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11 Junho 2020 | Fernanda Mendes

Filme experimental “Cativeiro” narra resgate da elefanta Lady

Em entrevista, Fabrício Brambatti explica a obra

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(Foto: Reprodução)

Desenvolvido por Fabricio Brambatti, também conhecido como Urso Morto, em parceria com a agência Wieden+Kennedy SP, o filme experimental Cativeiro já pode ser visto na página do projeto no Instagram (@ca.ti.vei.ro). Com cerca de 12 minutos de duração, a obra está dividida em cinco partes, que exploram diferentes percepções de confinamento, destino e liberdade e propõe uma reflexão sobre as prisões que o próprio ser humano cria para viver em sociedade.

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Em entrevista ao Portal Exibidor, Fabrício contou como nasceu a história de Cativeiro. “Quando recebi o convite de acompanhar o resgate da elefanta Lady fui entendendo o que significa manter um animal no circo. Comecei a refletir sobre o que o ser humano é capaz para se manter “livre”. Como é importante para nós humanos demonstrar o poder sobre o outro, principalmente se ele for gigante. Quanto mais indomável for o animal mais o homem torna-se herói. Desafiar a morte em troca de aplausos, dominar seres vivos para acariciar o nosso próprio ego solitário, ver um ser vivo que nasceu acorrentado se tornar livre, mesmo que não por inteiro, foi o que inspirou o pensamento que rodeia o filme”.

O diretor viajou por quinze dias com Gabriel Bianchini, que divide a fotografia do filme, para acompanhar o resgate da elefanta Lady no fim de 2019. Agora, em quarentena, o cineasta falou sobre a coincidência com a temática do filme. “O momento de isolamento reforça o quanto estamos aprisionados e a reflexão que o filme propõe desliza sem esforço nesse emaranhado de pensamentos que estão sendo levantados por conta das distancias e incertezas que vivemos agora”.

O filme é o primeiro projeto artístico produzido pelo escritório da Wieden+Kennedy SP no Brasil. Cativeiro surgiu de uma longa conversa com a agência, que vem debatendo a necessidade da produção de conteúdos artísticos e o apoio a projetos autorais. O projeto foi realizado a partir de uma parceria entre a Wieden+Kennedy e a Angústia, projeto audiovisual liderado pelo diretor.

“Enxergo o futuro do audiovisual respeitando mais a diversidade. Há muito tempo obras são ignoradas por não se enquadrarem nos padrões da indústria. E desfrutando dessa independência autores e autoras dessas “obras recusadas” na grande mídia corroeram estruturas e encontraram um espaço. O que era considerado amador por não chegar nas telas do velho cinema passa a ser observado com mais respeito pelos olhos gananciosos dos que dominam o meio, assim como o público que outra hora não era interessante para o bolso de quem manda”, finaliza.

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