01 Abril 2021 | Renata Vomero

Futuro de "Morte no Nilo" se torna problema para Disney

Alvo de denúncias sexuais, Armie Hammer está entre os protagonistas do filme

Hollywood nunca mais foi a mesma depois do movimento #Metoo, que levou a uma avalanche de denúncias de assédio sexual contra grandes nomes da indústria. Pela primeira vez, via-se estes profissionais sofrendo punições, sendo demitidos ou perdendo contratos. Foi o que aconteceu com nomes como Kevin Spacey, Woody Allen, Johnny Depp e Harvey Weinstein. 

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Em meio a tudo isso, diversos estúdios passaram a ligar o radar na hora das contratações e quando um escândalo surge no meio do desenvolvimento de uma produção, é uma baita dor de cabeça para solucionar o problema, já que nenhuma empresa quer ter o nome ligado a alguém envolvido neste tipo de denúncia.

Muito menos a Disney, empresa tão ligada ao universo infantil, e que agora tem um problemão destes para resolver. O conglomerado tem nas mãos Morte no Nilo, filme baseado no universo de Agatha Christie e sequência de Assassinato no Expresso do Oriente. O título foi mais uma das produções herdadas com a compra da Fox, e tem como um dos principais atores Armie Hammer, envolvido em uma onda de denúncias relacionados a estupro, canibalismo, assédio sexual e violência doméstica.

Com todas essas notícias vindo à tona, ele foi cortado da maior parte das produções em que estava envolvido e largado pela agência que cuidava de sua carreira, mesmo negando todas as acusações. Morte no Nilo vem sendo adiado por conta da pandemia e acaba de ser reposicionado para fevereiro do ano que vem.

Uma análise da Variety investigou a situação e parece que a Disney está ainda tomando a decisão a respeito do que fazer de fato com o título. O adiamento é uma esperança de que até lá Hammer não esteja tanto no centro das atenções ou que a história seja toda resolvida. No entanto, outro problema está com relação a toda a equipe do filme, que conta com Gal Gadot, Kenneth Branagh, Letitia Wright, Emma Mackey, Rose Leslie e Annette Bening.

O estúdio se vê dividido em respeito a todos estes talentos, fortes nomes de Hollywood, inclusive. Ainda assim, a possibilidade de uma substituição e, por consequência regravações, está descartada, tanto pelos custos disso, quanto pela dificuldade de conseguir agenda do elenco e equipe.

Se seguir com o planejamento atual, mesmo que excluam o ator da campanha de divulgação e deixem aberto a decisão de seguir com o lançamento em consideração pela equipe, ainda é possível que tanto elenco, quanto estúdio, sejam confrontados quanto a isso, tirando o foco do filme.

A possibilidade de um lançamento direto no Hulu é o está se mostrando ser o caminho acertado para a produção. Conseguindo, assim, escapar dos holofotes quanto à polêmica, mas sem engavetar o título.

Fica em aberto se, com tudo isso, haverá espaço para a continuação da franquia e ainda mais em como será o futuro da Armie Hammer na indústria. O ator se tornou aclamado por seu papel em Me Chame Pelo Seu Nome, de Luca Guadagnino. Com o sucesso, uma sequência estava no radar para ser produzida. Ao que tudo indica, até este projeto deverá ser deixado de lado.