Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Cobertura

17 Junho 2019 | Thais Lemos

Primeiro dia da CineEurope revela potencial de mercados emergentes

Representantes da África e Sérvia traçaram panorama do mercado cinematográfico das regiões

Compartilhe:

(Foto: Portal Exibidor)

A primeira manhã de palestras da CineEurope, evento que vai até quinta-feira, dia 20, em Barcelona (Espanha), contou com a apresentação sobre mercados emergentes do continente europeu, da África e Oriente Médio.

Publicidade fechar X

“Se olharmos para a bilheteria mundial dos últimos 11 anos, veremos que é comum crescer ano após ano. E é possível observar que o maior crescimento se deve aos mercados emergentes. As bilheterias internacionais estão crescendo três vezes mais rápido do que a dos EUA”, explicou Arturo Guillén, vice-presidente da Comscore Movies EMEA & India.

Esse crescimento é um fator importante, porque antes os cinemas competiam com as salas de estar, local que as pessoas utilizavam para se entreterem com diversos conteúdos. Mas hoje, é obrigado a competir com os dispositívos móveis, que podem ser acessados de qualquer lugar e a qualquer momento, por conta do avanço das redes sociais.

África

Em seguida, Aboobaker Moosa, CEO do Avalon Group traçou um panorama do cinema no continente, ressaltando seu crescimento anual. “A venda de ingressos está crescendo lentamente, acumulando cerca de 21 milhões anualmente”, afirmou.

A Nigéria, conhecida como Nollywood, está cada vez mais produzindo conteúdos locais, e é esperado que a venda de bilheteria cresça 8% nos próximos anos. Outro país forte é Quênia, que conta com investimento de film commision do governo, e é esperado o crescimento de 5,9% nas bilheterias. Tanzânia e Gana também se destacam no cenário africano, podendo resultar em crescimento de 5,4% e 4,6% nos próximos anos.

Pantera Negra (Disney) foi um sucesso na região, fazendo com que muitas pessoas fossem pela primeira vez ao cinema. A importância do filme da Marvel foi destacada por Aboobaker, que mencionou a importância da diversidade nas telonas.

Mesmo com os valores de ingressos e combos mais baixos que de países que contam com forte desenvolvimento cinematográfico, Moosa acredita no potencial do continente. “Temos um continente de um bilhão de pessoas. O futuro da África é evidente no cinema”, completou.

Sérvia

Christof Papousek, diretor financeiro da Cineplexx, também esteve no evento para mostrar o panorama da Sérvia no mercado cinematográfico. “4,5 milhões de ingressos foram vendidos no último ano, acumulando 14,5 milhões de euros”, afirmou.

Além disso, o conteúdo local se demonstra muito forte no país, levando cerca de 200 a 300 mil pessoas aos cinemas. Os números de cinemas na Sérvia também cresceram muito de 2009 até hoje. “Isso pode ser relacionado ao desenvolvimento e crescimento de shoppings”, disse Papousek.

Atualmente, o país conta com 70 cinemas e 158 salas. “O mercado é muito focado em cidades grandes”, disse Christof, explicando que este é um problema que a Sérvia enfrenta atualmente, não só no mercado cinematográfico.

Futuro

No final da manhã, uma mesa redonda reuniu Tony Chambers, da The Walt Disney Company, Duncan Clark da Universal, Jane Hastings, da Event Hospitality e Entertainment da Australia, Alejandro Ramírez Magaña, da Cinépolis e Tim Richards, da Vue Enterteinment, para falarem sobre os desafios do cinema digital.

O cinema tem cada vez mais conquistado espaço no digital. Estudos mostraram que 20% da renda da Europa vem da compra online. 70% dos espectadores acessam o site dos cinemas e 80% assiste os trailers em seus celulares.

Tony ressaltou a importância das distribuidoras que precisam entregar conteúdo de qualidade e dos exibidores que precisam oferecer uma experiência de qualidade. Isso converge na venda de ingressos, porque tanto os exibidores como os distribuidores tem uma coresponsabilidade. “Os consumidores estão mais rígidos com o que querem assistir, eles escolhem mais”, declarou.

Para Jane o conteúdo tem como alvo conquistar novos espectadores, os exibidores devem captar os dados e ver o que os espectadores querem ver em seguida e quais experiências querem vivenciar, por exemplo. “Estamos em transformação, com novas tecnologias, inteligência artificial, trazendo novas possibilidades”, completou Alejandro da Cinépolis.

Compartilhe:

  • 0 medalha