25 Setembro 2020 | Fernanda Mendes
Cinemas no Reino Unido sofrem com falta de novos títulos
Mais cinemas independentes precisam fechar por baixa venda de ingressos
Cada vez mais os cinemas independentes no Reino Unido estão voltando a fechar as portas por falta de público. Hoje (25) foi a vez do multiplex de seis salas, o Peckhamplex, suspender sua operação até pelo menos 12 de novembro, data de estreia de 007 - Sem Tempo Para Morrer (Universal).
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O cinema havia reaberto em 26 de agosto, com o lançamento de Tenet (Warner), mas depois da agitação inicial, a frequência do público começou a cair drasticamente. “Ainda há uma cautela em voltar aos cinemas, mas as pessoas não estavam indo porque simplesmente não havia filmes. Eu entendo o porquê os distribuidores estão adiando, tendo o mercado norte-americano em mente, mas suas decisões estão se estendendo para exibidores do mundo todo”, disse John Reiss, presidente do Peckhamplex.
O executivo explicou que nenhum dos 40 funcionários do cinema foi demitido e a decisão de fechar o local temporariamente justamente é para manter o emprego desses profissionais. “Já gastamos muito de nossas reservas mantendo o cinema aberto, e não queremos ir direto às margens”.
Recentemente, a Warner e a Disney adiaram novamente grandes títulos como Viúva Negra (Disney), que internacionalmente está previsto para maio de 2021, e Mulher-Maravilha 1984 (Warner) para o Natal.
Em entrevista ao Screen Daily, o chefe-executivo da UK Cinema Association alertou que mais cinemas podem encarar os mesmos desafios por conta da falta de novos títulos para exibir. “Os cinemas têm feito de tudo o que podem para receber os clientes de volta em uma experiência segura e agradável - e temos muitas evidências de que eles tiveram sucesso nos protocolos – mas, sem novos títulos significativos, este continuará sendo um ambiente de negócios extremamente desafiador”.
Ainda segundo o Screen Daily, Lucy Jones, da Comscore, revelou recentemente que a bilheteria do Reino Unido e Irlanda para 2020 até o momento é atualmente cerca de 69% menor do que no mesmo período do ano passado.
E o medo de uma nova onda de contágios de Covid-19 na região assusta ainda mais. Dimitrios Mitsinikos, da Gower Street, acredita que se uma segunda onda vier à tona, o ano fechará com cerca de 70 milhões de ingressos vendidos, o menos número desde 1985.
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