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14 Setembro 2023 | Yuri Codogno

Cine Belas Artes não terá patrocínio do Grupo Petrópolis a partir do ano que vem

Cinema foi reaberto em 2014 e, para não fechar novamente, precisará de um novo parceiro comercial

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(Foto: Divulgação)

O Cine Belas Artes, um dos mais tradicionais cinemas de rua da cidade de São Paulo - e quiçá do país inteiro - não terá o seu patrocínio renovado pelo Grupo Petrópolis, correndo risco de fechar as portas novamente. Atualmente nomeado de Petra Belas Artes, o contrato vigente se encerrará no final deste ano, colocando um grande ponto de interrogação para seu funcionamento a partir de janeiro de 2024. 



O Belas Artes precisa de um patrocínio para seguir com as atividades, ele é fundamental para arcar com as despesas de aluguel e despesas de manutenção que vão além do escopo de nossa atividade de cinema. Afinal de contas, estamos na [esquina entre] Avenida Paulista e Rua da Consolação, uma região hipervalorizada da cidade de São Paulo, e em um prédio com mais de 70 anos de existência”, disse Juliana Brito, diretora executiva do Belas Artes, em entrevista ao Portal Exibidor.

O cinema foi fundado, segundo o site da prefeitura de São Paulo, em 1943, ainda sob nome de Cine Ritz, mudando em 1948 para Cine Trianon e, em 1967, finalmente foi batizado de Cine Belas Artes. Desde então, o espaço passou por diversos períodos em que foi fechado e reaberto, mas nunca perdeu o status de ser um símbolo da cultura na capital paulista. 

Mais recentemente, após passar alguns anos fechado depois de perder o patrocínio do banco HSBC, o cinema foi reaberto em 2014 e, até 2019, se manteve como Caixa Belas Artes, em um patrocínio com a Caixa Econômica Federal. E, de 2019 até o momento, está contando com o apoio do Grupo Petrópolis. 

A atual crise é oriunda do pedido de recuperação judicial que a cervejaria entrou em março deste ano, mas apenas recentemente o cinema teve certeza de que o patrocínio iria se encerrar, como contou Juliana: “No início do ano, quando ficamos sabendo sobre a situação de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, essa preocupação cruzou nossas mentes, porém ficamos confiantes devido a ótima parceria que temos. Somente semana passada ficamos sabendo da real impossibilidade da continuidade do patrocínio, uma decisão que entendemos e respeitamos”.

Por mês, segundo números informados pelo G1, aproximadamente 22 mil pessoas circulam em média entre as seis salas do complexo. Com a possibilidade de fechar as portas novamente, o Cine Belas Artes está em busca de um novo parceiro comercial para continuar oferecendo filmes - que vão dos independentes aos blockbusters - para os fiéis cinéfilos do espaço.

“Seguimos confiantes na busca de um novo parceiro. O Belas Artes é um grande ativo, ícone cultural da cidade e o retorno em exposição de marca é avassalador, ainda mais quando comparado ao montante do investimento”, ressaltou Juliana.

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