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17 Fevereiro 2021 | Renata Vomero

Cineastas europeus pedem transparência nos números de audiência dos streamings

Falta de informações impede negociações justas de remuneração

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Série "Lupin" da Netflix (Foto: Netflix)

A Federação de Diretores de Cinema e TV da Europa divulgou um comunicado convocando as empresas de streaming a tornarem seus dados de audiência mais transparentes para tornar as negociações de remuneração mais justas de acordo com o sucesso nas plataformas.



Mesmo com os streamings ganhando cada vez mais força, os números de visualizações de cada produção ainda seguem obscuros, com algumas divulgações pontuais e sem uma métrica padronizada. Desta forma, segundo a Federação, isso dificulta com que os artistas precifiquem seus trabalhos de acordo com o real alcance global e lucros que trará à empresa.

No momento, os cineastas negociam contratos prévios com essas companhias de acordo com o orçamento direcionado para cada produção. Isso é diferente das negociações que acontecem com os estúdios de cinema, que garantem participação nos lucros de bilheteria, ou em direitos de uso daquela obra para outros fins comerciais, por exemplo. Sem contar que com os dados de arrecadação abertos, os cineastas conseguem valorizar seu portfólio para contratações e negociações futuras.

"Sem informações sobre o desempenho real de seus trabalhos, os autores e seus representantes estão negociando com os olhos vendados. Este modelo é injusto porque os artistas compartilham um valor criativo significativo, risco de reputação e econômico em cada projeto e devem ter o direito de compartilhar os benefícios de seu uso e sucesso para construir carreiras sustentáveis”, afirma o comunicado da federação.

Esta é uma demanda que cresce ainda mais frente à pandemia, quando séries e filmes de streaming estão com ainda mais visibilidade. Em divulgações recentes, os serviços mostraram recordes de audiência e crescimento em receita e assinaturas, o que parece não alcançar os responsáveis pelas obras que atraem esse volume de espectadores.

A Europa vem discutindo mudanças na regulamentação desses serviços, que não contam com tanto controle legal, como outros conglomerados de mídia já contam. Entre as pautas discutidas está a mudança na legislação em torno de direitos autorais e distribuição de conteúdos audiovisuais online.

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