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22 Setembro 2022 | Ana Paula Pappa

Gestores culturais debatem sobre investimentos governamentais: "o acesso à Cultura é dever do Estado"

Representantes de João Pessoa, Rio de Janeiro e Salvador se reúnem para debater as obrigações do Estado e mostrar as iniciativas de cada cidade

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(Foto: Daniel Souza e Neto Nunes)

Com o objetivo de debater as estratégias utilizadas pelos órgãos públicos municipais  na democratização do acesso a produções audiovisuais, a SPcine apresentou o painel O papel do Estado na difusão do audiovisual na Expocine 2022 com moderação de Lyara Oliveira e participação de Marcus Alves(Funjope), Maurício Hirata Filho (RioFilme), Felipe Dias Rêgo (Fundação Gregório de Mattos). 

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A discussão trouxe exemplos práticos das experiências atuais e vislumbrou maneiras de aperfeiçoar essa relação, além de levantar provocações acerca do tema em meio ao contexto que o audiovisual vive atualmente no Brasil. 

Marcus Alves propõe uma renovação no Ministério da Cultura e afirma que para termos um setor audiovisual forte é necessário ter acesso aos equipamentos e estruturas. “Não defendo que o Estado deve fazer tudo pela gente, mas sim que haja um diálogo entre os organismos”, explicou. 

Seu objetivo é transformar João Pessoa em referência de profissionais da área, mas para isso é necessário investimento. “Na fundação estamos vivendo de recursos próprios e não sei por quanto tempo mais isso acontecerá. Enquanto isso, festas locais, manifestação das paróquias, dos grupos de cultura, teatros e a companhia municipal de dança segue sendo bancados integralmente por nós”, contou. Segundo ele, não há oportunidades de editais para que consiga reposicionar a cultura neste momento. 

Em paralelo, a RioFilmes está vivendo um momento de retomada da produção audiovisual agora que tanto a cidade quanto o estado estão sob gestões que incentivam a cultura. Mauricio Hirata lembra que é papel do Estado garantir a diversidade de produções incentivando uma variedade de visões de mundo e narrativas, além de estimular as obras nacionais, já que ir ao cinema faz parte dos direitos do cidadão. 

Em termos de difusão, a RioFilme atua com duas frentes na cidade: Circuito Cine Carioca, que inaugurou salas em periferias que tiveram ocupação de 40% e filmes a R$5; e o investimento em mostras e festivais, que criam eventos com experiências trazendo diretores, atores e profissionais do setor incentivando a ida dos espectadores para as salas de cinema. 

A Fundação Gregório de Mattos, em Salvador, comanda a organização cultural da cidade e tem o compromisso de realizar um Festival de Cultura na capital baiana, além de inaugurar seu escritório de audiovisual que intensificará ainda mais a atuação nesta área. Para Felipe Dias, “não adianta falar de difusão se não temos uma produção forte e salas de cinema para a distribuição”. 

A cidade já organizou projetos como o Cinema na Praça, que consistia em uma estrutura básica para levar cinemas para as periferias, além de também terem criado cineclubes espalhados por Salvador. 

Um dos desafios em vista é iniciar a articulação com outras secretarias, como a de Educação, trazendo as escolas para os cinemas também para que a estrutura trabalhe de maneira integrada como um todo para que o cinema possa chegar cada vez a mais pessoas. 

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