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12 Abril 2024 | Renata Vomero

Destaque no Fantaspoa, "The Island Between Tides" moderniza terror centenário de J. M. Barrie

Diretores Austin Andrews e Andrew Holmes estarão presencialmente no Festival

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(Foto: Divulgação)

Um dos destaques da 20ª edição do prestigiado Festival Fantaspoa, que ocorrerá entre os dias 10 e 28 de abril em Porto Alegre, é a exibição de The Island Between Tides, dos diretores canadenses Austin Andrews e Andrew Holme. A dupla, inclusive, estará presenta na primeira exibição do dia 13 de abril para um bate-papo com o público.

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O filme terá ainda uma segunda exibição no dia 16 e a participação do longa e dos cineastas marca uma das primeiras exibições do filme, que teve um debut no Cinequest, da Califórnia. O longa é a primeira adaptação para cinema da peça “Mary Rose” (1920) de J.M. Barrie, autor de “Peter Pan”. A produção ainda não tem distribuição no Brasil, estando sem previsão de estreia no circuito comercial, por enquanto.

Mas tudo poderia ter sido diferente, já que quem se interessou bastante por essa narrativa foi ninguém mais ninguém menos do que Alfred Hitchcock, que chegou a adquirir os direitos para o filme nos anos 1960 e até a iniciar a produção, mas o projeto acabou não seguindo em frente o que pode ter sido um dos arrependimentos do mestre do cinema.

Com um elenco encabeçado por Paloma Kwiatkowski, David Mazouz, Donal Logue e Camille Sullivan, The Island Between Tides conta a história de Lily, uma jovem que segue uma misteriosa melodia até uma remota ilha de maré. Ao retornar na próxima maré baixa, ela emerge em uma realidade onde décadas se passaram. Enquanto o mundo ao seu redor se transformou, Lily permanece imutável, desencadeando uma série de eventos sobrenaturais que desafiam sua compreensão do tempo e da realidade.

O Portal Exibidor conversou com os diretores sobre a adaptação e a vinda ao Brasil; confira:

Quais foram os desafios de dar vida à primeira adaptação da peça de J.M. Barrie?

ANDREW: Bem, acho que o aspecto mais interessante dos desafios foi tentar pegar uma história ambientada na década de 1920 e trazê-la para a década de 2020. E isso envolveu pegar uma história ambientada nas Hébridas Escocesas e trazê-la para um cenário norte-americano. Depois de nos estabelecermos em nosso cenário no norte da Colúmbia Britânica, tivemos que enraizar os temas em circunstâncias modernas que se ajustassem aos problemas modernos, que seria o desaparecimento de uma menina. E há muito mais recursos hoje do que em 1920. Há muito mais lacunas a preencher quando se trata de uma história como esta.

AUSTIN: Nosso primeiro filme que dirigimos também foi uma adaptação, mas um tipo de adaptação muito diferente. Literalmente, cada palavra daquela peça foi o roteiro do filme, enquanto The Island Between Tides é uma adaptação mais livre, onde pegamos as ideias, os temas, a impressão que a peça deu, mas criamos nossa própria história e damos nosso toque nela.

Esta é uma história criada há 100 anos, com grande apelo ao público, mas ainda pouco conhecida. Quais são as particularidades desta narrativa e como ela se relaciona com o nosso tempo atual?

AUSTIN: Assim como o mais o conhecido Peter Pan, de J.M. Barrie, há uma verdadeira atemporalidade nesta história que trata do tempo perdido. Na verdade, vivemos hoje em uma época muito mais ansiosa do que há um século. As ideias da peça são talvez ainda mais relevantes agora, através do regresso de Lily a um mundo que ela não reconhece ou conhece, do que seriam quando a peça foi realmente escrita.

ANDREW: Para acrescentar a isso, eu diria que os temas da peça e do nosso filme giram em torno do luto e de como é lamentar a perda de um membro da família. A dor que as pessoas sentem enquanto estão de luto não muda, sejam em cem ou mil anos.

Esta narrativa está circulando há décadas, incluindo grande interesse de Alfred Hitchcock, mas como foi ser o responsável por este filme?

ANDREW: Foi um grande privilégio ser a primeira equipe a adaptar essa história para um longa-metragem. Nossa prioridade, em primeiro lugar, era criar um filme divertido que o público gostasse e que nós gostássemos. O fato de um grande cineasta como Hitchcock ter se interessado em adaptar isso apenas validou que era uma história que valia a pena ser contada, e fizemos nosso melhor trabalho para fazer isso.

AUSTIN: Também sabíamos que, se nos apegássemos muito ao estilo Hitchcockiano, estaríamos prestando um péssimo serviço à história, então queríamos encontrar nosso próprio caminho para isso. O ângulo de Hitchcock é quase uma história de bastidor interessante.

Vocês farão uma das primeiras exibições do filme no Fantaspoa, no Brasil, país conhecido por adorar filmes de terror. Quais são suas expectativas com esta exibição e com a vinda ao país?

AUSTIN: Tivemos nossa estreia mundial no mês passado no Cinequest, na Califórnia, e Fantaspoa representa a primeira vez que o filme será visto fora dos Estados Unidos. Estamos muito entusiasmados por poder assisti-lo com um público que faz parte do gênero para o qual foi planejado. É um mistério sobrenatural sombrio e gótico com um verdadeiro sabor de terror, e sempre foi feito para ganhar vida com o público.

ANDREW: A parte emocionante da exibição no Fantaspoa é o fato de eles serem ótimos formadores de opinião para filmes de gênero em geral. É muito bom ser validado por um festival tão prestigiado, e o filme encontrar um público que vai se agarrar a ele, é uma sensação ótima.

Quais são as expectativas gerais em relação à recepção do filme pelo público?

ANDREW: Fizemos o nosso melhor para torná-lo o mais assustador possível, então esperamos que o público se emocione e desperte algumas emoções também. No fundo, é um drama familiar e esperamos que comece a fazer as pessoas olharem para dentro para ver como reagiriam em uma situação semelhante.

AUSTIN: Andy e eu conversamos muito sobre querer fazer os tipos de filmes que seriam nossos filmes favoritos se outras pessoas os tivessem feito primeiro, e The Island Between Tides é nossa primeira tentativa séria de fazer isso. Para as pessoas se deixarem levar pelo clima, pela atmosfera, e entrarem nessa montanha-russa que realmente tentamos criar, e sentirem que saíram dela apreciando o tempo limitado que todos nós temos , você sabe, que é a ideia central do filme. Isso irá percorrer um longo caminho!

 

Confira as datas de exibição de The Island Between Tides no Festival Fantaspoa:

CINEMATECA CAPITÓLIO - 13/04 (sábado) - 18h15

SESSÃO COMENTADA COM OS DIRETORES AUSTIN ANDREWS E ANDREW HOLMES

CINEMATECA CAPITÓLIO - 16/04 (terça) - 13h

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