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18 Fevereiro 2019 | Renata Vomero

Filmes com temática política foram o foco nesta edição do Berlinale

Longa israelense foi o grande vencedor do festival, que levantou debate acerca do streaming

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(Foto: Downtown/Paris)

A 69ª edição do Festival Internacional de Berlim foi encerrada neste domingo (17), dando seu principal prêmio, o Urso de Ouro, ao filme israelense Synonymes, de Nadav Lapid. O longa conta a história de um expatriado que foge da crise política em Israel para ir viver em Paris e é inspirado na própria história do cineasta, que se mudou para a capital francesa em 2000. O prêmio dado à comédia dramática marca o tom desta edição do festival, que teve a política como um dos temas de destaque entre os filmes selecionados. O Júri oficial desta edição foi presidido pela atriz francesa Juliete Binoche

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O filme que levou outro importante prêmio, O Grande Prêmio do Júri – Urso de Prata, foi o francês Grâce à Dieu, de François Ozon, que conta a história real de um padre acusado de pedofilia na França. O longa vem acompanhado de uma polêmica, pois o padre referido no filme, Bernard Preynat, entrou com processo para que o filme não entre em cartaz no país nesta quarta-feira, mesmo seu lançamento já tendo sido amplamente divulgado nas redes sociais e em outras mídias.  O advogado do padre alega não reconhecer a veracidade da história narrada, já que seu cliente é inocente neste caso.

Um dos destaques desta edição foi o filme chinês, So Long, My Son, de Wang Xiaoshuai. O longa recebeu os Ursos de Prata de Melhor Atriz e Melhor Ator, para Yong Mei e Wang Jinchun, respectivamente. O drama narra a história de duas famílias chinesas que se cruzam diversas vezes ao longo de 30 anos e em meio a diversas transformações no próprio país. Quem levou o prêmio de melhor roteiro foi o italiano La Paranza dei Bambini, de Mauricio Braucci, Claudio Giovannesi e Roberto Saviano.  

Brasil

O cinema brasileiro foi bastante representado nesta edição do Berlinale, conforme noticiado pelo Portal Exibidor. Tendo Marighella (Downtown/Paris), de Wagner Moura, sido selecionado para a Mostra Principal, porém, fora da competição -  o que trouxe diversos questionamentos da imprensa internacional. O filme foi exibido neste final de semana no festival e arrancou aplausos da plateia. O longa deve estrear no Brasil no dia 18 de abril.

Longe dos grandes holofotes estava Eliza Capai com seu Espero a tua (Re) Volta, o longa levou o Prêmio da Anistia Internacional, que consagra olhares humanistas acerca de política e resistência. O filme, participante da Mostra Geração 14+, que representa a juventude, retrata as ocupações estudantis de 2016 e 2017 no Brasil.  

Polêmica

Entrando no centro do debate nessa temporada de premiações e festival, a Netflix foi o alvo dos protestos desta edição do Berlinale, tendo levado seu filme espanhol Elisa Y Marcela para a Mostra Principal. A abertura para o serviço de streaming levou os críticos e cineastas de Berlim à revolta, tendo muitos deles vaiado o longa que conta a história do primeiro casamento gay na história da Espanha. A diretora, Isabela Coixet, não considera justas as críticas quanto ao filme e espera que a polêmica não diminua a importância da produção, quando entrar no circuito internacional.

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