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13 Fevereiro 2019 | Fernanda Mendes

2018: Players analisam números do mercado

Em entrevista ao Portal Exibidor, distribuidores e exibidores falam sobre o momento do setor

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(Foto: ShutterStock)

O ano de 2018 teve uma queda de público de 12,6% nos cinemas brasileiros em comparação a 2017. Os dados divulgados recentemente pelo OCA (Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual) trouxeram um panorama do ano que passou e impactou muito o mercado audiovisual, que agora se recupera aos poucos.

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Em vista dos números anunciados, o Portal Exibidor entrevistou diversos players do mercado que mostraram suas opiniões sobre o atual momento do setor e as perspectivas do que vem por aí. “Tivemos, coletivamente, um ano bastante difícil, principalmente o segundo semestre, que já é considerado como um dos piores períodos do mercado dos últimos 10 anos. 2018 demandou muita energia e inventividade dos exibidores para alcançar as metas estipuladas e manter os compromissos em dia”, explicou Márcio Eli, CEO da Centerplex.

Com 161 milhões de ingressos vendidos, 2018 foi o segundo ano consecutivo de queda para os cinemas brasileiros e, segundo a ANCINE, a causa “foi a performance dos filmes estrangeiros, já que os filmes brasileiros, impulsionados pelo resultado de ‘Nada a Perder’ (cinebiografia de Edir Macedo), apresentaram um crescimento de 25,3% em relação ao ano anterior”.

Muito deste crescimento das produções brasileiras se deve às empresas Downtown e Paris, responsáveis por 91% do market share dos filmes nacionais no Brasil. Marcio Fraccaroli, CEO da Paris, explicou que o investimento em diferentes conteúdos contribuiu para que o público aceitasse mais as produções brasileiras. “Mas é inegável que o grande destaque em 2018 foi o lançamento de ‘Nada a Perder’, cuja conclusão (Nada a Perder Parte 2) chega neste ano praticamente garantindo um novo aumento de market share em relação ao ano anterior”.

Junto à Downtown, a Paris Filmes alcança o segundo lugar entre as maiores distribuidoras com atuação no Brasil, ficando atrás apenas da Disney.

Market Share

A participação de mercado de 14,4% das produções brasileiras em 2018 representa um aumento considerável em relação a 2017 (9,6%), mas ainda abaixo dos resultados de 2010 (19,1%), 2012 (18,6%), e 2014 (16,5%).

O número de títulos brasileiros lançados também apresentou crescimento indo de 160 para 171 produções. Segundo Fraccaroli, apesar da alta produtividade do mercado audiovisual, a bilheteria não alcançou melhores números, pois “o mercado não aproveitou todo o potencial dos filmes que estiveram em exibição, em grande parte pela queda do nível de confiança dos consumidores e o ainda alto índice de desemprego”.

Dentre os títulos estrangeiros que chegaram ao Brasil houve uma queda de mais de 20 produções em relação a 2017, contabilizando 280 filmes. Para 2019, no entanto, o clima é de esperança entre o mercado. Longas que acarretam altas expectativas estão chegando como Capitã Marvel (Disney), Dumbo (Disney), Shazam! (Warner), Hellboy (Imagem), Cemitério Maldito (Paramount), A Maldição da Chorona (Warner), Vingadores: Ultimato (Disney), Pokémon Detetive Pikachu (Warner), John Wick – Parabellum (Paris/Downtown), Aladdin (Disney), Rocketman (Paramount), X-Men: Fênix Negra (Fox), MIB: Homens de Preto – Internacional (Sony), Toy Story 4 (Disney), Pets: A Vida Secreta dos Bichos 2 (Universal), etc.

Número de salas

O material divulgado pelo OCA também trouxe um dado surpreendente: 2018 alcançou o recorde de salas de cinema, contabilizando 3.356 telas. Superando até mesmo 1975, quando o Brasil apresentava 3.276 salas.

Apesar de animador, o aumento das salas de cinema divide opiniões dos players. Por parte dos exibidores, apesar de ainda ser pouco, este crescimento abre uma esperança para a expansão do mercado. “Acreditamos que ainda existe muito espaço para novos cinemas, especialmente em algumas regiões do Brasil que têm uma oferta menor e seguimos firmes em nosso plano de expansão”, conta Patricia Cotta, gerente nacional do Kinoplex.

O executivo da Centerplex completa ainda dizendo que este aumento contribui para a diversificação da oferta de produtos, dando mais espaço para produções nacionais e internacionais. “Sem contar na geração de postos de trabalho e no giro da economia”.

Na contramão, o CEO da Paris afirma que apesar de bem-vindo, o crescimento do circuito deveria ser diferente para atingir o objetivo da diversificação de conteúdo. “Mesmo inaugurando vários complexos de 4 a 6 salas cada, continuaremos com os atuais problemas de falta de espaço para os lançamentos de modo geral, já que sempre haverá blockbusters ocupando muitas salas, restando poucas no mesmo complexo para diversificar a programação com filmes médios e pequenos”.

Cinema como experiência

Para reverter os números de bilheteria de 2018, as redes de cinema apostam em inovações de atendimento e tecnologia como atrativos para o público. A frase que muitos já ouviram, “o cinema como uma experiência”, deixa de ser tendência e passa a virar realidade.

Patricia conta que apesar das dificuldades do ano passado, o Kinoplex conseguiu aumentar o seu market share de renda e público com o mesmo número de salas de 2017. Mesmo assim, o trabalho contínuo não pode parar. “O nosso slogan diz: ‘Aí sim a experiência é outra’. Acreditamos nesse poder do cinema e trabalhamos para potencializar essa experiência, que precisa ser mágica, emocionante”.

Inclusive, no primeiro semestre, a rede irá inaugurar o Kinoplex Parque da Cidade, em São Paulo (SP), um complexo totalmente premium, unindo tecnologia e conforto, que promete um alto padrão de qualidade.

“O mercado de exibição ainda tem muito a crescer e, cada vez mais, precisamos de maiores incentivos que possibilitem esse desenvolvimento”, finaliza o CEO da Centerplex.

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