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30 Abril 2020 | Fernanda Mendes

Entrevista com Marcelo Bertini da Cinemark: “As grandes estreias certamente vão atrair os cinéfilos”

Presidente da maior exibidora do Brasil falou sobre o atual cenário e as perspectivas para a reabertura das salas

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(Foto: Eliana Rodrigues)

Com mais 640 salas no Brasil, a Cinemark é a maior exibidora do País, mas, assim como outras tantas redes, não ficou de fora dos impactos provocados pela pandemia do novo Coronavírus.

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O momento é de união e, claro, preservação da saúde dos colaboradores e espectadores. Em entrevista ao Portal Exibidor, o presidente da Cinemark Brasil, Marcelo Bertini, falou sobre o atual cenário e as perspectivas para a reabertura das salas. Para ele, as grandes estreias serão o chamariz para a volta dos espectadores. “Os cinemas terão muitas atrações imperdíveis para mostrar quando o público voltar às salas”.

Inclusive, nos EUA, o executivo da exibidora, Mark Zoradi, já declarou que pretende reabrir as salas no máximo até 1º de julho e aproveitar a estreia da nova produção de Christopher Nolan, Tenet (Warner), que deve atrair a audiência no fim de semana do dia 17 de julho. Por aqui, Bertini acredita que “ainda não é possível definir uma data”.

Confira a conversa na íntegra:

Revista Exibidor: Como foi a decisão em fechar todo o circuito da Cinemark em meio à pandemia?

Nossa primeira preocupação é com a saúde de nossos colaboradores e clientes. Desde o início, respeitamos a orientação das autoridades de saúde, com respeito à higienização dos complexos e orientações para a equipe. Antes mesmo do início do fechamento dos cinemas – que aconteceu praça a praça, e não por decisão do governo federal –, estávamos vendendo 50% das salas, respeitando as orientações sobre distanciamento entre os espectadores. Desta forma, foi uma evolução natural até o fechamento de toda a operação, quando já estávamos com mais da metade das salas paradas. Os nossos complexos estão fechados desde o dia 19 de março. Após o fechamento nosso foco foi o time, os colaboradores da Cinemark e a manutenção dos empregos para atravessar a crise.

Quais ações a Cinemark seguiu nas semanas seguintes?

A mais importante foi a negociação de um acordo com nossos colaboradores. Com a queda brusca de receita, propusemos um modelo onde todos se sacrificariam com uma parte para que ninguém tivesse um impacto de 100%. Manter todos no barco para atravessar um rio turbulento e sem ter muita noção exata de onde está a outra margem. Essa proposta se aplicou a todos os colaboradores – corporativo e operações.

A Cinemark Brasil está trabalhando com o delivery de produtos da bombonière, além da venda de baldes e produtos tematizados. Como surgiu a ideia para essas movimentações e qual a importância delas em meio à quarentena?

A parceria com o iFood é um projeto antigo da Cinemark, que integra a movimentação da rede com o objetivo de se aproximar cada vez mais dos espectadores, onde quer que eles estejam. A comercialização das nossas pipocas prontas também já era realizada em supermercados e lojas de conveniência, e agora se estendeu a plataformas de e-commerce como Magalu, B2W (já operando) e outras que devem entrar em breve. Recentemente iniciamos a venda dos itens exclusivos da rede como baldes, copos e garrafas temáticos de grandes sucessos do cinema para todo o Brasil, por meio de uma loja virtual. Seguimos estudando as possibilidades e avaliando o mercado para entender de que maneira podemos nos inserir, além, é claro, de nos preparamos para receber o público quando os cinemas reabrirem. 

O CEO da Cinemark nos EUA falou que pretende reabrir as salas no fim de junho para em julho já ter uma volta da frequência do público. Podemos esperar o mesmo da Cinemark Brasil? Quais as perspectivas?

Ainda não é possível definir uma data. Mas o setor audiovisual está em conversas constantes sobre o momento atual e sobre os próximos passos. Algumas distribuidoras já divulgaram datas possíveis para suas grandes estreias, outras estão aguardando a evolução da situação. O que podemos afirmar é que os cinemas terão muitas atrações imperdíveis para mostrar quando o público voltar às salas. 

Muito se fala sobre a ascensão das plataformas de streaming, que vinham tomando protagonismo antes do Covid-19, e agora se tornaram a principal fonte de entretenimento das pessoas. Como você enxerga o futuro no consumo de filmes e onde o cinema se encaixa nesse cenário?

O comportamento do consumidor está se modificando durante a quarentena. O aumento do consumo de serviços de streaming durante esse período é previsível, já que as pessoas estão em casa. Nós estamos acompanhando todas as transformações para entendermos as necessidades do nosso público. Mas continuamos acreditando que nada se compara à experiência de assistir um filme numa tela grande, com o conforto e a tecnologia que os cinemas proporcionam. Sem falar que, quando tudo voltar ao normal, as grandes estreias nos cinemas certamente vão atrair os cinéfilos e ajudá-los a retomar esse hábito assim que possível.

Como a Cinemark pretende atuar após o retorno das salas, em relação ao público, funcionários e mercado?

Como fizemos desde o início dessa crise, vamos continuar seguindo as orientações das autoridades de saúde, para que os nossos colaboradores e espectadores tenham toda a segurança para retornar às salas.

Por fim, gostaria de deixar um recado aos seus colegas de mercado?

Em momentos como esse nós percebemos a força do nosso mercado, que é unido pela paixão. Em breve todos nós estaremos de volta levando arte e emoção ao público.

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