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09 Novembro 2020 | Renata Vomero

Spcine Play aplicará teste de representação feminina em sua curadoria

32 dos 98 longas do catálogo da plataforma passaram na primeira avaliação

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(Foto: Divulgação)

A partir deste mês, o Spcine Play, plataforma de vídeos sob demanda da Spcine, aplicará em suas produções o Teste de Bechdel, que tem como objetivo analisar a qualidade da representação feminina nas narrativas.



Na primeira avaliação, 32 dos 98 longas do catálogo passaram no teste. Para serem aprovadas, as produções precisam ter ao menos duas personagens com nome (a questão do nome ainda é discutida), que conversam entre si sobre qualquer assunto que não seja homem.  Algumas vezes se adiciona a condição de que s duas mulheres tenham nomes. Muitas obras contemporâneas falham no teste, que é um indicativo de preconceito de gênero. 

Em resposta exclusiva ao Portal Exibidor, Malu Andrade, Diretora de Desenvolvimento de Políticas Audiovisuais da Spcine, explicou que: "A aplicação do teste é a consolidação de um movimento iniciado há 4 anos pela sociedade civil. O teste não evidencia se um filme é feminista, porém, diz muito sobre como as narrativas são construídas. Ele precisa ser visto sempre pela ótica positiva, ou seja, da boa prática, e não punitiva, por isto é importante a Spcine, que elabora as políticas públicas, aplicá-lo. Não significa que não licenciaremos filmes que não passam no teste, significa que estamos apontando à audiência e também aos realizadores que mulheres são múltiplas. Após o conhecimento do teste no Brasil, realizadoras pararam para analisar seus próprios filmes, é importante o reconhecimento, o desejo da mudança”. Vale ressaltar que essa conquista foi coordenada por Malu Andrade e toda e equipe de difusão da Spcine.

O teste foi criado há mais de 30 anos pela ilustradora Alison Bechdel, quando ela percebeu que a maioria das mulheres nos filmes eram retratadas apenas como forma de desenvolver a história do protagonista masculino, fosse em forma de mocinha a ser salva, fosse como seu interesse amoroso. Todas elas sem profundidade ou pluralidade.

A análise dos filmes não mede a qualidade deles como obra cinematográfica, portanto, não impede que os longas sejam comercializados, exibidos em festivais ou selecionados nas premiações. O teste, como disse Malu Andrade, não tem caráter punitivo.

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