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16 Abril 2024 | Yuri Codogno

Vendas de ingressos cresceram quase 20% em 2023, segundo anuário da Ancine

Brasil registrou crescimento superior a 17% na renda e mais salas em funcionamento do que em 2022

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(Foto: Divulgação)

Em 2023, o Brasil continuou sua jornada em busca da recuperação dos bons números que os cinemas apresentavam antes da pandemia. Em comparação com 2022, o ano passado registrou aumento de 19,7% no número de ingressos vendidos, além da melhora na renda em 17,5% e 1,6% a mais de salas abertas. As informações são do anuário da Ancine, através do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), divulgado na semana passada.

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O período abordado pelo anuário é referente a 5 de janeiro de 2023, início da primeira cine-semana do ano, e 3 de janeiro de 2024.

Em números absolutos, foram 114.076.575 de ingressos vendidos para 709 longas (415 inéditos), que renderam R$ 2,237 bilhões. O cinema internacional foi responsável por 254 estreias que venderam 110,3 milhões de ingressos e tiveram receita de R$ 2,169 bilhões. Já o cinema nacional foi responsável por 161 lançamentos que obtiveram 3,7 milhões de espectadores e R$ 67 milhões em renda. 

O parque exibidor, por sua vez, encerrou 2023 com 3.468 salas abertas, número muito próximo às 3.507 salas de 2019. Em relação aos complexos, são 841 ano passado contra 852 no último ano pré-pandêmico. 

Como esperado, o ranking dos 20 filmes mais vistos em 2023 é composto apenas por produções gringas, sendo elas:

  • - Barbie (Warner): 10,6 milhões;
  • - Super Mario Bros (Universal): 6,5 milhões;
  • - Velozes e Furioso 10 (Universal): 6,4 milhões;
  • - Gato de Botas 2: O Último Pedido (Universal): 5,2 milhões;
  • - Avatar: O Caminho da Água (Disney): 4,8 milhões;
  • - Guardiões da Galáxia Vol. 3 (Disney): 4,3 milhões;
  • - A Pequena Sereia (Disney): 4,12 milhões;
  • - Elementos (Disney): 4,1 milhões;
  • - Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (Sony): 3 milhões;
  • - Oppenheimer (Universal): 2,937 milhões;
  • - A Freira 2 (Warner): 2,934 milhões;
  • - Five Nights At Freddy’s - O Pesadelo Sem Fim (Universal): 2,9 milhões;
  • - Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (Disney): 2,69 milhões;
  • - Som da Liberdade (Paris Filmes): 2,64 milhões;
  • - John Wick 4: Baba Yaga (Paris Filmes): 2,3 milhões;
  • - Besouro Azul (Warner): 2,08 milhões;
  • - Jogos Vorazes - A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (Paris Filmes): 2,03 milhões;
  • - Wonka (Warner): 1,92 milhão;
  • - Aquaman 2: O Reino Perdido (Warner): 1,91 milhão;
  • - The Flash (Warner): 1,8 milhão.

Já a lista dos 20 filmes nacionais de maior público ficou assim:

  • - Nosso Sonho (Vitrine): 505 mil;
  • - Minha Irmã e Eu (Paris/Downtown): 468 mil;
  • - Os Aventureiros - A Origem (Warner): 418 mil;
  • - Mamonas Assassinas, o Filme (Imagem): 314 mil;
  • - Mussum, o Filmis (Downtown/Paris): 212 mil;
  • - O Sequestro do Voo 375 (Disney): 196 mil;
  • - Ó Paí, Ó 2 (H2O Films): 161 mil;
  • - Meu Nome é Gal (Downtown/Paris): 153 mil;
  • - Desapega (Imagem): 150 mil;
  • - Ninguém é de Ninguém (Sony): 139 mil;
  • - As Aventuras de Poliana - O Filme (Warner): 102 mil;
  • - Perdida (Disney): 91 mil;
  • - Elis & Tom, Só Tinha De Ser Com Você (O2 Play): 68 mil;
  • - Uma Fada Veio Me Visitar (Imagem): 63 mil;
  • - Tá Escrito (Downtown/Paris): 55 mil;
  • - Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro (Sony): 51 mil;
  • - Retratos Fantasmas (Vitrine): 50 mil;
  • - Enaldinho e o Mistério da Lagoa (Imagem): 47 mil;
  • - O Porteiro (Imagem): 46 mil;
  • - Nas Ondas da Fé (Imagem): 36 mil.

