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30 Março 2020 | Fernanda Mendes

Exibidores da América Latina pedem ajuda aos governantes

Na Argentina, setor está em desacordo com as autoridades

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(Foto: Divulgação)

Na Europa, Estados Unidos e Brasil, a indústria cinematográfica já pede a ajuda das autoridades públicas para minimizar os impactos do Covid-19 no setor. Agora, chegou a vez de outros países da América Latina exigirem medidas governamentais.



No México, a Canacine (Câmara Nacional da Indústria Cinematográfica) diz que o dano ao setor audiovisual já é incalculável. “Hoje, está suspensa as filmagens e produções de nosso país, afetando aproximadamente 25 mil pessoas. As distribuidoras estão afetadas pelo adiamento das estreias e os exibidores se viram obrigados a fechar todas suas unidades, pondo em risco 50 mil empregos diretos e 150 mil empregos indiretos. Esses efeitos têm um impacto em todos os fornecedores em nossa cadeia de valor”, diz um comunicado oficial da Câmara.

Entre as medidas que pedem, estão as extensões e facilidades para apresentação de declarações fiscais; dedução de benefícios trabalhistas; e suspensão do imposto sobre os salários.

Por lá também, em meio à pandemia, foi aprovado um projeto de lei que exige que as plataformas de streaming como Netflix, Amazon, entre outras, tenham em sua programação 30% de produção nacional.

Argentina

No nosso vizinho, está cravada uma disputa entre o mercado exibidor e o INCAA, Instituto Nacional de Cinema e Arte Audiovisuais. Por lá, são mais de 10 mil trabalhadores da exibição que estão com seus empregos em jogo.

Em uma carta enviada ao governo na semana passada, os donos das salas de cinema exigem que o Ministério do Trabalho assuma o pagamento dos salários desses funcionários e que seja extinta a contribuição de seguro social durante essa crise.

Outras medidas pedidas também foram o subsídio de 100% de tarifas como luz, gás e telefone, além do diferimento de contribuições fiscais como deixar de pagar o chamado “imposto do cinema”, que é 10% do valor dos ingressos vendidos para alimentar o orçamento das produções locais.

Em resposta, o presidente do INCAA, Luis Puenzo, foi bastante duro com os exibidores argentinos. “Cabe pontuar que nos meses anteriores à pandemia os cinemas venderam mais ingressos que nos anos anteriores, e não há motivo algum para que reclamem, não entendi quem ficará com esse dinheiro”, disse em um comunicado oficial.

O presidente do Instituto alertou que aqueles que não depositarem, total ou parcialmente, o Imposto do Cinema dentro de 30 dias corridos após a expiração do prazo, será punível por lei. “E tenho certeza de que todos queremos evitar adicionar conflitos aos colocados pelas circunstâncias atuais”, acrescentou.

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