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16 Abril 2020 | Fernanda Mendes

"Somos a única indústria que tem o recurso próprio para se salvar", afirma Leonardo Edde em webinário da Revista Exibidor

Diversos representantes de entidades do setor falaram sobre a paralisação em meio à pandemia

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(Foto: Reprodução)

Ontem (15) aconteceu o terceiro webinário da Revista Exibidor com mais de 830 inscrições e lotação máxima na sala virtual de debate.

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Os representantes do SICAV (Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual), SIAESP (Sindicato da Indústria do Audiovisual do Estado de São Paulo), BRAVI (Brasil Audiovisual Independente) e SINDCINE (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual de São Paulo) falaram sobre as medidas que estão sendo tomadas para auxiliar o setor neste momento.

Sônia Santana, presidente do Sindcine, falou sobre o regime de trabalho PJ que predomina o mercado audiovisual. Para ela, isso é muito prejudicial neste momento, pois os freelancers não se enquadram em nenhuma linha de auxílio do Governo Federal. Junto com à Spcine, o sindicato está buscando garantir necessidades básicas (como alimentação) para os associados ao Sindcine e também não associados. “E é importante também que as empresas segurem seus funcionários não deixando que se diluam no mercado, porque vamos trabalhar muito depois que isso tudo passar. Haverá necessidade de se produzir publicidade, filmes, séries e outros conteúdos”.

Paulo Schimidt, membro da diretoria do SIAESP, também reforçou a impotência da produção audiovisual neste momento, já que o trabalho em um set de filmagem é justamente o contrário do que se exige no isolamento social. “Para o audiovisual a situação é tão grave quanto para as companhias aéreas. Se não tem voo, não tem empresa. E aqui se não tem filme, não tem atividade”.

E no meio desta crise não há medidas emergenciais para o setor, não há auxílio do Governo Federal. Como sindicato, o SIAESP está em conversações com os governos estaduais, municipais e federal. “Encontramos bastante respaldo nos parlamentares. O parlamento brasileiro tem nos enxergado com carinho, mas a interlocução com o Executivo é difícil”.

Sabemos que um dos grandes entraves é a paralisação do repasse das verbas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Essa questão foi muito abordada por Leonardo Edde, presidente do SICAV. Ele contou que junto com mais 35 entidades eles estão discutindo o setor, as necessidades para desenvolvimento da indústria e fazendo interlocução com o Congresso.

“Somos a única indústria que hoje tem o recurso próprio para se salvar. E talvez seja a única indústria que não consegue uma atuação mais efetiva do Executivo para poder liberar. As empresas até já tem esse direito adquirido, mas não conseguem essa liberação”, explicou.

Entre os espectadores, Laís Bodanzky, presidente da Spcine, pediu a palavra para explicar que a entidade já encaminhou dois ofícios para os integrantes do Comitê Gestor do FSA colocando à disposição a estrutura e o know-how do órgão para acelerar a liberação do arranjo pelo menos para a cidade de São Paulo, que é responsável por 25% da indústria de audiovisual do País.

Laís ainda ressaltou a importância do trabalho corpo a corpo com as Câmaras Municipais e não só com o Congresso Nacional. “Não tem nenhum vereador eleito com a causa do audiovisual então não tem nenhum vereador defendendo a gente. Tem gente defendendo a causa cultural, mas temos que explicar para eles que o audiovisual é uma indústria. Falta a compreensão de diálogo, temos que conversar, pedir a palavra”.

A Spcine também tem interesse em contribuir com o fundo do Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros (ICAB) que já recebeu a doação inicial de R$ 5 milhões da Netflix para auxiliar profissionais que foram impactados pela paralisação das produções. “Não é um dinheiro único, a primeira doação é da Netflix, mas estamos abertos para receber outros doadores para engordar esse fundo”, explicou Mauro Garcia, presidente da BRAVI, associação que compõe o comitê de avaliação do fundo.

Garcia também lembrou sobre o pagamento do Condecine pelas empresas de telecomunicação que foi ameaçado de suspensão na semana passada. “A nossa associação e as outras entidades não podem descuidar de outras situações do setor porque tem gente que está atuando para tirar um monte de coisa nossa. Não podemos descuidar da desconstrução do setor, porque aí realmente não teremos emprego, empresa e nem nada”.

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