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20 Abril 2022 | Renata Vomero

Pela primeira vez em uma década, Netflix registra perda de assinantes

Streaming contou com 200 mil clientes a menos no trimestre

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(Foto: Netflix)

A Netflix divulgou ontem seu relatório sobre o balanço do primeiro trimestre do ano (janeiro a março). Surpreendendo a todos, pela primeira vez em uma década, a gigante do streaming reportou perda de assinantes e não foi pouca: 200 mil.

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A perda vai no sentido oposto às estimativas da própria empresa quanto ao balanço do período. A expectativa era de conquistar mais 2,5 milhões de assinantes nestes três primeiros meses do ano. Com essa queda, agora a plataforma estima perder mais 2 milhões de clientes até o meio do ano, quando termina o segundo trimestre.

Ainda assim, a empresa soma 221,6 milhões de assinaturas globais e obteve crescimento no período apenas na região da Ásia e países do pacífico. A notícia veio como uma bomba no mercado, gerando efeito imediato em Wall Street, derrubando as ações da empresa em 36%. Agora com os menores valores desde 2018, registrando US$222 por ação.

Os executivos da Netflix tentam responder as perguntas que todos fazem quando se deparam com esse número: por quê? E a verdade é que muitas podem ser as respostas para isso. A primeira delas é de estarmos no que muitos analistas apontavam como um ponto de rompimento da bolha do streaming depois de sua rápida aceleração. Com outros serviços entrando na concorrência durante a pandemia, era de se imaginar que quando ela chegasse em um momento mais leve, os usuários cancelariam os serviços.

Aliás, muito se fala agora no revezamento de assinaturas, com os espectadores assinando e cancelando seus planos de acordo com o que querem consumir naquele momento. E isso faz muito sentido.

Outro fator levantado pelos executivos vai ao encontro de recentes anúncios da Netflix em estudar um plano que cobre taxas dos usuários que compartilharem senhas. Segundo estimativas da própria Netflix, a plataforma é acessada por cerca de 100 milhões lares que usam uma senha compartilhada, ou seja, não pagam pelo serviço.

No entanto, é possível que este mesmo anúncio de criarem uma política de custo extra para a prática tenha a ver com os cancelamentos. Não é de hoje que o plano da Netflix vem sido alvo de críticas por conta do alto custo, preço este que foi aumentado recentemente na América do Norte, inclusive. Há uma boa disparidade com relação aos outros serviços.

Também não é raro ver quem reclame dos próprios conteúdos da plataforma, alegando uma perda de qualidade em detrimento da quantidade de novos títulos originais que são lançados semanalmente.

Ainda tem outro fator interessante, os outros streamings ligados às grandes majors de Hollywood tem como carta na manga o encurtamento de janela para as plataformas com seus grandes lançamentos nos cinemas. Nesta semana mesmo o público já pode conferir Batman na HBO Max, por exemplo, o filme estreou em março na telona e é considerado uma das aguardadas novidades do ano nos cinemas.

Com a notícia, algumas horas depois saiu a informação de que a Netflix está estudando lançar um plano mais acessível que seja apoiado por publicidade, esta costuma ser uma versão que muitos serviços disponibilizam para garantir maior acesso (e clientes) para suas plataformas. Além disso, a plataforma se mantém com a ideia de criar uma política mais rígida para diminuir o compartilhamento de senhas.  

 

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