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12 Maio 2025 | Redação

Paramount reduz perdas no streaming e reforça fusão com Skydance

Paramount Global surpreende o mercado com resultados acima das expectativas no 1º trimestre de 2025. Crescimento do Paramount+, redução de prejuízos operacionais e fusão com a Skydance estão no centro da estratégia para retomar a força do estúdio.

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(Foto: Divulgação)

Mesmo em meio à incerteza do cenário global e da disputa por atenção no mercado de entretenimento, a Paramount Global deu um passo firme em direção à recuperação. No primeiro trimestre de 2025, a companhia registrou uma receita de US$ 7,19 bilhões, superando as estimativas de Wall Street, apesar da queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado — reflexo da ausência do Super Bowl em sua grade este ano, evento que tradicionalmente turbina seus resultados. As informações são do The Hollywood Reporter e Deadline.



O grande destaque ficou por conta da divisão Direct-to-Consumer (DTC), que engloba o Paramount+ e a plataforma gratuita Pluto TV. A receita do segmento cresceu 9% e chegou a US$ 2,04 bilhões. Mais importante ainda: as perdas operacionais da divisão recuaram 62%, ficando em US$ 109 milhões. A empresa reafirma sua meta de alcançar a rentabilidade doméstica do streaming ainda em 2025.

Segundo o CEO Bob Bakish, o Paramount+ adicionou 1,5 milhão de novos assinantes no trimestre, totalizando 79 milhões globalmente. Essa expansão tem sido impulsionada não apenas pelo catálogo exclusivo, mas também por acordos estratégicos em esportes e pela integração de publicidade nas ofertas com preços reduzidos.

Em paralelo, a fusão com a Skydance Media continua nos trilhos e deve ser concluída ainda no primeiro semestre de 2025, segundo comunicado da companhia. O negócio, avaliado em cerca de US$ 8 bilhões, inclui a compra da National Amusements, controladora da Paramount, e promete renovar o comando e o posicionamento estratégico do estúdio.

David Ellison, CEO da Skydance e principal arquiteto da operação, busca modernizar a operação da Paramount com foco em tecnologia, agilidade operacional e integração global — fatores que, se bem executados, podem reposicionar a empresa frente à Disney, Warner Bros. Discovery e outros players consolidados.

Apesar do foco evidente no streaming, a divisão de Filmed Entertainment voltou ao azul no trimestre, com lucro operacional de US$ 70 milhões. Títulos como Bob Marley: One Love tiveram bom desempenho global, e a expectativa está voltada agora para o lançamento de Missão: Impossível – A Recompensa Final, ainda em 2025.

No entanto, o mercado de publicidade linear continua instável. A Paramount reportou queda na receita publicitária, em especial no segmento de TV aberta, embora o Paramount+ com anúncios e eventos esportivos ao vivo tenha compensado parte dessas perdas.

Para o setor de exibição, a mensagem é clara: os estúdios continuam apostando em estreias cinematográficas como peças-chave na construção de marca e receita. O foco em títulos de franquia e eventos deve manter a relevância das salas de cinema, sobretudo para experiências premium e lançamentos globais coordenados.

Com uma base de usuários sólida, estratégia de fusão avançando e pipeline de lançamentos com apelo comercial, a Paramount parece ter reencontrado parte do seu ritmo — algo essencial diante de um cenário em que fusões, reestruturações e novas métricas de sucesso redefinem o jogo constantemente.

Para os exibidores, distribuidores e profissionais do setor, o desempenho da Paramount é um termômetro de como os grandes conglomerados estão navegando entre a exibição tradicional e o streaming, sem abrir mão do impacto cultural e comercial que só o cinema pode proporcionar.

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