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16 Março 2020 | Fernanda Mendes

Covid-19 e o impacto na indústria do cinema

Cinemas fechados, estreias e produções adiadas; confira todas as notícias sobre o assunto

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(Foto: Fernando Frazão)

Com o avanço da pandemia do Coronavírus (Covid-19), as perdas da indústria de entretenimento já são gigantescas.



Já neste último fim de semana, a arrecadação da bilheteria norte-americana foi a mais baixa desde 2000, quando houve bilheteria de US$ 54 milhões. Neste fim de semana, houve faturamento de US$ 55,3 milhões. Essa arrecadação representa uma queda de 45% com relação à semana anterior e já impacta em menos 9% a somatória anual.

Segundo análise do The Hollywood Reporter até agora foram perdidos pelo menos US$ 7 bilhões globais em bilheteria. Se a crise for até maio serão mais US$ 10 bilhões, gerando uma perda de cerca de US$ 17 bilhões no total. Agora é torcer para que esse surto não se estenda para depois de maio.

Além dos milhares de cinemas fechados ao redor do mundo, como orientação para não espalhar mais a doença, diversas estreias foram adiadas e produções suspensas. O adiamento para novembro de 007: Sem Tempo Para Morrer, da Universal, custará em torno de US$ 30 a 50 milhões para a distribuidora. O mesmo valor também impactará a Paramount que adiou Um Lugar Silencioso - Parte II oito dias antes da sua estreia oficial. Já as perdas de Velozes & Furiosos 9, também da Universal, não serão tão grandes, pois o adiamento do filme para 2021 aconteceu dois meses antes de sua estreia oficial.

Aliás, 007: Sem Tempo Para Morrer, Velozes & Furiosos 9 e Mulan – que também sofreu adiamento ainda sem nova data - tiveram conteúdos transmitidos durante o intervalo do último Super Bowl, o que contabiliza cerca de US$ 15 milhões gastos.

Além das estreias, mais produções tiveram suas filmagens suspensas, como o aguardado The Batman e a cinebiografia de Elvis Presley, ambos da Warner, além de o live-action da Pequena Sereia (Disney) que estava sendo filmado em Londres.

Aliás, já que suas produções para o cinema estão sendo suspensas, a Disney adiantou o lançamento digital de dois longas: Star Wars: Os Últimos Jedi em DVD e plataformas de streaming, e Frozen 2 no Disney +.

Já a Universal está pondo em prática o fim das janelas. Os filmes O Homem Invisível, A Caçada e Emma, que estão em cartaz em diversos países, foram liberados para as plataformas de streaming. Trolls 2 que chega nos cinemas em 20 de abril será disponibilizado simultaneamente em VOD também.

Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Matthew D. Loeb, presidente do IATSE (International Alliance of Theatrical Stage Employees ou Aliança Internacional dos Funcionários de Cinema, em tradução literal), lamentou a situação: “No momento, milhares de nossos membros de todos os setores da indústria do entretenimento estão sofrendo dificuldades financeiras por causa de cancelamentos feitos pelos governos. Os trabalhadores do entretenimento não devem sofrer danos na luta contra o Covid-19”. Ele ainda completa: “Mas isso não é apenas sobre nós. Estudos econômicos demonstram que os gastos em entretenimento reverberam em todo o mundo. Produções de filmes e televisão injetam US$ 49 bilhões por ano nos negócios locais, e a indústria de entretenimento em geral gera 2,1 milhões de empregos nas economias municipais e estaduais”.

Brasil

No Brasil, desde sexta-feira (13) os governos do Rio de Janeiro e Distrito Federal já decretaram a paralisação dos cinemas por 15 dias. Ontem (15) foi a vez dos cinemas de São Paulo e Campo Grande (MS) receberem a orientação, não o decreto, para fecharem suas salas por pelo menos 30 dias.

E hoje (16) o prefeito de Salvador (BA), ACM Neto decretou a paralisação dos cinemas a partir desta quarta-feira, dia 18, por 15 dias.

Enquanto isso, outras cidades do Brasil ainda estão com seus cinemas abertos e, alguns com medidas de prevenção como a venda de apenas 50% da capacidade total da sala e disponibilização de álcool gel. O Kinoplex fechou suas salas no Rio de Janeiro e no restante das cidades continua operando normalmente, com exceção do Distrito Federal. A Cinépolis também está com as atividades suspensas no RJ, mas no restante continua funcionando.

A Cinemark ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas em seu site a programação está normal.

O Espaço Itaú fechará as portas em todas suas unidades do País por tempo indeterminado.

Em Guaxupé, Minas Gerais, o Cine 14 Bis fechou suas portas por decisão própria. O Cine A, por enquanto, fechará só as portas da unidade em Resende (RJ), mantendo os seus cinemas de Minas Gerais, Goiás, Pará e São Paulo.

Com tudo isso, a bilheteria nacional deste fim de semana teve uma queda brusca e registou pouco mais de 500 mil espectadores entre os 10 filmes de maior bilheteria. Uma queda de 49% em relação à semana passada.

Distribuidoras

Os lançamentos também estão sendo adiados. Três Verões (Vitrine), O Chão Sob Meus Pés (Supo Mungam Films) e A Jornada (Paris), previstos para esta quinta, dia 19 de março, foram suspensos e novas datas em breve serão anunciadas.

A Paris também anunciou o adiamento, ainda sem nova data, de Magnatas do CrimeO 3º Andar - Terror na Rua Malasana, Enquanto Estivermos JuntosAs Faces do DemônioDepois a Louca Sou Eu.

Outros filmes adiados foram Tel Aviv Em Chamas (Pandora) que iria entrar na quinta-feira passada (12), Chão (Vitrine) previsto originalmente para 26 de março, A Febre (Vitrine) com data original de 16 de abril e Pacarrete (Vitrine) com estreia marcada para 30 abril. A Imovision também anunciou que seus próximos lançamentos estão suspensos no momento, incluindo o aguardado documentário Babenco – Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou.

A A2 Filmes também irá adiar a estreia dos seus próximos lançamentos até a situação se normalizar.

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