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05 Outubro 2018 | Juliane Albuquerque

Palestra sobre acessibilidade fecha os painéis da Expocine18

Federico Sykes, diretor e produtor argentino, falou sobre produção e acessibilidade no cinema

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(Foto: Expocine)

O diretor e produtor argentino do Festival Internacional de Cinema Surdo (FICSor), Federico Sykes, fechou os painéis realizados na Expocine18 com uma palestra que convidou o público a refletir sobre os desafios e potenciais da produção de conteúdos dedicados a deficientes auditivos e visuais. A palestra, que foi realizada em um formato único, com tradução simultânea e interpretação de libras, contou com a parceria da Ascensia e sua equipe de 14 profissionais, entre tradutores, interpretes de libras nacional e internacional e áudio descritores. 

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Federico, que é deficiente auditivo, começou contando um pouco como ele se apaixonou pelo universo do cinema. Já na infância, ele se fascinou pelos desenhos animados, entendendo as expressões e partes da história observando as cores, luzes e movimentos. Mais tarde, depois de alfabetizado, passou a consumir muitos filmes legendados, mas sentia falta de uma explicação mais completa de todas as situações e contextos. 

O amor por cinema levou Federico a cursar cinema na universidade, mesmo muitas pessoas duvidando que ele conseguiria acompanhar e concluir o curso. “Sonhava em fazer cinema e segui em frente. Tive muitos desafios, mesmo usando um implante que me permite escutar. Um dia, quando estava fazendo um trabalho prático de áudio, na mesa eu percebi que mesmo sem escutar eu sentia a vibração, descobri uma forma de sentir a música”, contou. Desde então, ele segue trabalhando ativamente e descobrindo a cada dia diferentes formas de perceber as emoções do cinema e deixá-lo mais acessível. 

Federico apresentou um vídeo sobre o festival que promove na Argentina, mostrando as atividades e as produções que são feitas destinadas ao público deficiente auditivo e visual, o Festival Internacional de Cinema Surdo (FICSor). Com produções próprias para este público, todos os filmes foram legendados especificamente para surdos e narração específica para cegos, de forma a ser acessível para todos. Além do festival, Federico está há cinco anos a frente da Acces Media, uma empresa de produção audiovisual de conteúdos acessíveis com áudio descrição, interpretação de libras e legenda oculta. 

Ao final da palestra, Daniele Franco da Ascensia, ressaltou a importância da acessibilidade para atrair este público com deficiência auditiva e visual, que quer consumir cinema, mas que tem dificuldades de encontrar locais acessíveis. “Hoje, temos muitos jovens com deficiência que tem muito conhecimento de tecnologia e interesse por cinema, mas que o mercado ainda não percebeu o potencial deste novo público para aumentar as vendas do cinema. A inclusão de acessibilidade deve ser pensada como negócio, não como filantropia”, finalizou Daniele.

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