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22 Janeiro 2020 | Renata Vomero

125 anos de Irmãos Lumière: a origem do cinema até os tempos atuais

Mostra com obras dos criadores da sétima arte está em cartaz em São Paulo

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(Foto: Divulgação)

Em cartaz no CCBB – São Paulo, no centro da cidade, a mostra Lumière Cineasta remonta toda a obra realizada pela Societé Lumière, empresa fundada pelos irmãos Lumière, considerados os pais do cinema. Auguste e Louis Lumière são uns dos criadores do cinematógrafo, responsável por filmar e ao mesmo tempo projetar imagens ao público e responsáveis pela primeira projeção de cinema da história.

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A mostra tem como foco trazer alguns dos mais de 1.400 filmes criados pela empresa, além de outros títulos que foram inspirados no trabalho dos irmãos. Nomes como Jean Renoir, Dziga Vertov, Harun Farocki, Buster Keaton e Andy Warhol, estão entre os realizadores que se inspiraram nos irmãos para fazer suas criações, filmes deles também podem ser encontrados na mostra.

“O catálogo dos Lumière é extremamente variado, inclui filmes bastante diversos. Tentamos refletir um pouco desse caráter na seleção de filmes que servem de complemento a eles nas sessões. Procuramos então obras de épocas, países e formatos diferentes, além de ficções, documentários e filmes experimentais. Também consideramos importante trazer nomes já celebrados na história do cinema tanto quanto outros menos conhecidos ou discutidos”, explica Lucas Baptista, curador da mostra.

Lumière Cineasta conta com 19 programas, divididos em temas, como trabalho, cidade, natureza, viagem e família. Além disso, também foi preparado um curso de quatro aulas sobre a obra dos irmãos.

Um dos momentos mais marcantes da história do cinema e considerado, por muitos, seu ponto de partida, foi quando Auguste e Louis fizeram a primeira exibição pública de um filme. Isso aconteceu em 1895, no Grand Café, no Boulevard des Capucines em Paris, com a produção Saída da Fábrica, de 47 segundos, que mostrava os operários saindo do trabalho na fábrica da própria família Lumière.

Tempos mais tarde, os dois foram responsáveis pela primeira exibição na primeira sala de cinema do mundo, chamada Eden. Neste dia em dezembro de 1895, os irmãos apresentaram ao público o filme Chegada de um trem à estação da Ciotat, um filme de 60 segundos que mostrava o trem se aproximando de frente. A filmagem foi tão inovadora que o público correu do cinema achando que o trem invadiria a sala.

Desde então, a dupla criadora se desdobrou para fazer imagens e filmagens de cenas do cotidiano, uma das maiores características de sua obra. Com isso, eles se consagram não só como os inventores do cinematógrafo, mas também como cineastas que imprimiriam sua assinatura na história do cinema.

Como os Lumière trabalharam em diferentes gêneros, de certa forma há algo deles em cada vertente do cinema. Eles foram pioneiros em documentar eventos cotidianos, por exemplo, e inauguraram várias técnicas de encenação ou movimentação da câmera. Também usaram filmes para registrar viagens, observar a natureza, apreciar movimentos acrobáticos. E há também uma ideia mais geral que permanece uma fonte de interesse até hoje, que é a do cinema como ‘a arte da realidade’. Os Lumière foram os primeiros grandes realistas do cinema”, argumenta Baptista.

Desta forma, o impacto de suas criações para o cinema é de extrema importância para qualquer pessoa interessada na área, já que durante os anos de criação deles é possível ver as diversas linguagens do audiovisual serem descobertas e colocadas em prática, abrindo e expondo um leque de opções para o uso dessa ferramenta.

“Os Lumière, como se sabe, não foram os únicos ou mesmo os primeiros a desenvolver uma câmera para registrar o movimento. Mas, para além da intuição tecnológica e comercial que tiveram, e que os permitiu aperfeiçoar o mecanismo do cinematógrafo e a projeção a um público, eles tiveram uma curiosidade genuína sobre a ferramenta que utilizavam. Eles filmaram todo tipo de situação, e, conforme filmavam, pareciam descobrir novos usos para a câmera, o que por sua vez levava a novos temas a serem filmados, e assim por diante. Acompanhar a produção dos Lumière é praticamente uma jornada pelas possibilidades do cinema”, finaliza o curador.

Lumière Cineasta fica em cartaz até o dia 10 de fevereiro. 

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