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24 Junho 2022 | Renata Vomero

CineEurope reforça papel crucial da união entre exibição e distribuição para o mercado

Evento terminou nesta quinta-feira (23) e trouxe mensagem otimista ao futuro

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(Foto: Divulgação)

A CineEurope aconteceu entre os dias 20 e 23 de junho em Barcelona e trouxe uma série de insights e perspectivas para o futuro do setor na Europa e no mundo, ainda combalido pela pandemia. Ainda assim, as expectativas são de recuperação para 2023, mas precisam-se dar alguns passos importantes para chegar a ela.

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Foi justamente sobre isso que alguns executivos de importantes players do setor falaram em algumas das conversas realizadas durante a convenção. A Mesa “Looking into the Future” abordou a questão da janela de exibição entre cinema e streaming, retomando a importância do cinema como primeira grande vitrine.

“Houve longos períodos em que os cinemas estavam fechados ou foram muito prejudicados com todas as restrições. Agora que estamos saindo da pandemia, somos lembrados do poder do cinema”, comentou Niels Swinkels, vice-presidente executivo e diretor administrativo da Universal Pictures International.

Ele reforçou a importância da união entre distribuição e exibição, agora mais do que nunca, para que haja um funcionamento mais saudável da indústria, agora encontrando mais concorrência na disputa da atenção dos espectadores.

“Não podemos fazer com que os streamers tenham essa vantagem competitiva sobre nós no que sabem por meio de seu algoritmo e no que rastreiam por meio de seus serviços . Temos o poder de os exibidores estarem nos mercados locais”, ressaltou.

Nesse sentido é apontada para a importância do exibidor, que está em contato direto com o público final, entender o público e trazer todo esse conhecimento e informações para que os estúdios também trabalhem melhor suas estratégias, tudo isso em conjunto.

Os executivos também enfatizaram que essa união é importante também para ressaltar para o público a ideia de que ver um filme no cinema é uma experiência única, algo que ele não encontrar em nenhum outro lugar.

“Temo que dar ao público algo que eles não podem obter em outro lugar e fazê-lo voltar novamente. Não é uma coisa unilateral – é sobre o que podemos fazer juntos”, disse Tony Chambers, chefe de distribuição teatral global da Disney.

Nesse sentido, a questão dos preços foi levantada e realmente é algo que tem gerado diversos debates ao longo de eventos de mercado. Alguns players do mercado estão estudando formas de criar mais oportunidades promocionais, ou até mesmo o chamado preço dinâmico, que varia de acordo com horários, filme e sessões.

“Há um lugar e um preço para cada parte do mercado, em cada cinema. Você tem um preço para todos os segmentos de clientes e uma experiência que combina com isso”, Jane Hastings, CEO da rede Event Hospitality & Entertainment, que opera na Austrália, Nova Zelândia e agora também na Alemanha (via Cinestar).

E aí mais uma vez entrou na conversa a questão da união entre distribuição e exibição, embora a primeira não tenha interferência nos preços, mas sim na experiência que vai atrair o espectador para comprar o ingresso.

“O preço é apenas um elemento do que precisamos fazer. Você pode ter o preço mais baixo, mas se as pessoas não estiverem tendo uma experiência incrível, elas não voltarão ao cinema novamente”, finalizou o executivo da Disney.

Sobre gêneros

Em outra mesa de debate, a Re-Imagining the Big Screen Experience exibidores falaram sobre qual tem sido a percepção com relação ao que o público está mais assistindo. Estavam presentes representantes da Kinepolis e Cineplexx Group, além dos cinemas independentes Rio (em Londres) e Filmhuis Den Haag (Haia).

Eles concordaram sobre como os blockbusters de ação estão sendo o gênero favorito do público e responsáveis por essas grandes bilheterias que estamos vendo agora. No entanto, também destacaram a falta de oferta para títulos da família, além de comédias, um gênero que vem ganhando mais espaço no streaming nos últimos anos.

Os executivos também apontaram para a falta do público feminino mais maduro, esse que ficou de fora da audiência de Top Gun: Maverick, por exemplo. Assim como o público sênior e no geral, especialmente para filmes de arte, tratados por eles como “mais sofisticados”.

Reforço na oferta

As majors de Hollywood fizeram as suas tradicionais apresentações de line-up para o mercado, como tem sido de costume, reforçando ainda mais o compromisso com a tela grande, agora totalmente exclusiva como primeira janela.

No painel da Paramount, que apresentou títulos como Babilônia, Dungeons & Dragons, Tartarugas Ninjas, Transformers, além do próximo Patrulha Canina. O evento ainda contou com a presença de Tom Cruise, que subiu ao palco para agradecer pela parceria com os exibidores para o sucesso de Top Gun: Maverick e foi recebido de pé sob aplausos.

O destaque da Warner foi Elvis, da Baz Luhrman, e que estreia no começo de julho nos cinemas. Aclamado em Cannes, o filme chega aos cinemas com grandes expectativas de público e bilheteria.

A distribuidora também destacou DC Liga dos Superpets, Adão Negro, Shazam! Fúria dos Deuses, o próximo Aquaman e Teh Flash, todos eles destaques da DC. Meg 2, Salam’s Lot e Evil Dead Rise.

As apostas da Sony envolveram Lilo, Lilo Crocodilo, Trem-Bala, The Woman King, Um Lugar Bem Longe Daqui, além das aguardadas sequências de Caça Fantasmas e Homem-Aranha no Aranhaverso, este programado para 2023.

Por parte da Disney, foi enfatizada a estreia próxima de Thor: Amor e Trovão, bem como de Avatar: O Caminha da Água. Também tiveram menções ou materiais de Indiana Jones 5, Elemental e Mundo Estranho, ambos da Pixar. Além de Amsterdã, Empire of Light, See How They Run e Next Goal Wins também estiveram entre os conteúdos destacados.

Os destaques da Universal foram Minions 2: A Origem de Gru, Halloween Ends, Mais que Amigos, Friends; Megan, Ticket to Paradise, Beast, O Gato de Botas 2, Violent Night, Till, além de Oppenheimer, próximo filme de Christopher Nolan.

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