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16 Maio 2019 | Renata Vomero

São Paulo Film Commission debate os desafios de filmar na cidade

Painel da Semana ABC trouxe profissionais da área para comentarem o tema

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(Foto: Portal Exibidor)

O último painel desta quarta-feira (15) na Semana ABC, trouxe como proposta a discussão sobre as dificuldades de filmar na cidade. Chamado de “Quais são os desafios para se filmar na cidade de São Paulo? Como torná-la cada vez mais FilmFriendly?”, o debate foi capitaneado por Daniel Celli, coordenador da São Paulo Film Commission e contou com a presença de Mirella Valente, produtora de locação; Rita Faustini, diretora de arte; Raíssa Drumond, produtora, e Joana Araújo, diretora de produção.

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A conversa teve início com Daniel apresentando o trabalho da São Paulo Film Commission, pertencente à Spcine e que existe há três anos, que se completam hoje, 16 de maio. “Antes da nossa criação, os prazos para conseguir locações eram muito longos e a burocracia muito grande. A gente é setor e a gente é prefeitura, política pública, é bem complexo”, explica Celli.

O coordenador trouxe alguns números do departamento, como as locações mais solicitadas: Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera, Viaduto do Chá, Avenida Chucri Zaidan e Parque do Povo.  Para facilitar e tornar a cidade mais “FilmFriendly”, a Film Commission tem um programa de oferecimento de descontos para as locações, dependendo do tipo de gravação e gênero, avaliando as realidades orçamentárias de cada projeto.

As profissionais presentes no debate ressaltaram os melhores motivos para trabalhar na cidade. “São Paulo atrai por sua diversidade de lugares, pelo tamanho, pela pluralidade e pelas pessoas”, relevou Mirella, que acrescentou sobre as dificuldades burocráticas e de comunicação entre as outras cidades e o estado. “Esse abismo entre os poderes dificulta, a gente peca pela organização, somos em muitos. Nossa maior dificuldade é para conversar entre os profissionais.” Rita Faustini, que é de Porto Alegre, comentou que não achava a cidade bonita, até que se mudou para São Paulo e entendeu a sua beleza: “São Paulo é uma cidade muito fotogênica, tem uma pluralidade arquitetônica incrível. É possível gravar de tudo, do luxo ao lixo”.

Um dos pontos mais abordados na conversa, foi sobre as chamadas ZERs ou Zonas Exclusivamente Residenciais, que hoje representam um gargalo no mercado, visto que diversos dos bairros mais procurados, que se estendem pela zona entre a Lapa e Santo Amaro, agora são proibidos de receber gravações. “É preciso diversificar os bairros, abranger outras regiões. Os moradores de bairro que não recebem muitas gravações não vão querer aquela movimentação estranha e os vizinhos dos lugares que são comumente usados, já não aguentam mais”, explicou Raíssa.

As associações de moradores dessas regiões não aceitam a desorganização causada pelas equipes de filmagens, o barulho dos geradores, a quantidade de pessoas e por isso acabam por procurar as subprefeituras para reclamar, alegando que o lugar residencial está sendo usado para fins comerciais. “A gente já verificou isso juridicamente e estamos corretos, não tem problema usar uma casa para filmar de vez em quando. No entanto, por já termos um histórico de os produtores terem pago as multas ao invés de recorrer, acaba criando esse precedente”, explicou Daniel.

Sobre a questão dos problemas causados pelas equipes, a São Paulo Film Commission está criando uma espécie de cartilha para o setor, trazendo diretrizes de como atuar nessas áreas residenciais, sempre respeitando os espaços. “Isso é muito importante, mas nós hoje já estamos bem mais organizados. Também é preciso pensar em usar outros lugares”, comentou Faustini.

Os profissionais também discutiram políticas internacionais a respeito. “Em Los Angeles, por exemplo, ocorreu esse problema, lá existem áreas em que não se pode gravar e as que podem entram em um processo como de ‘geladeira’, quando são usadas, assim cria-se um rodizio entre as regiões”, anuncia Celli. Para Joana Araújo, o problema da cidade de São Paulo está na concentração e excesso de gravações nesses mesmos lugares. “Já vi diversas filmagens sendo feitas em uma mesma rua”, finaliza.

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