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17 Maio 2024 | Redação

Pavilhão de Filmes da China chega a Cannes com mais de 180 títulos para internacionalizar produção local

Organizações de cinema da China querem utilizar o espaço no festival para apresentar produções chinesas ao mundo e promover oportunidades de intercâmbio e coproduções

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(Foto: Divulgação)

A 77ª edição do Festival de Cannes começou nesta terça-feira (14) e o cinema chinês chegou com força em um dos mais importantes eventos do cinema mundial. O país chegou ao evento com a intenção de apresentar seus sucessos ao mundo e também promover oportunidades de colaborações internacionais para seus profissionais da indústria cinematográfica. No total, há mais de 60 empresas cinematográficas chinesas envolvidas no Pavilhão de Filmes da China e mais de 180 títulos locais serão apresentados para o público. As informações são do The Hollywood Reporter.



A organização do espaço é feita pela China Film Co-Production Corporation (CFCC) sob a orientação da China Film Administration e, uma prova da força do cinema chinês, é que o filme Yolo fez uma das maiores aberturas globais de 2024 ao arrecadar US$ 110,3 milhões em seu primeiro final de semana de exibição e, no total, chegou a aproximadamente US$ 500 milhões. A expectativa do mercado local, inclusive, era arrecadar US$ 1 bilhão em bilheteria no feriado do Ano Novo Lunar, de 10 a 17 de fevereiro deste ano. Com esse impulso do feriado, as bilheterias da China arrecadaram US$ 2,8 bilhões até o dia 5 de maio, sendo responsável por 35% de toda a receita cinematográfica global no ano.

Um porta-voz da CFCC afirmou ao The Hollywood Reporter que a intenção do mercado chinês é promover a internacionalização do seu cinema em Cannes, através de trocas e intercâmbios com profissionais de outros países. "Esperamos promover o intercâmbio e a cooperação entre as indústrias cinematográficas chinesas e estrangeiras através do Pavilhão de Filmes da China e ajudar os filmes chineses a se tornarem globais. Através do Pavilhão e do filme como meio, o entendimento mútuo entre cineastas chineses e estrangeiros pode ser aprofundado para promover ainda mais a comunicação e a cooperação para o desenvolvimento mútuo. O Pavilhão de Filmes da China continuará a explorar uma plataforma mais ampla para o intercâmbio de filmes chineses e estrangeiros", destacou.

Dados da CFCC apontam que foram produzidos 971 filmes na China no último ano, dos quais 792 foram longas-metragens, e a bilheteria da parte continental do país atingiu US$ 7,7 bilhões em 2023, confirmando a posição do país como o segundo maior mercado cinematográfico do mundo.

"O florescente mercado chinês despertou o interesse de cineastas internacionais. No estande do Pavilhão de Filmes da China, livretos sobre os filmes chineses exibidos e visões gerais da coprodução de filmes chineses-estrangeiros atraíram muitos visitantes, enquanto os vídeos promocionais temáticos mostrando o desempenho mais recente da indústria cinematográfica chinesa na tela grande foram exibidos e também cativou numerosos visitantes", disse o porta-voz sobre os excelentes números das produções locais.

Entre as atrações do Pavilhão de Filmes da China está um painel com o título "Como a Indústria Cinematográfica da China Coopera com a Comunidade Internacional", com o objetivo de discutir caminhos para a internacionalização de suas produções. Alguns exemplos que serão apresentados ao público são a produção conjunta entre França e China do documentário Kangxi e Luís XIV, que analisa a relação que se desenvolveu entre o imperador chinês e o rei francês a partir do final dos anos 1600, e o filme Fade Away Pastoral, uma coprodução entre China e Cazaquistão que mostra a realidade da comunidade nômade cazaque que vive na província montanhosa de Xinjiang, no noroeste da China.

Em termos de lançamentos recentes a China destacará Criação dos Deuses I: Reino das Tempestades, que foi exibido na América do Norte e Reino Unido e arrecadou cerca de US$ 370 milhões em todo o mundo, e a animação Changan, produzida pela Light Chaser Animation Studios e distribuída pela Niu Vision Media, que arrecadou mais de US$ 250 milhões apenas na China. Além disso, para também dar destaque para sua própria cultura, e apresentá-la ao mundo, os visitantes do Pavilhão de Filmes da China também poderão conferir o vencedor do prêmio principal do recente Festival Internacional de Cinema de Pequim: o drama cômico Gold or Shit, dirigido por Fei Long.

"Estamos ansiosos para partilhar todos estes filmes maravilhosos com o público em todo o mundo. No estande, experimentamos plenamente as expectativas dos compradores estrangeiros em relação aos filmes chineses e sentimos seu desejo de cooperar com os cineastas chineses. Este pavilhão também nos conecta com nossos homólogos estrangeiros e nos permite aproveitar mais oportunidades de negócios e cooperação", encerrou o porta-voz da CFCC.

Wagner Moura será assistido nas telonas da China

Guerra Civil (Diamond Films) continua forte em sua campanha desde que fez sua estreia, na metade de abril, arrecadando quase US$ 110 milhões globais no período, valor superior ao dobro dos US$ 50 milhões investidos em sua produção. E, também como uma forma de intercâmbio que o mercado chinês pretende expandir, o filme terá uma ótima oportunidade de aumentar ainda mais as cifras, visto que está com data programada para entrar em cartaz na China. 

Protagonizado por Wagner Moura, Kirsten Dunst e Cailee Spaeny, os direitos de exibição na China do filme dirigido por Alex Garland foram adquiridos pela empresa Huahua Media, que colocará Guerra Civil em cartaz a partir do dia 7 de junho. Essa será a primeira produção original da A24 que estreará no território chinês. 

Segundo o portal Screen Daily, as produções dos EUA estão garantindo um número cada vez maior de lançamentos na China, mas os títulos importados representaram apenas 16,2% da bilheteria do país em 2023. 

A Huahua, por sua vez, foi fundada em 2014 pelo veterano produtor Kefei Wang e, desde então, a bilheteria global total de filmes do catálogo da Huahua ultrapassa US$ 10 bilhões. Nesses dez anos de empresa, foram investidos mais de US$ 100 milhões em filmes estrangeiros, sendo que alguns deles são Godzilla II: Rei dos Monstros (2019), Transformers: O Último Cavaleiro (2017), xXx: Reativado (2017) e Star Trek: Sem Fronteiras (2016).

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