Vale lembrar que a maior parte do público de Minha Irmã e Eu, que já superou 2,3 milhões de espectadores, aconteceu em 2024. E também citar que o público do cinema nacional dos três primeiros meses deste ano quase dobrou o número total do ano passado: 6,28 mi (2024) x 3,7 mi (2023).

Algo bastante abordado foi a recuperação do mercado em relação ao período 2017-19. Apesar de constante, a recuperação no Brasil está mais devagar do que em outros importantes mercados. O Brasil terminou ano passado com público de 65,5% em relação ao triênio, abaixo de México (67,9%), Grã-Bretanha (70,8%), Espanha (75,3%), Itália (77%), Portugal (80,3%), Alemanha (82,9%), França (86,9%) e Argentina (92%). O número brasileiro, entretanto, está muito próximo de Estados Unidos + Canadá, que ficou em 65,7% - apenas 0,2% de diferença, um indício de que ainda somos muito dependentes de Hollywood.

“Como consequência, o cenário de 2023 deve orientar as políticas públicas de fomento e regulação para o mercado cinematográfico neste ano. O tempo e o grau de recuperação também deverão ser considerados na defesa de medidas anticíclicas para o setor, como a modulação de prazos da linha de crédito emergencial do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e a manutenção de programas emergenciais de retomada (PERSE)”, ressaltou o anuário.  

Para 2024, as expectativas se dão especialmente para a produção nacional, visto que, além do ótimo momento vivido, a Cota de Tela foi aprovada e está em vias de ter suas normas divulgadas. “Em linha com a recuperação dos filmes brasileiros, houve o lançamento de Chamadas Públicas do FSA voltadas a parcerias internacionais e filmes com alto potencial de bilheteria, bem como para a valorização do desempenho comercial e artístico das produtoras brasileiras independentes, o que totaliza neste ano de 2024, um investimento de R$ 500 milhões na produção cinematográfica independente. Os novos investimentos objetivam a ocupação de mercado e o aumento de bilheteria dos filmes brasileiros, impulsionando a trajetória crescente do mercado nacional”, concluiu o anuário.

Outros temas destacados pelo levantamento:

  • - O ranking de público por distribuidoras: Warner + Universal (55 milhões), Disney (24 milhões), Paris Filmes (9,9 milhões), Sony (8,6 milhões), Paramount (8,1 milhões), Diamond Films (2,08 milhões), Imagem Filmes (2,02 milhões), Vitrine Filmes (599 mil), California Filme (467 mil) e Cinecolor Films (283 mil).

  • - As redes exibidoras com mais ingressos vendidos foram: Cinemark (18,1%), Cinépolis (11,9%), Kinoplex (5,7%), Araújo (4,4%), UCI (4,2%), Cinesystem (4%), Cineflix (3,5%), Moviecom (2,9%), Grupo Cine (2,7%) e Centerplex (2,3%). As demais redes ficaram com 33,8%, enquanto as independentes representaram 6,5% dos ingressos vendidos. 

  • - Quantidade de salas por complexo: 1 sala (18,9%), 2 salas (16,3%), 3 salas (10,9%), 4 salas (14,5%), 5 salas (11,8%), 6 salas (10,1%), 7 salas (5,8%), 8 salas (4,6%), 9 salas (2,4%), 10 salas (2,6%), 11 salas (0,8%), 12 salas (0,6%), 13 salas (0,2%), 15 salas (0,2%) e 18 salas (0,1%)

  • - Tipo de filmes lançados: Ficção (74,7%), Documentário (17,1%), Animação (7,5%), Religioso (0,5%) e Variedades (0,2%).

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