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29 Março 2024 | Redação

Famílias gastam em média US$ 61 mensais com streamings nos EUA, enquanto usuários ainda compartilham senha na Netflix

Diferentes estudos mostram que aumento dos preços das assinaturas incomodam usuários, que cogitam cancelar os serviços em caso de novos aumentos

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(Foto: Reprodução)

Uma pesquisa feita pela Deloitte nos Estados Unidos mostrou que os recentes aumentos nos preço das assinaturas de serviços de streamings tiveram um impacto no bolso dos usuários, elevando o custo mensal com as assinaturas de US$ 48 em 2022 para US$ 61 em 2023. Além disso, apesar da Netflix ter alterado sua política para evitar o compartilhamento de senhas entre os usuários, um estudo do Leichtman Research Group (LRG) nos Estados Unidos mostrou que 10% dos assinantes da plataforma ainda emprestam a assinatura de outra pessoa. As informações são do Indie Wire.

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Em relação aos gastos mensais, a pesquisa identificou que os usuários estão bastante insatisfeitos. O aumento de um ano para o outro significou um acréscimo  de 27% para assinar, em média, quatro diferentes streamings, e 48% dos consumidores entrevistados também afirmaram que cancelariam seu serviço favorito se os preços mensais tivessem um aumento de US$ 5. Ainda de acordo com o estudo, 36% dos entrevistados disseram que o conteúdo disponível nas plataformas não vale o preço cobrado.

Mas, apesar da insatisfação, o número de cancelamentos caiu. Enquanto 44% dos entrevistados disse ter cancelado pelo menos a assinatura de um serviço de streaming em 2022, o número caiu para 40% em 2023. Um dos motivos apontados pela pesquisa para a diminuição no número de cancelamentos é o chamado "empacotamento de serviços". Nos Estados Unidos, por exemplo, a Disney lançou um trio de serviços em uma mesma assinatura que inclui Disney+, ESPN+ e Hulu, com o custo mensal de US$ 12,99, enquanto clientes da empresa de telecomunicações Verizon possuem desconto na assinatura conjunta de Netflix e Max.

"Os serviços de streaming atingiram um momento crucial. Entregar ótimo conteúdo não é mais suficiente – a curadoria de uma experiência mais personalizada, projetada para combinar melhor o conteúdo com preferências e interesses pessoais, é o próximo passo", destacou Jana Arbanas, vice-presidente da Deloitte.

Ao todo, a pesquisa ouviu 3.500 consumidores de streamings nos Estados Unidos durante o mês de outubro de 2023.

Um dos motivos apontados na pesquisa para um possível cancelamento dos serviços é o aumento dos custos das assinaturas. Nesse sentido, a Netflix, além de aumentar seus custos, criou uma nova política para coibir o compartilhamento de senhas entre os usuários. Apesar de em um primeiro momento o número de assinantes da plataforma ter aumentado nos Estados Unidos, uma pesquisa do Leichtman Research Group (LRG) mostrou que 10% dos assinantes da plataforma ainda fazem uso do "macete".

No Brasil a política começou a valer em maio do ano passado, quando assinantes que desejassem compartilhar a conta com outra pessoa deveriam incluir um assinante extra no perfil pelo valor de R$ 12,90. Mas, nos Estados Unidos a pesquisa do LRG analisou mais de 2.500 domicílios e conclui que  10% dos usuários da Netflix ainda pedem emprestado a senha de outra pessoa. A comparação com os outros anos, segundo dados do próprio LRG, permite concluir que o trabalho da Netflix nesse sentido está funcionando: em 2022, 15% dos usuários da plataforma pediam emprestada a senha de outra pessoa; em 2020, a taxa era de 14% e, em 2018, 16%.

O estudo ainda apontou que com a taxa de assinante extra nos EUA custando US$ 7,99 por mês, a plataforma está deixando de lucrar algo em torno de US$ 200 milhões por ano, levando-se em conta o número de assinantes da plataforma. Em todo o mundo são aproximadamente 260 milhões.

"O compartilhamento de senhas continua prevalecendo em toda a indústria de streaming de vídeo, apesar dos recentes esforços para limitá-lo. O estudo descobriu que 10% de todos os serviços são emprestados de outra pessoa. No geral, 20% das famílias têm pelo menos um serviço pago por outra residência", destacou Bruce Leichtman, presidente e analista principal do Leichtman Research Group.

Vale destacar que apesar de alguns usuários ainda compartilharem a senha da Netflix, a plataforma conseguiu adicionar 8,8 milhões de assinantes globais nos dois primeiros trimestres fiscais completos após o lançamento da nova política. Foi um aumento de 10,8% no terceiro trimestre do último ano e de 12,8% no quarto trimestre. O crescimento do quarto trimestre foi o melhor de todos os tempos da Netflix entre outubro e dezembro.

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