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20 Dezembro 2022 | Renata Vomero

Projeto de capacitação audiovisual de jovens da periferia encerra hoje as inscrições

Iniciativa da Spcine e escola virtual co. liga tem mil vagas em cursos de audiovisual e investem na produção de 120 curtas-metragens

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(Foto: Divulgação)

Apenas 2% dos filmes lançados no Brasil têm homens negros como diretores ou roteiristas, mostrou levantamento da Ancine de 2018. Mulheres negras e pessoas trans têm participação ainda menor. Com o objetivo de promover a diversidade no setor audiovisual por meio da qualificação profissional de jovens talentos periféricos, foi lançado no dia 9 de novembro o projeto Meu Olhar, parceria da escola digital de economia criativa, a co. liga – da Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI) – com a Fundação Roberto Marinho e a Spcine.

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O projeto Meu Olhar vai oferecer formação gratuita para 1.000 jovens da periferia de São Paulo, em especial pessoas negras ou indígenas, mulheres, mães solo e pessoas transgênero, e apoiar a produção de 120 curtas-metragens, assinados por esses estudantes, com uma bolsa-realização de R$ 3 mil cada. O edital também garantirá que as produções cheguem ao grande público: 24 curtas selecionados por voto popular serão exibidos no Canal Futura.

As inscrições podem ser realizadas até hoje, 20 de dezembro, pelo site da co. liga, em Link . Lá, os candidatos podem acessar o regulamento completo com informações detalhadas sobre o projeto, bem como preencher o formulário de inscrição.

“Tendo em vista o crescimento de 70% das indústrias da Economia Criativa de 2005 a 2015 no Brasil e os 50 milhões de jovens que buscam um caminho mais assertivo para trilhar no mercado de trabalho, buscamos a Spcine e a Fundação Roberto Marinho para uma parceria que atendesse essa população. A co. liga nasceu com esse objetivo; é um caminho para que esses jovens possam desenvolver os seus potenciais, beneficiando a todos os envolvidos e a sociedade brasileira”, afirmou o diretor da OEI, Raphael Callou.

Para a diretora-presidente da Spcine, Viviane Ferreira, é fundamental que o poder público contribua com o fomento e incentivo à formação e evidência de talentos presentes na juventude que têm produzido em coletivos periféricos, organizações sociais, universidades e em processos autodidatas.

Segundo ela, a criatividade e o recurso humano qualificado são a força motriz da economia criativa, garantindo retornos estruturantes para setor audiovisual e à economia da cidade. "Em nosso último estudo, intitulado como Impacto Socioeconômico no Setor Audiovisual de 2015 a 2021, levantamos que o setor tem impacto econômico direto na vida de 1,5 milhões de paulistanos. Por isso é tão importante que a Spcine, enquanto empresa pública de fomento à política do audiovisual na cidade de São Paulo, contribua para que novas narrativas sejam criadas, levadas ao maior número de pessoas possíveis, reforçando um ciclo virtuoso de formação de público e alcance de ampla audiência”.

A formação vai acontecer em quatro ciclos, que somarão mais de 40 horas-aula. O primeiro ciclo é composto por dois cursos introdutórios da co. liga, que apresentam a linguagem audiovisual e técnicas para a construção de narrativas. O segundo ciclo conta com outros conteúdos voltados para a capacitação dos mil (1.000) jovens com relação aos processos criativos envolvidos na produção de um curta, especialmente no desenvolvimento de roteiro e de técnicas de direção. Também serão desenvolvidas as habilidades de formatação de projetos audiovisuais e produção executiva. Ao fim deste ciclo formativo, os jovens deverão submeter um projeto de curta duração a um júri que fará a seleção de cento e vinte (120) melhores projetos. Cada jovem selecionado receberá uma verba de três mil reais (R$3.000,00) para produzir seus curtas. O terceiro ciclo formativo é composto de masterclasses e mentorias, também em plataforma digital. Todos os mil jovens terão acesso às masterclasses, com temáticas de roteiro, produção, direção, arte, fotografia e pós-produção. Além disso, os 880 jovens não selecionados serão contemplados com workshops para aprimorarem suas habilidades de elaboração e apresentação de projetos.

Já as mentorias serão direcionadas para orientar os 120 selecionados na produção e pós-produção de seus curtas. Os curtas finalizados serão avaliados por um júri popular (via YouTube do Canal Futura), que premiará 24 curtas. As produções receberão um prêmio simbólico da Spcine; serão exibidos pelo Futura na TV e disponibilizados pelo Futura no YouTube, compondo uma playlist especial.

“A co. liga tem o objetivo de fortalecer o coletivo das juventudes brasileiras no seu processo de inserção produtiva, pelos caminhos da cultura, da arte, da inovação. Essa parceria com a Spcine beneficia tanto o mercado audiovisual, que se enriquece com a diversidade de olhares e narrativas, quanto os jovens que aspiram se tornar realizadores e terão contato com profissionais qualificados e experientes”, afirmou o secretário geral da Fundação Roberto Marinho, João Alegria.

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