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16 Novembro 2016 | Fábio Gomes

Crescimento de salas públicas é destaque no primeiro dia do “Encontros Spcine”

Palestra falou sobre a importância da agência para o mercado paulista

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(Foto: Expocine)

Crescimento no mercado e desenvolvimento de salas na periferia da cidade de São Paulo. Esse foi o principal tema do Encontros com a Spcine, uma das principais atrações da Expocine 2016, que começou sua série de palestras falando sobre as ações da agência e como ela tem colaborado para que o cinema paulista ganhe espaço e encontre seu público alvo.

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Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine, falou o que ocorreu nos últimos 22 meses de funcionamento da empresa pública, que logo em seu ano inaugural conseguiu sua primeira parceria internacional junto ao Canadá, além de parcerias com a Ancine que se estendem até hoje. “A Spcine tem entrado como sócia de muitos projetos, como por exemplo o Que horas ela Volta? , onde não apenas recuperou o dinheiro investido, como também conseguiu lucro para reinvestir em outros projetos”, explicou.

Desde o início da década de 90, a prefeitura de São Paulo reservava uma parte de seu orçamento anual para investimentos na área do audiovisual. Contudo, a Spcine foi capaz de alavancar os recursos e, por conta disso, a cidade apoiou 100 obras, sendo 13 lançados em 2015, 15 em 2016 e pouco mais de 70 produções a serem disponibilizadas ao público nos próximos dois anos. “Isso aumenta o Market Share de filmes paulistas e, em 2016, chegamos a ter 12,3%. É preciso reforçar que não estamos trabalhando com um gênero só, estamos ampliando o leque de relação com o público”, explicou.

Apesar do investimento em filmes demonstrar a importância da Spcine para o cinema paulistano, Manevy reforçou que a criação de público tem sido um dos focos principais da agência e o Circuito Spcine tem ajudado a levar o cinema para periferia.

Criado em março de 2016, o circuito conta com 18 cinemas em áreas periféricas de São Paulo e mais duas serão entregues até o final do ano. Com um total de 20 espaços de exibição espalhados por CEUs, centros culturais e em uma biblioteca, o projeto se tornou a maior rede de salas públicas do Brasil. Com isso, o Circuito Spcine entrou na lista dos 10 maiores exibidores do estado de São Paulo na décima posição e está em sexto lugar entre os maiores do munícipio de SP. “É uma sala com projeção de qualidade. Garantimos excelência cinematográfica com muito filme brasileiro”, afirmou.

Entre março e novembro de 2016, foram mais de quatro mil sessões com um total de 250.525 espectadores, com destaque para o mês de agosto quando pouco mais de 47 mil pessoas compareceram nas salas. “É uma política eficiente e barata, pois o custo desse programa é perto de R$ 5 milhões, que é o orçamento de um filme médio. Se continuarmos o investimento, nossa meta é chegar a 1 milhão de pessoas em um ano”, afirmou.

Facilidade para filmar em São Paulo

Em seguida Manevy falou sobre a São Paulo Film Commission, órgão que centraliza e gerencia todas as solicitações de filmagens na cidade. “Antes, pra filmar na cidade, a pessoa precisava ser um herói. Não havia respaldo institucional e era muito difícil liberar uma filmagem, o que levava muitas vezes o produtor a filmar na informalidade ou levar seu projeto para outro lugar. A prefeitura, então, se auto regulamentou para liberar em até três dias uteis publicidade e oito dias as demais obras audiovisuais”, contou.

Entre maio e outubro, foram movimentados R$ 176 milhões pela atividade audiovisual, sendo que 345 obras tiveram filmagens autorizadas na cidade de São Paulo com um pico de 82 produções em agosto. “Essa informação é padronizada, quem cadastrou uma vez não precisa se cadastrar mais”, completou.

Por fim, Manevy ainda falou sobre o crescimento do mercado de games graças a Spcine, além de destacar o calendário de eventos audiovisuais realizados na cidade, que vão desde a Mostra Internacional da Cidade de São Paulo até a Expocine. “É uma cidade pronta para receber grandes eventos e apoiamos tudo o que se fez em São Paulo, não somente com apoio financeiro, mas também fazendo uso dessa plataforma de conversa no setor”.

