assistindo filmes fora dos cinemas”.

Já em relação à realidade virtual (VR), a companhia investiu em outubro cerca de US$ 20 milhões na Dreamscape Immersive, empresa dedicada à produção de obras em VR. A parceria inclui também a abertura de seis centros de experiências com a tecnologia em unidades da exibidora em Los Angeles, EUA. Os espaços devem abrir no segundo semestre de 2018.

Atualmente a AMC tem cerca de mil cinemas ao redor do mundo e 11 mil telas. Somente nos EUA, são 660 complexos e 8 mil salas. Em setembro último, a rede passou a marca de 10 milhões de clientes que aderiram a seu programa de fidelidade nos EUA, o AMC Stubs.

Modelo de negócio

Nos últimos meses, a AMC tem realizado uma série de operações comerciais que estão modificando aos poucos seu modelo de negócio. Por exemplo, a rede vendeu sete de seus cinemas em uma transação de US$ 130 milhões, passando a operar os espaços em sistema de concessão. Isso vai de encontro ao tradicional no mercado dos EUA, no qual as redes costumam ser proprietárias dos complexos.

A ideia da empresa é reduzir gastos tidos como “desnecessários” em relação aos imóveis e aproveitar o valor obtido nessas vendas para reinvesti-lo em seu circuito de cinemas. A venda faz parte de um plano maior que inclui obter US$ 400 milhões por meio de ativos ou itens não-essenciais à rede. Para isso e para minimizar problemas que a AMC teve com a aquisição da Carmike Cinemas, a companhia também vendeu em setembro 12 milhões de ações da National CineMedia – NCM, avaliadas em US$ 73 milhões. A venda fez parte de um acordo com o departamento de justiça dos EUA para oficializar a compra da Carmike. Assim, a AMC tem que ter menos de 15% da NCM até dezembro deste ano.

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