01 Agosto 2025 | Yuri Cavichioli
Números do segundo trimestre fiscal de Universal e Paramount animam o mercado
“Missão Impossível” impulsiona “Paramount” e animação “Como Treinar o Seu Dragão” coopera com “Universal”
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Dois dos maiores conglomerados de mídia dos Estados Unidos divulgaram nesta semana seus resultados fiscais referentes ao segundo trimestre de 2025. De um lado, a Paramount Global apresentou seus números finais sob a liderança da família Redstone, com lucro, crescimento no streaming e a expectativa da, já aprovada pelos órgãos responsáveis, fusão com a Skydance. Do outro, a Comcast detalhou os dados da NBCUniversal e do Peacock, que apesar da estagnação no número de assinantes, registrou significativa redução nos prejuízos e se prepara para um novo ciclo, a partir na nova toada com os direitos da NBA. As informações são do The Hollywood Reporter e Deadline.
As divulgações parecem refletir uma possível e atual dinâmica do setor que mostra a indústria em transformação, com forte reestruturação estratégica, de portfólio, mudanças nas lideranças e um esforço contínuo para equilibrar as contas, com relação ao novo momento da TV convencional e do digital.
Paramount
A Paramount Global encerrou sua gestão sob o controle da família Redstone com um resultado que, embora modesto, apontou avanços importantes no negócio de streaming e nas receitas de cinema. A empresa reportou lucro de US$ 57 milhões no segundo trimestre de 2025.
A maior responsável por esse desempenho foi a bilheteria de Missão Impossível - O Acerto Final, que impulsionou a receita de cinema da companhia em 84% — quando comparado ao mesmo período, no ano anterior. O longa já arrecadou cerca de US$ 592,1 globalmente, segundo o Box Office Mojo. O suspense com Jack Quaid, Novocaine: A Prova de Dor, ficou com aproximadamente US$ 34,5 milhões em bilheteria.
No streaming, o Paramount+ encerrou o período com 77,7 milhões de assinantes, sendo uma uma leve queda de 1,3 milhão, atribuída ao fim de um acordo promocional internacional. Ainda assim, o segmento foi lucrativo, com receita de US$ 1,2 bilhão e um lucro de US$ 157 milhões, revertendo a tendência de prejuízos dos trimestres anteriores.
A empresa também celebrou o desempenho de MobLand, no Paramount+, como um dos conteúdos de maior destaque do trimestre, reconhecendo a série como um diferencial na estratégia da plataforma. Em comunicado conjunto, os co-CEOs George Cheeks, Chris McCarthy e Brian Robbins destacaram a guinada da empresa para o digital: “Nosso objetivo quando nos tornamos co-CEOs era transformar a Paramount em uma empresa com foco em streaming, e hoje estamos substancialmente mais bem posicionados, com o crescimento da receita de streaming superando as quedas na TV convencional, impulsionado pelo excelente desempenho do Paramount+”.
Todo esse momento vai de encontro com a fusão com a Skydance, que já vem acontecendo há um bom tempo e é avaliada em US$ 8,4 bilhões, foi aprovada pela Comissão Federal de Comunicações (FCC) e tem conclusão prevista para 7 de agosto.
“Apesar de um ambiente cada vez mais desafiador, os co-CEOs e as equipes da empresa continuaram fortalecendo e fazendo o negócio crescer. Vimos o crescimento impressionante do Paramount+, a liderança contínua da CBS e a expansão das franquias da Paramount Pictures. Tenho orgulho de que, ao concluir a fusão com a Skydance, estaremos entregando um negócio saudável, com base sólida para crescimento e geração de valor a longo prazo”, completou Shari Redstone, atual presidente do conselho e acionista controladora.
Universal
A NBCUniversal, braço de mídia da Comcast, também revelou um balanço positivo no segundo trimestre de 2025, com ênfase na contenção de perdas do Peacock e na movimentação estratégica da empresa com a venda da sua última parte que tinha com a Hulu (da Disney) e reestruturação de ativos digitais.
Um dos longas que jogou os números para cima foi Como Treinar o Seu Dragão (live-action), lançado em junho, já arrecadou cerca de US$ 609 milhões. Outros lançamentos do cinema, foram Drop: Ameaça Anônima (US$ 28,7 milhões), Amor Bandido (US$ 17,5 milhões), A Mulher no Jardim (US$ 23,3 milhões), O Esquema Fenício (US$ 38,7 milhões) e M3GAN 2.0 (US$ 39 milhões).
O Peacock manteve sua base de assinantes em 41 milhões — o mesmo número do trimestre anterior, — mas reduziu seu prejuízo de US$ 215 milhões para US$ 101 milhões entre abril e junho. A receita cresceu para US$ 1,2 bilhão, enquanto no mesmo período de 2024 era de US$ 1 bilhão.
Além do controle de gastos, o avanço se deve à estratégia de reposicionamento da plataforma no mercado premium, que inclui um reajuste de US$ 3 no valor da assinatura, que será aplicado em julho para novos assinantes e em agosto para os atuais.
“O impacto desse aumento de preço, combinado com os fortes resultados das vendas antecipadas, nos posiciona para o quarto trimestre, quando lançaremos a cobertura da NBA e assumiremos maiores custos de programação esportiva”, afirmou Mike Cavanagh, presidente da Comcast.
“Entregamos resultados sólidos no segundo trimestre, gerando US$ 4,5 bilhões de fluxo de caixa livre e devolvendo US$ 2,9 bilhões aos acionistas. Nosso negócio de telefonia móvel teve seu melhor trimestre da história, com 378 mil novas linhas, e o Peacock continua a se destacar com conteúdo premium e uma das programações esportivas ao vivo mais robustas do streaming. Estamos entusiasmados com a chegada da NBA”, destaca Brian Roberts, CEO da Comcast.
Por fim, a reorganização estrutural também está em curso. A Comcast informou que o custo da transação que resultará na criação da Versant (nova empresa que reunirá canais a cabo e propriedades digitais como Golf Now e Rotten Tomatoes) que foi de US$ 110 milhões no trimestre. Peacock, NBC e Bravo seguem sob a bandeira NBCUniversal, mas o restante será desmembrado.
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