Por conta do grande desenvolvimento da Spcine nos últimos dois anos, São Paulo tornou-se referência mundial e a agência deu consultoria em estados do Brasil como Minas Gerais, Bahia e Ceará e também cidades internacionais como como Córdoba (Colômbia), La Paz (Bolívia) e Rosário (Argentina).

Em seguida, Rosana Alcântara, diretora da ANCINE, subiu ao palco em convite da Spcine para falar sobre o desenvolvimento do cinema no Brasil e ressaltou que o país tem conseguido manter a saudável média de lançamento de pouco mais de 120 filmes por ano. Além disso, falou da importância da cidade de São Paulo para produção audiovisual nacional. “Mais de 2400 produtoras tem o registro na cidade de São Paulo, isso significa quase 50% das produtoras registradas na agência nacional”, explicou.

Em seguida, o atual prefeito de São Paulo Fernando Haddad subiu ao palco para explicar que fará um projeto de lei para garantir que a São Paulo Film Commission continuará o seu trabalho após ele entregar sua gestão para João Dória, eleito neste ano. Não bastando, ele ainda falou sobre sua expectativa com o Circuito Spcine.

“Se projetarmos em dez anos entregar seis salas, mesmo com o passo lento teremos uma rede de salas que terá um papel no desenvolvimento de cineastas, público e irá construir um ecossistema considerável para cidade. A combinação disso tudo pode efetivamente fazer São Paulo entrar em um circuito internacional de cinema em qualidade e quantidade”, finalizou.

Por fim, subiram ao palco a cineasta Laís Bodanski, o produtor de games Ale Machado, o produtor Rodrigo Teixeira e André Sturn, exibidor do Caixa Belas Artes. O grupo falou sobre a importância da Spcine para a cidade e como ela se tornou uma peça fundamental da cinematografia local. “Há dois anos atrás era mais fácil filmar em Manhathan do que filmar em São Paulo, não necessariamente mais barato, mas era mais fácil. Até dois anos atrás em qualquer vila era difícil de filmar, precisava de cinco contratos diferentes. A Film Commission mudou esse panorama e nós do setor vemos como isso faz diferença”, disse Sturn.

Conversa sobre licenciamento

Para fechar o primeiro dia, Sean Gorman, presidente do American Greetings Entertainment – empresa que atua na distribuição e licenciamento de marcas líderes como Ursinho Carinhosos – falou sobre a gestão e o desenvolvimento de estratégias para propriedade intelectual.

“Um ponto diferencial que fazemos, que pode ser menos familiar, é o brand licensing. Criamos marcas pois queremos criar uma propriedade que inicie conexões com consumidores em várias plataformas. Assim, criamos brinquedos para gerar ainda mais identificação com o público e conectar as crianças com a marca. Com isso, expandimos para ainda mais produtos como livros, pijamas e aplicativos”, afirmou.

Como exemplo, Sean falou dos Ursinhos Carinhosos, que está no mercado há 35 anos e, por isso, se conecta com bebês, crianças, adolescentes e mães. “Se uma marca tem relevância cultural, ela pode significar várias coisas para diferentes gerações”, explicou. Presente em diversos países, a marca gerou mais de U$ 5 bilhões em receita e, para mantê-la viva, a empresa pretende lançar um filme que mistura animação e live action em 2017.

Para o futuro, a empresa pretende lançar um show chamado Buddy Thunderstruck, animação em stop motion. Gorman espera que esse tipo de animação seja um diferencial da sua marca e explicou que o grande objetivo é criar um novo nicho. “Se fizermos apenas focado em ação não vende bem, precisávamos também da comédia. O show será lançado no Netflix e depois chegará a televisão”, finalizou.

O Encontros com a Spcine é uma das atrações da Expocine, será realizada até o dia 18 de novembro. 

- Veja a cobertura completa da Expocine 2016.

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