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12 Julho 2019 | Renata Vomero

Europa se preocupa com o fortalecimento de plataformas SVOD

Aumento esquenta concorrência entre os streamings e preocupa produtores locais

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(Foto: ShutterStock)

A empresa londrina Ampere Analysis publicou nesta semana um estudo em que analisa o número de usuários nos serviços on demand por assinatura dos cidadãos dos Estados Unidos e Europa. A pesquisa concluiu que o número de assinantes estadunidenses destas plataformas cresceu vertiginosamente, pois o número de casas com esse serviço estava estabilizado em 70% entre 2016 e 2018, no entanto, deste período até o início de 2019, este número chegou a 80%. Apenas a Arábia Saudita supera esse valor, tendo pelo menos um serviço do tipo em 86% dos lares, o que não surpreende, já que o país foi proibido de contar com cinemas por mais de 30 anos.

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O que chama a atenção na pesquisa, no entanto, é o crescimento de SVOD na Europa, território em que tradicionalmente não tem esse tipo de atividade muito fortalecida, pelo menos até agora. Na região o número de lares que contam com assinaturas destas plataformas passou o valor de 70%, o que faz com que a Europa se aproxime dos grandes mercados. O único país que não mostrou crescimento foi a região dos Países Baixos. O aumento deixa as empresas de streaming bastante animadas, inclusive, as que estão lançando seus novos serviços agora, como a Disney e a Apple.

O estudo mostrou que na Espanha e na Itália existe um número de usuários da internet que são assinantes de SVOD de 68% e 66% respectivamente, esse número torna-se mais interessante quando comparado ao balanço da bilheteria do cinema na Europa. No caso da Espanha, houve uma queda de arrecadação e também de ida ao cinema, no último caso de mais de 2%. Outro balanço divulgado pela European Audiovisual Observatory, mostrou que houve uma queda de bilheteria na Itália de mais 5% em 2018. O país que mais sofreu em termos de arrecadação foi a Alemanha com declínio de 14,8%, curiosamente, este é o país que mais consome conteúdo televisivo e em termos de streaming, já conta com 59% de usuários.

Outro fator interessante é que a França representa o menor número de assinantes de SVOD da Europa: de apenas 49%. Isso também vai de encontro com os dados apresentados nesses balanços recentes de 2018. Já que o país se manteve estável em termos de frequência no cinema e bilheteria, mostrando que a tradição francesa de consumir conteúdo audiovisual no cinema se manteve consolidada. A França também conta com uma boa política de proteção aos filmes exibidos no cinema, antes contando com uma janela de até dois anos para as produções chegarem aos serviços on demand, hoje o país conta com uma lei que prevê o tempo de 4 a 3 meses de janela entre o lançamento tradicional até a chegada nas plataformas digitais. Apesar disso, segundo uma análise da Cuponation, plataforma de descontos online, o crescimento de visualização de streaming na França apresentou um aumento de quase 120% entre 2016 e 2018, sendo o 7º país no mundo neste quesito.

Os países nórdicos e o Reino Unido apresentaram um valor de 70% na pesquisa da empresa londrina e esse número no Reino Unido merece uma atenção especial, visto a chegada da Netflix na região, montando um hub de produção nas proximidades de Londres. Tal iniciativa vem preocupando os produtores locais, que, apesar de animados com as novas oportunidades de trabalho, temem que isso enfraqueça o cinema independente britânico, conforme foi noticiado pelo Indie Wire. Segundo os produtores britânicos, eles enxergam nessa movimentação também uma perda dos investimentos do governo para o audiovisual local.

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