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09 Fevereiro 2024 | Redação

Ancine divulga análise sobre conteúdos VoD no Brasil e evidencia falta de produções nacionais

Maioria dos conteúdos brasileiros estão em plataformas nacionais, enquanto nas estrangeiras número fica abaixo de 10% do total de títulos

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(Foto: Reprodução)

A Ancine divulgou a segunda edição do Panorama Sobre Serviços de Vídeo por Demanda no Brasil e trouxe análises sobre o catálogo de 62 plataformas de serviços de VoD disponíveis ao público nacional. O estudo analisou mais de 60 mil títulos disponíveis nas plataformas e identificou que menos de 10% das obras são brasileiras.



Os dados apresentados foram apurados em 2023 pela Secretaria de Regulação da Ancine e a segunda edição do estudo trouxe evoluções em sua metodologia em relação ao primeiro, especialmente a partir do uso das informações relativas às obras audiovisuais registradas na Agência.

O relatório buscou identificar as características do conteúdo disponibilizado, a exemplo da proporção de filmes e séries, dos diferentes modelos de negócio, do ano de produção das obras, da sua nacionalidade e independência, dentre outras. Como dito anteriormente, as análises consideram mais de 60 mil títulos disponíveis na modalidade por subscrição (assinatura - SVoD) para o público brasileiro e mais de 23 mil oferecidos na modalidade transacional (aluguel ou compra - TVoD).

Diante dos dados, foi possível identificar que mais da metade dos conteúdos não seriados nos catálogos, independentemente da modalidade de serviço, tem menos de 10 anos. Com relação aos conteúdos seriados, o Panorama destaca que a maior participação de obras com até 2 anos de lançamento está disponível na modalidade SVoD.

Em relação ao conteúdo nacional, os números mostram uma falta de prioridade de produções brasileiras por parte das plataformas. O estudo avaliou uma mostra dos 24 principais serviços ofertados no país, identificando que cerca de 9% das obras disponíveis possuem Certificado de Produto Brasileiro (CPB). Além disso, 6,3% são classificadas como obras brasileiras independentes constituintes de espaço qualificado. Excluindo-se as obras sem a possibilidade de identificação de sua nacionalidade, esses percentuais vão para 14% e 10%, respectivamente.

Dentro desse recorte das principais plataformas do país, como esperado, as plataformas nacionais se destacaram em relação ao conteúdo nacional. Enquanto a maior parte do conteúdo brasileiro está concentrado nessas plataformas, as plataformas estrangeiras, em sua maioria, tem um percentual de conteúdo brasileiro que não ultrapassa 5% na maioria dos casos.

Em números absolutos, o total de plataformas brasileiras oferece 1.800 obras brasileiras independentes de espaço qualificado e 991 obras brasileiras não-independentes ou comuns, em um total de cerca de 14 mil obras disponibilizadas. As plataformas estrangeiras, por sua vez, têm 2.373 obras brasileiras independentes de espaço qualificado e 659 brasileiras não-independentes ou comuns, em um total de mais de 40 mil obras disponibilizadas.

O Panorama também dá destaque às cinco plataformas de serviços de VoD de maior audiência no Brasil (Amazon Prime Video, Disney+, Globoplay, HBO Max e Netflix) e verifica que a participação das obras com CPB é de cerca de 8,5% em relação aos totais de conteúdos, sendo que as obras independentes constituintes de espaço qualificado correspondem a 5,1%.

Em relação às obras nacionais que foram lançadas nas salas de cinema, o estudo mostrou que pouco mais da metade delas estão disponíveis nos serviços de streaming. Em média, 53% (1.198 do total de 2.251) dos filmes brasileiros lançados desde 1995 nas salas de cinema estão disponíveis em ao menos uma das 24 plataformas da amostra.

Apesar de conseguir apresentar números detalhados sobre o conteúdo brasileiro disponibilizado nas plataformas, o relatório da Ancine também apontou algumas necessidades de aprimoramento. Nos mais de 60 mil títulos analisados foi possível identificar títulos que possuem as características necessárias para serem consideradas obras brasileiras independentes, nos termos da legislação e possibilitando, ainda, diferenciar as obras cujos direitos patrimoniais são de propriedade de empresas brasileiras, daquelas que, mesmo sendo produzidas no país, são de propriedade de empresas estrangeiras. Mas, ainda assim, a Agência afirmou que "o significativo número de obras cuja nacionalidade não pôde ser identificada reforça a necessidade do aprimoramento das fontes de informações primárias prestadas à Ancine".

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