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04 Maio 2018 | Natalí Alencar

"Novo gestor deve seguir a mesma política implantada", diz Selmo Kaufmann

Em entrevista, profissional falou sobre sua saída do cargo em que atuava junto aos exibidores

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(Foto: ANCINE)

Em meados de abril o mercado recebeu a notícia da exoneração de Selmo Kaufmann do cargo de coordenação de infraestrutura e projetos especiais na ANCINE, do qual atendia principalmente aos exibidores em ações envolvendo o Programa Cinema Perto de Você e a digitalização do parque exibidor brasileiro.



Após o ocorrido, o mercado exibidor começou a questionar como se daria seu relacionamento com a entidade, inclusive manifestou agradecimento por meio de uma carta-artigo assinada pela exibidora Mariá Marins, diretora e proprietária do Cine Lúmine.

Em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor, Selmo Kaufmann comentou que o novo gestor deverá seguir a mesma política implantada por ele. O profissional comentou ainda sua avaliação sobre a reestruturação realizada pela entidade e deixou um recado aos exibidores.

Confira na íntegra:

Portal Exibidor - A Ancine passou por uma reestruturação de diversos cargos, como você avalia essa mudança?

As mudanças devem ser encaradas sempre no sentido de fazer alguma correção de rumo da administração. Em minha experiência no setor público e privado já presenciei algumas reestruturações, mas sempre se buscou preservar as pessoas e, assim, preservar a memória dos processos, para garantir o bom andamento dos programas em curso e a estruturação das novas ações, sem ruptura, e sim como uma fase de transição, que é normal quando se muda a presidência de um órgão. Uma ruptura não me parece trazer benefícios, ao menos no curto e médio prazo.

Os exibidores estão preocupados se haverá alguma mudança no tratamento com eles, em sua opinião os rumos já traçados na sua gestão podem sofrer alterações?

Os exibidores de qualquer tamanho sempre tiveram na minha coordenação um diálogo franco e produtivo, pois cuidávamos de diversas ações voltadas ao desenvolvimento da atividade, tais como a Linha de Crédito, o Recine, o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Programa Cinema da Cidade. Imagino que o novo gestor deverá seguir a mesma política implantada por mim nestes últimos anos, sempre pautada pelo diálogo e pela participação de todos. Isso é importante sobretudo para garantir a inclusão de pequenos e médios exibidores espalhados por todo o território do país. Nós sempre buscamos dar tratamento republicano às nossas ações, sem distinção de tamanho do exibidor ou de sua localização geográfica. Inclusive, chegamos a aprovar, ainda comigo no cargo, uma linha de crédito descentralizado para atender às empresas que não conseguiam acessar diretamente a linha de crédito disponível. Esperamos que seja dada continuidade a essa política e que possamos avançar.

Você considera que a sua exoneração foi uma estratégia política? Porque?

Infelizmente minha avaliação é que há uma conotação política, sim, nesta atitude, uma vez que meu nome foi colocado como concorrente à vaga de diretor da Agência que está em aberto. Inclusive, o que me foi comunicado como razão para a minha exoneração foi que precisavam deixar ao novo superintendente liberdade para a escolha de pessoas mais alinhadas com o novo perfil da gestão.

Gostaria de deixar algum recado ou mensagem aos exibidores?

Gostaria em primeiro lugar de agradecer o apoio que sempre recebi de todos os exibidores do nosso país, indistintamente. E dizer que desde que assumi esta função na Agência, procurei conhecer os principais problemas enfrentados pela atividade, abrindo diálogo constante e participativo, buscando dar respostas ágeis às demandas do setor. Gostaria também de dizer, com certo orgulho, que deixei plantada a semente para avançarmos com uma política ampla para expansão do parque exibidor. Aqui me refiro a estruturação de uma nova linha de crédito voltada aos pequenos e médios exibidores, que será operada pelos agentes financeiros descentralizados do FSA, proposta esta apresentada ao comitê gestar em novembro passado, ainda na gestão de Debora Ivanov como presidente. Também vale destacar a implantação de uma nova sistemática para o PAR, mais simples e rápida, que já esta em operação, e lembrando que o prazo se encerrou dia 03 de maio. São ações que já faziam parte do planejamento realizada de forma participativa com o conjunto do setor de exibição e que esperamos que sejam bem-sucedidas em sua implementação.

Como avalia a sua trajetória ao lado dos exibidores?

Posso afirmar que aprendi muito com os exibidores, com todos eles, e acredito também que deixei ideias importantes e fiz muitos amigos. Atendi a todos de forma igual e justa, desde o maior exibidor até o menor instalado nos recantos deste imenso País. Gostaria de dizer um até breve a todos, pois foi uma atividade que sempre me deu muito prazer em trabalhar.

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