A Netflix encerrou o terceiro trimestre fiscal de 2025 com resultados sólidos, registrando receita total de US$ 11,5 bilhões, lucro operacional de US$ 3,2 bilhões e margem operacional de 28,2%, indicando que essa receita do trimestre se traduziu em lucro operacional antes de impostos e despesas financeiras. Todos os números registraram alta expressiva em relação ao mesmo período do ano anterior. Os resultados mantêm a tendência de expansão observada no trimestre anterior e confirmam a força da plataforma diante de um mercado de streaming altamente competitivo. O balanço foi publicado pelo The Hollywood Reporter.

A companhia também revisou sua margem operacional anual para 29%, ligeiramente abaixo da estimativa anterior de 30%, sinalizando um ajuste nas projeções de rentabilidade diante do aumento dos investimentos em conteúdo e tecnologia.

O desempenho, contudo, foi ligeiramente afetado por uma disputa com as autoridades fiscais brasileiras, que reduziu a margem operacional abaixo da projeção da própria empresa. Segundo a Netflix, não fosse por esse fator pontual, o resultado teria superado as expectativas iniciais, e o episódio não deve ter impacto material nos próximos balanços.

“Registramos nosso melhor trimestre em vendas de anúncios e estamos no caminho para dobrar a receita publicitária neste ano”, afirmou o co-CEO Greg Peters. O executivo destacou ainda o avanço nos compromissos firmados no Upfront norte-americano — evento em que anunciantes compram cotas publicitárias de forma antecipada — e o crescimento nas vendas de publicidade programática, impulsionado pela ampliação das ferramentas de medição e formatos de compra.

Os resultados mantêm o ritmo de crescimento observado desde o início do ano e refletem a estratégia da Netflix de diversificar suas fontes de receita. Além da publicidade, a companhia tem reforçado o desenvolvimento de franquias e produtos licenciados, combinado com iniciativas tecnológicas que ampliam o engajamento do público e fortalecem a presença da marca em novos segmentos.

Vale lembrar que a empresa não está mais divulgando seus números de assinantes, optando por focar em receita e lucro, enquanto experimenta diferentes modelos de receita, como publicidade, e com o preço das assinaturas em diferentes mercados permanecendo um tanto variável.

“Como empresa, sempre abraçamos a mudança. Prosperamos com a concorrência, que nos impulsiona a melhorar o serviço ainda mais rápido para nossos assinantes”, afirmou o co-CEO Ted Sarandos, ao comentar a importância da inovação como motor de crescimento.

A Netflix também destacou o sucesso de Guerreiras do K-Pop, longa animado sobre um grupo feminino de K-pop que se tornou a maior audiência cinematográfica da plataforma até agora. O título impulsionou novas parcerias com Mattel e Hasbro para o desenvolvimento de brinquedos, jogos e colecionáveis baseados na franquia, reforçando a estratégia da empresa de expandir seu alcance para além do streaming.

“Estamos usando inteligência artificial para testar novos formatos de anúncios e gerar criativos mais relevantes para os assinantes”, informou a companhia em carta aos investidores. A Netflix prevê que o negócio de publicidade deve dobrar até o fim de 2025, com crescimento sustentado até 2026, quando espera testar dezenas de novos formatos.

A Netflix informou que, se não fosse pela questão fiscal no Brasil, teria superado a projeção de margem neste trimestre. Apesar do impacto pontual, a companhia considera que a situação no mercado brasileiro não terá reflexos estruturais na operação a médio prazo e segue otimista quanto ao potencial de crescimento da base de receitas na América Latina.

A companhia também ampliou seu portfólio de parcerias estratégicas, como o acordo com o Spotify, que levará podcasts em vídeo para a plataforma, e manteve o foco em eventos esportivos de grande porte, como a transmissão da luta entre Terence Crawford e Canelo Álvarez, que alcançou mais de 41 milhões de espectadores.

Com previsão de crescimento de 17% na receita no quarto trimestre e US$ 45,1 bilhões em faturamento anual, a Netflix mantém o foco em consolidar sua liderança no setor, equilibrando expansão global, investimento em novos formatos e eficiência operacional.