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06 Fevereiro 2017 | Fernanda Mendes

Festival de Roterdã termina com inovações tecnológicas e debates sobre distribuição

O evento premiou aplicativo para facilitar a ponte entre público e mercado cinematográfico

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(Foto: Festival de Roterdã)

O Festival de Roterdã (IFFR), que terminou neste domingo, dia 5, contou com a exibição de mais de 400 filmes entre longas, médias e curtas-metragens.



Entre os painéis, debates e laboratórios, o festival recebeu diretores de diversos países, entre eles, a brasileira Marina Meliande, para falar sobre os benefícios do fundo de incentivo Hubert Bals, que é oferecido pelo evento à filmes que são produzidos em países que são menos capacitados financeiramente.

A mesa redonda recebeu Iwana Chronis, gerente do programa de incentivo, que ouviu todos os diretores beneficiados pelo projeto. No entanto, o assunto foi além, e abordou principalmente as dificuldades de distribuição para filmes independentes.

Michel Lipkes, do México, por exemplo, afirmou que o fundo o ajudou a ser recebido pelo Instituo Mexicano de Cinematografia, onde ganhou uma bolsa para estudos, algo que, segundo ele, não seria possível sem a ajuda do fundo.

No entanto, seu longa não conseguiu ficar por mais de uma semana nos cinemas mexicanos, o que criou dificuldades para o cineasta lucrar com seu projeto. Marina, a brasileira que obteve a ajuda do fundo em 2010 para seu filme A Alegria e Não Devore Meu Coração, afirmou que se preocupa com a atual situação política do Brasil, e como isso pode prejudicar os incentivos à cultura.

“Precisamos de ajuda para competir com os filmes americanos e os próprios concorrentes brasileiros. Não podemos lançar um filme divulgando apenas para nossos amigos no Facebook”, criticou.

Ainda sobre a presença latino-americana, o CineMart, parte do festival dedicada ao mercado de coprodução, recebeu projetos como Centro da Terra, de Gabriel Mascaro, e La Piel Pulpo, do equador. Mas, os prêmios foram para Jumpman, co-produção russo-francesa, Martin Eden, com produção da Itália e França, o inglês Martyrs’ Lane e o americano Ningdu.

Dentro ainda no CineMart, o diretor do IFFR, Bero Beyer, inaugurou o painel VR Days, com a temática da produção de realidade virtual no mundo.

“Nós éramos céticos quanto a este assunto, nós pensávamos que era apenas um espetáculo intrigante. Mas, o CineMart é um centro para boas ideias, então, nós achamos que este é o lugar para começar com projetos sobre VR. Estou muito curioso no que pode sair daqui, se vamos ver os resultados em um mês ou um ano”, comentou.

O moderador do evento, Benjamin de Wit, também afirmou que o potencial criativo de VR ainda está longe do que pode ser.

“Nós ainda estamos no início da realidade virtual, a gramática ainda não foi desenvolvida. Nós queremos comparar as produções de VR com um bom filme, ópera ou outra experiência artística”, afirmou.

Inovação

Outra premiação do festival, o Canon Innovation Award, foi dedicado ao aplicativo, CultureCues, apelidado durante o evento de “Tinder para filmes”, em menção ao app de relacionamentos.

Aliás, o sistema é bem parecido com a ferramenta para quem procura um novo amor. O app reúne uma base de dados de cada usuário sobre seus gostos para filmes e envia sugestões semanais de trailers, assim, o público pode deslizar cada opção para direita, se tiver interesse, ou para esquerda, para descartar a opção.

O mais legal, é que estas informações são compartilhadas com distribuidores e exibidores para que possam adaptar as suas campanhas de marketing. O sistema já está sendo testado na universidade inglesa, University College London.

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