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11 Agosto 2021 | Renata Vomero

"Dois + Dois" provoca reflexão bem-humorada sobre amor e variadas formas de se relacionar

Produção estreia nesta quinta-feira (12) no Brasil

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(Foto: Downtown/Paris)

O longa Dois + Dois (Downtown/Paris) estreia nesta quinta-feira (12) nos cinemas brasileiros e promete levar uma boa reflexão ao público sobre a forma como enxerga os relacionamentos, bem como, no caso dos casais heterossexuais, o papel de homens e mulheres nas relações

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O longa marca a estreia de Marcelo Saback na direção, renomado roteirista de comédia, e adapta o sucesso argentino homônimo lançado no início dos anos 2010. O filme aborda, então, de forma humorada o intercâmbio entre casais, interpretados por Carol Castro, Marcelo Serrado, Roberta Rodrigues e Marcelo Laham. Mas não só isso, abre espaço para falar sobre amor, desejo, individualidade, autonomia feminina e relações para além das amorosas.

“É um assunto que poderia ir para várias camadas, o que mais me inspira é usar a questão da sensualidade, também da lealdade para um questionamento sobre a sociedade. Usamos de toda a elegância para não cair no vulgar, colocamos personagens com questionamentos profundos. Mesmo a relação entre os amigos, a competição profissional, a relação das amigas, tudo isso serve de base para contar uma história de amor, porque cada um se ama nas relações”, explicou o diretor em coletiva de imprensa realizada em formato online na semana passada.

Nesse sentido, entrou em cena um grande desafio, adaptar o filme argentino para o gosto do público brasileiro, tão diferente. Somado a isso, vem também quase uma década de transformação da sociedade, em que a discussão sobre o amor livre, poliamor e outras formas de se relacionar já estão bem mais aceitas – embora ainda não naturalizadas. Além da abertura para essa discussão, a versão brasileira também dá o protagonismo às mulheres, neste caso, à Emília, personagem de Carol Castro.

“Quando vi o filme argentino, achei divertido, mas achei... argentino. Precisava trazer para as nossas questões, inverti e levei para a Emília, porque queria levantar que essa questão da sexualidade poderia ser levantada pelo olhar feminino, somos um país muito machista, então, quis colocar isso de forma natural, leve e que deve ser mostrado. Precisamos expressar nossos desejos. Também tive que adaptar para a realidade brasileira, para o nosso humor, que é mais ácido. O filme argentino é muito mais erótico, e isso já saiu em pesquisas aqui que não funciona tanto. Tínhamos que ter cuidado com isso, porque eu queria aprofundar mais na história do amor, queria elevar a história do amor e diminuir a questão da sexualidade, é tudo para justificar o amor”, reforçou o cineasta.

Desta forma, está em Emília o grande arco que movimenta a trama como um todo, uma personagem que inicia o filme de uma forma e se transforma ao sugerir e mergulhar nesta experiência do swing com o marido. Algo que passa uma mensagem bastante importante ao público tanto feminino, quanto masculino.

“É uma personagem muito rica, é muito importante dar esse poder e essa voz de ação à mulher, é muito atual. Acho que a mulher tem que ter seu lugar de falar, se colocar e fazer o que quiser, sem ser julgada por isso”, refletiu Carol Castro.

Com tudo isso, a equipe do filme ainda reforça que, apesar de grandes avanços, este ainda é um assunto delicado ao público brasileiro, ainda um pouco moralista. Para eles, neste sentido, o filme ganha ainda mais importância por justamente provocar essa reflexão no espectador.

“Tive a preocupação de não julgar nenhum tipo de conduta em relacionamento, era levantar a discussão de forma leve. A comédia pode levantar assuntos pertinentes e com crítica, se a gente não entender que podemos levantar questões com humor, tampouco vamos entender o tamanho do nosso drama. Não sei se puritano é a palavra para o brasileiro, mas temos questões religiosos muito arraigadas. Os argentinos são diferentes, seus heróis vieram da literatura. Senti que podíamos tratar isso numa perspectiva não de puritanismo, mas de liberdade”, finalizou Saback.

Dois + Dois tem produção da Paris Entretenimento, coprodução da Globo Filmes e Buena Vista, e distribuição da Paris Filmes e Downtown Filmes. Inclusive, o filme entra na nova fase da Paris Entretenimento de trabalhar os conteúdos junto às marcas apoiadoras, um caminho bastante interessante para o cinema nacional e que aparece de forma bem inserida na narrativa, desenvolvendo o braço de branded content.

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