31 Julho 2020 | Fernanda Mendes
Marcelo Bertini fala sobre desafios da Cinemark para retomada
“Estamos virando uma empresa de limpeza antes de qualquer coisa”, contou em entrevista ao Mercado Eletrônico
Em uma entrevista ao vivo ontem (31) para o Mercado Eletrônico, Marcelo Bertini, CEO da Cinemark Brasil, falou sobre o atual momento que a indústria cinematográfica passa em meio ao Covid-19, e deu detalhes do plano de contingência da exibidora para lidar com a situação.
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Na primeira semana da quarentena (início de março), a equipe da Cinemark montou um comitê de crise para desenhar um plano que abrangesse o cuidado e bem-estar com os funcionários e para renegociar milhares de contratos. Bertini ressaltou que ninguém da rede foi demitido.
O grande desafio, segundo o executivo, está sendo o trabalho remoto. “Como manter uma gestão em um momento de crise sem ver as pessoas que estão a sua volta? Estamos sendo obrigados a certificar e homologar novos fornecedores a distância. Por conta dos novos protocolos de segurança, estamos contactando fornecedores que até então não faziam parte do nosso leque e isso também temos que fazer remotamente. Mas está sendo um trabalho muito bem executado”.
Inclusive, em relação a esses novos procedimentos de sanitização, Bertini salientou que na reabertura dos complexos da exibidora, as mudanças serão radicais, focando na jornada do cliente e evitando ao máximo o contato desnecessário. Com uma série de soluções digitais e tecnológicas, o cliente vai ter a possibilidade de entrar e sair do cinema com apenas um contato físico, só para pegar a sua compra na bombonière. “O bom é que estamos fazendo tudo sem interferir na experiência final do cliente. Haverá menos gente nos pontos de venda, e muito mais gente trabalhando na sanitização”, explicou.
Em breve a Cinemark vai divulgar uma parceria com uma marca de renome na área de sanitização. Um dos objetivos da parceria é passar mais credibilidade ao público.
Protocolos e data de reabertura
Em um momento de medo e insegurança por conta do Covid-19, os exibidores ainda precisam lidar com as inúmeras orientações de diferentes autoridades governamentais, o que causa confusão e desespero para o setor. Para Bertini, o processo de higienização será “insano” e “jamais antes visto”. “Cada estado define o protocolo de segurança de um jeito, depois cada município interpreta como será. Teremos que lidar com 50 protocolos diferentes. Estamos virando uma empresa de limpeza antes de qualquer coisa”.
Sobre a data de reabertura, esse também é um tema que gera discussões infinitas. Além de depender da liberação de cada município, também há a dependência da definição das datas dos filmes. Com operação em 50 cidades brasileiras, a Cinemark espera ter condições de reabrir suas salas entre final de agosto e início de setembro.
“Sobreviveremos a esse momento. Inclusive as pesquisas que têm sido feitas apontam um grande desejo dos clientes de voltarem aos cinemas e abriremos as salas em breve. Os clientes vêm nos dando muita força, manifestando nas redes sociais a vontade de voltar ao cinema e isso está sendo muito reforçado”, finalizou.
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