28 Abril 2020 | Fernanda Mendes

Hollywood avalia alternativas para a volta das gravações

Muitos atores dizem que não querem voltar ainda este ano

Não se sabe ao certo quando as gravações de filmes, programas e séries em Hollywood poderão voltar à ativa, mas uma coisa é certa, mesmo voltando a funcionar, haverá muitos processos novos dentro dos sets de filmagem.

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Em matéria publicada pelo The Hollywood Reporter, produtores e entidades do setor disseram que estão estudando novos padrões que serão adotados para prevenir a contaminação pelo Covid-19.

Na liderança dessas conversas estão estúdios grandes como Disney e Warner, além de uniões como IATSE (Aliança Internacional de Funcionários dos Cinemas) e Directors Guild of America. “Há muitas discussões sobre como será o retorno. Haverá novos procedimentos nas produções e protocolos que têm como intuito a segurança e saúde, mas no fim das contas isso ficará diferente nas pequenas produtoras se comparado aos grandes estúdios”, disse Colleen Bell, integrante da Film Commission da Califórnia.

O presidente da entidade FilmLA, Paul Audley, acredita que as pequenas produtoras são as que mais têm chance de voltar a funcionar primeiro. Como o retorno às atividades tende a ser de forma gradual, num primeiro momento como ainda haverá a restrição para distanciamento social, as produções pequenas serão as primeiras autorizadas.

A previsão é que os grandes estúdios possam voltar às atividades em julho ou agosto, mas tudo isso pode mudar a qualquer momento.

Entre os procedimentos já previstos estão questões como: luvas e máscaras para os técnicos no set, com exceção dos atores, esterilização dos estúdios e equipamentos, higiene pessoal, e para proteger os artistas também há a discussão sobre cenas íntimas entre dois atores, que poderão ser filmados separadamente e reunidos na pós-produção. Ainda há também o debate sobre verificação da febre nos funcionários.

“Eu geralmente ficava empolgado com um novo roteiro, mas agora eu acho que estou empolgado por apresentar soluções para lavar as mãos”, brincou o presidente dos estúdios Pinewood, Frank Patterson, que também está instalando estações móveis de saneamento que poderão ser usadas nos sets.

Patterson também reforçou que será necessária a redução de pessoas nos estúdios, e até a separação dos funcionários por departamento, exigindo os crachás para que cada um só tenha acesso a seu respectivo setor.

A reportagem também afirma que autoridades de saúde de Los Angeles se reunirão com representantes e outras entidades de Hollywood para elaborar as novas diretrizes e avaliar o que será mais seguro: gravações em estúdio ou ao ar livre?

A Netflix encontrou uma alternativa e está de olho em territórios estrangeiros que já estão com a situação mais controlada como Islândia e Coreia do Sul.

Apesar de todas essas medidas de proteção, Frank Sicioli, CEO do First City Studio, contou ao The Hollywood Reporter que muitos atores já comunicaram que não voltarão a gravar ainda este ano. “Você não pode exigir que a indústria volte aos trilhos se os atores estão preocupados com suas seguranças”. Ele também explicou que mesmo àqueles que estão prontos para voltar a filmar, não gostam da ideia de pegar um avião para isso. “Os dias de fazer um programa de oito episódios e viajar para cinco países acabaram”, disse Paul Bronfman, CEO da William F. White Internacional, empresa canadense de aluguel de equipamentos para filmagens, que explicou que agora os produtores de Los Angeles estão optando por ficar perto de suas casas.

A integrante da Film Commission da Califórnia, Colleen Bell, está esperançosa sobre o futuro das gravações. “Essa é a comunidade criativa, então há muitas ideias criativas sobre como tentar e administrar essas novas circunstâncias nos sets”.