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24 Abril 2015 | Vanessa Vieira

Delegada fala ao Portal Exibidor sobre furto de projetores

Segundo Ana Claudia Medina, equipamentos seriam trocados por fuzis

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(Foto: )

Nesta quinta-feira (23), a delegada Ana Cláudia Medina da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado do Mato Grosso do Sul (Deco-MS) falou ao Portal Exibidor sobre o furto de equipamentos da Quanta DGT. A profissional já conta com 15 anos de experiência no combate ao crime organizado.

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O crime, realizado em fevereiro deste ano, é considerado o maior furto de cargas já registrado no Brasil e incluiu o furto de equipamentos que seriam destinados à digitalização de cinemas brasileiros como projetores. No entanto, a carga foi recuperada aos poucos nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. De acordo com a delegada, todos os equipamentos já foram devolvidos à Quanta DGT.

Segundo Ana Cláudia, já foram efetuadas quatro prisões, sendo que a última foi efetuada no domingo (19) quando Carlos Santana de Siqueira, 37 anos, foi parado pela Polícia Rodoviária Federal na BR-070, próximo de Cuiabá, Mato Grosso. Carlos Santana, que é apontado como líder da organização criminosa responsável pelo furto e é o proprietário da transportadora Ideal, deve chegar ainda nesta semana na delegacia de Campo Grande, MS.

“Nós tínhamos três prisões efetuadas e agora, com a do Carlos Santana, são quatro no total. Mas já encaminhamos ao Poder Judiciário mais cinco pedidos de prisão para outros integrantes da organização que estão indiciados”, comenta Ana Cláudia que aponta também que conforme novos membros são presos, mais informações são obtidas sobre o grupo.

A delegada explicou ainda que descobriram que a carga seria encaminhada ao Paraguai, onde os criminosos burlariam o número de série para tentar revender no mercado. “Começou como um simples furto de um material que ninguém sabia como entregar, se falava em pirataria de uso e de repente veio à tona que seria utilizado em um crime maior, em tráfico de armas”, conta Ana Cláudia. Os equipamentos seriam trocados por fuzis para abastecer o tráfico de armas no Rio de Janeiro.

Um ponto que chamou a atenção da delegacia é que o tipo de produto não tinha registro de furto, nem mesmo a Quanta DGT tinha histórico de furto desses equipamentos segundo a delegada. “Um projeto grande, nacional, de digitalização de cinemas, que teve todo um preparo, foi interrompido de repente por uma ação criminosa. O que me chama atenção é que um projeto tão bonito de cultura e de lazer estaria subsidiando uma ação criminosa de uma proporção assustadora”, afirma Ana Cláudia.

A delegada ainda apontou que a chamada Operação Projeção continua sendo investigada porque a delegacia descobriu que alguns empresários ligados a empresas de transportes que prestavam serviço à Quanta DGT estariam envolvidos nessa que é uma quadrilha transnacional, envolvendo vários estados como Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Espírito Santo.

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