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Artigo / Tendências & Tecnologia

02 Abril 2021

Estaremos de volta

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A pandemia não dá trégua e nos obriga a manter o distanciamento social.  E vamos reconhecer que pelo andar da carruagem, não podemos prever quando começaremos a ganhar esta guerra. Mas sabemos que a vacinação avança, e em algum momento alcançaremos imunidade coletiva. Alguns países já estão nessa fase, e liberam cautelosamente as atividades públicas. Além das pessoas retornar a restaurantes e bares, sempre há uma enorme vontade de voltar aos cinemas, e nesses países lentamente se recupera a bilheteria.  A China, que conseguiu controlar a pandemia há bastante tempo, vem incluso construindo novas salas em números gigantescos, e não estão dando ponto sem nó.

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Está difícil pensar no futuro nesta fase terrível de luto e retrocesso que estamos atravessando hoje aqui. Mas pensar no futuro é um exercício necessário, um caminho de volta à vida. Fazer planos, inventar.   

Porque em algum momento, estaremos de volta.

Por enquanto, nos cinemas a manutenção preventiva dos equipamentos é a tarefa necessária e suficiente, manter tudo pronto para a retomada com despesas muito medidas. Mas algumas coisas podem eventualmente precisar ser trocadas, e vamos ser otimistas: existirá um tempo de reformas, readequação de salas, de construir até. E com a economia fragilizada, toda aquisição de equipamentos precisará ser feita com mais cuidado e atenção do que antes. E aqui entra um fator importantíssimo, sobre o qual é necessário advertir. As tecnologias atuais de exibição são complexas e com mudanças permanentes. Surgem novos protocolos de comunicação, novas maneiras de implementar soluções, novas arquiteturas de sistemas, o que por um lado é um benefício, mas por outro pode acontecer um problema grave. Alguns componentes podem não “conversar” facilmente entre eles. Diferentes marcas podem utilizar protocolos diferentes, ou “ligeiramente diferentes”, e acontece que o diabo está nos detalhes.  Tem uma velha piada que diz que o mundo está altamente padronizado, porque existem inúmeros padrões. Assim, existe um risco real de comprar equipamentos que não sejam diretamente compatíveis entre eles, e exijam uma compra posterior de algum elemento que faça de ponte entre eles, que implica mais despesas e demoras de importação. Ou pior, que não exista forma prática e económica de integrar, gerando um prejuízo enorme, uma complicação e custos adicionais por causa da necessidade de trocar equipamentos, muitas vezes importados, atrasando a inauguração. Um pesadelo no pior momento. Por tanto, e mais especialmente nestes tempos de rápidas mudanças e inovação, entra a necessidade imprescindível de contar com assessoramento técnico especializado para efetuar os projetos, e sem comprometimento com os vendedores, bem antes de fechar as compras.  Mas não se trata só de compatibilizar elementos. O número e dimensionamento de caixas de som e amplificadores adequados ao tamanho da sala e tecnologia de som a implementar, evitando o sobre dimensionamento, podem fazer uma diferença grande no orçamento. Ou evitando o sub dimensionamento, que afeta o desempenho do sistema. Na equação da escolha dos equipamentos também entra o fator comercial, que em função de preços e condições de compra irá determinar as marcas e modelos, mas esta será uma decisão exclusiva do proprietário. Aqui a tarefa do profissional especializado na consultoria irá equacionar os elementos todos dentro das marcas escolhidas, garantindo o máximo resultado e o máximo aproveitamento do investimento.

As mesmas considerações valem para o projetor, servidor, tela, sistema 3D, etc.

A indústria da exibição de cinema precisa de grandes investimentos para poder funcionar. E como qualquer investimento, precisa ser cuidadoso. Nesta indústria, além do conteúdo, grande parte do espetáculo reside na qualidade da apresentação. E teremos de nos preparar. 

Porque em algum momento, estaremos de volta.

Carlos Klachquin
Carlos Klachquin | CBK@dolby.com

Carlos Klachquin é gerente da DBM Cinema Ltda, empresa de serviços, projetos e consultoria na área de produção e exibição cinematográfica. Formado como engenheiro eletrônico fornece suporte de engenharia em tecnologias de áudio, entre outras empresas, para Dolby Laboratories Inc, sendo responsável também pela administração de operações vinculadas à produção Dolby de cinema e ao licenciamento das mesmas na América Latina. Desde 2013, trabalha na implementação do programa Dolby Atmos na América Latina, incluindo a supervisão da instalação e a regulagem dos sistemas em cinemas e estúdios e da produção de som Atmos no Brasil.

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