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16 Maio 2019 | Renata Vomero

Painel traça panorama da realidade virtual no cinema

Encontro aconteceu no primeiro dia da Semana ABC

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(Foto: Portal Exibidor)

A Semana ABC teve início nesta quarta-feira (16), trazendo as novidades e os debates do mercado de cinema para os profissionais do setor. Além da feira com exposição de câmeras e equipamentos cinematográficos, o lado externo da Cinemateca Brasileira, onde acontece o evento, conta com espaço para demonstrações de filmagens e outras experiências visuais.

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Um dos painéis do dia teve como foco a realidade virtual, intitulado Realidade Virtual Expandida e Novas Mídias, a mesa contou com a presença de Luiz Velho, PHD e diretor do laboratório VISGRAF do IMPA;  Sandro Di Segni, supervisor de efeitos da O2 Pós, e Andrei Speridião, diretor P&D da Arvore Experiências Imersivas e foi mediada por Affonso Beato, renomado diretor de fotografia.

Luiz Velho iniciou a conversa apresentando seu trabalho no IMPA, sua pesquisa visa encontrar uma mídia do futuro, que será “uma amálgama de tudo o que existe hoje em termos de mídias audiovisuais”. O matemático trabalha em cima dessa possibilidade há três anos, sua pesquisa Live Probabilistic Editing for Virtual Cinematography criou uma facilidade que ajuda os diretores e editores a montarem os filmes por meio do uso de probabilidade matemática, que o programa cria de acordo com todo o roteiro da história, dessa forma sugerindo os ângulos de câmera e cortes na filmagem. A ideia é fazer toda a edição enquanto os atores encenam ao vivo, tendo a possibilidade, inclusive, de ser exibido desta maneira. “O programa VR KINO + Theater combina as mídias tradicionais, como o teatro e o cinema, com as novas, como a realidade virtual e gaming”.

Uma das principais peculiaridades da solução é a possibilidade de trazer uma realidade virtual mais participativa, porque é um teatro que acontece junto dessa tecnologia. Diferente do que acontece no geral, em que só um usuário é desconectado da realidade por meio de um dispositivo. Tendo como inspiração a experiência de Live Cinema, que Francis Ford Coppola criou, Luiz Velho pensou em ir além, com o programa ajudando na finalização do filme e ele mesmo sendo assistido e realizado em tempo real, com transmissão em um cinema. “Fizemos um teste em que levamos um público para uma sala de cinema e com um aplicativo eles escolhiam o desenvolvimento da história, que estava sendo criada ao vivo.”

Outro participante da mesa foi Sandro Di Segni, supervisor de efeitos da O2 Pós, que trouxe toda a sua experiência internacional como designer e programador e a sua experiência atual na O2 Filmes para o debate. Sandro ressaltou em como a gamificação está forte na produção cinematográfica de hoje. “Tem acontecido de maneira muito forte a gamificação do conteúdo, tendo como exemplo as produções da Netflix em que as pessoas escolhem o desenvolvimento da narrativa. Além disso, a gamificação da captura também, com os sets sendo inteiros em chroma key”, explica. Di Segni também comentou o quanto os processos de produção estão cada vez mais unificados. “Hoje em dia a equipe de pós-produção está dentro do set já pensando em interferindo na filmagem, pensando na finalização daquele produto.”

Parte do foco da conversa com o cineasta foi sobre as tecnologias imersivas do cinema, segundo ele, algumas delas saem de uso, mas acabam voltando. “O VR voltou de uma forma muito legal, mas pouco consumida pelo público final. A popularização ainda vai vir. O 3D tem o problema do óculos, então, fica complicado ver na TV e, ainda assim, no cinema tem suas dificuldades por conta disso. Não existem mais TVs 3D, mas elas devem voltar”, comenta.

Último palestrante a falar na mesa, Andrei Speridião trouxe para o público presente o trabalho da Arvore, que cria, desenvolve e produz para as mais diversas plataformas imersivas. Andrei trabalha no LAB, onde tem a oportunidade de experimentar as ideias e unir os objetivos da empresa com as tecnologias mais avançadas quando se trata de imersão. “O LAB faz um trabalho integrado com o estúdio, trabalhando em cima das tecnologias e ideias necessárias para desenvolver os projetos”, comenta o diretor.

Andrei também explicou como trabalha a realidade para desenvolver as ideias. “A realidade tem diversas camadas. Trabalhamos muito os sentidos humanos, porque quanto melhor isso for administrado, melhor será a experiência imersiva”, explica.

A Arvore também é dona da Voyager, uma empresa que oferece o espaço e equipamentos para que todo esse trabalho seja vivenciado pelo público. “É como se estivesse tudo interligado, conseguimos fazer todo o desenvolvimento dessas ideias e com o Voyager também tem um espaço para que isso seja viabilizado”, finalizou.

 

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