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19 Maio 2017 | Vanessa Vieira

Presença latina, novas parcerias e polêmicas marcam início do Festival de Cannes 2017

Enquanto o debate sobre a participação da Netflix continua, filmes latino-americanos não entram na principal mostra competitiva do evento

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Cerimônia de abertura do Festival de Cannes 2017 (Foto: Baltimore Sun)

O Festival de Cannes costuma ser um dos melhores espaços de exposição para filmes estrangeiros, em especial os da América Latina.

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Neste ano, no entanto, nenhum longa latino-americano ficou entre os 18 escolhidos para a principal mostra competitiva do festival, a Sessão Oficial. Em compensação, outras mostras – competitivas ou não – contam com representantes da região, incluindo a nova categoria de realidade virtual, que terá a produção Carne y Arena do cineasta mexicano Alejandro Iñarritu em sua programação.

A 70ª edição do evento, que começou na última quarta (17), segue até 28 de maio.

Dos países latino-americanos, a Argentina manteve boa presença com filmes como La Novia del Deserto (coprodução com o Chile) e La Cordillera, que fazem parte da mostra Un Certain Regard, que ainda recebe o mexicano Las Hijas de Abril. O Brasil também continua atuante, com o filme Vazio do Lado de Fora, que faz parte da Cinéfondation, categoria dedicada a obras escolares e universitárias. Nessa mesma mostra competitiva, participa o argentino Pequeño Manifiesto en Contra del Cine Solemne. O brasileiro Nada também está no encontro entre realizadores.

Na competição de curtas-metragens, a Colômbia participa com Damiana, que concorrerá à Palma de Ouro da categoria.

Entre os dez projetos escolhidos para a nona edição da La Fabrique, evento paralelo voltado à produção, financiamento e distribuição internacional, três são latino-americanos: o brasileiro Amanda e Caio, a animação peruana Nuna e cubano Obra de Choque.

Além disso, seis projetos brasileiros foram apresentados na terceira edição do “Films from Rio”, café da manhã oferecido pelo Firjan, Sebrae, SICAV e Canal Brasil. O evento é dedicado a produtores mundiais e é realizado no setor de negócios do festival, o Marché du Film. O programa Cinema do Brasil e a ANCINE, por sua vez, já organizam um evento para debater coproduções cinematográficas com o Reino Unido. Ao todo 22 produtoras brasileiras participarão do encontro com apoio da agência.

Ainda serão organizadas reuniões semelhantes com países como Canadá, Escandinávia e Argentina, sendo que o Cinema do Brasil ainda realizará uma série de sessões exclusivas de seis produções para agentes do mercado mundial. O programa representará 40 empresas brasileiras em seu estande no Marché du Film. Confira foto do estande ao fim da matéria.

Outro evento paralelo com presença latina é a 56ª Semana da Crítica, que no ano anterior teve apenas um curta brasileiro em sua programação. Na edição de 2017, os latino-americanos estão até no júri, presidido pelo brasileiro Kleber Mendonça Filho e com participação da colombiana Diana Bustamante. Dos sete filmes escolhidos para competir nessa mostra, três são da região: o venezuelano La Familia, o chileno Los Perros e o brasileiro Gabriel e a Montanha. Já entre os curtas está o costarriquense Selva.

Debates, parcerias e polêmicas

Antes mesmo de começar, o 70º Festival de Cannes já teve polêmicas envolvendo a primeira participação da Netflix e uma consequente mudança nas regras. A situação gerou opiniões diversas, com apoio à Netflix por parte de atores como Tilda Swinton e críticas de personalidade como o cineasta Almodóvar, que também preside o júri principal do evento. A Amazon Studios reforçou seu posicionamento como “amante do cinema”, conforme foi dito pelo diretor Todd Haynes, que tem produção distribuída pela empresa.

Outro debate que circula pelo festival é o risco de ataques de hackers à estúdios e distribuidoras, em especial aos grandes filmes independentes que poderiam sofrer mais com um crime desses do que um blockbuster. O assunto veio à tona após o ataque sofrido pela Disney.

O estúdio, inclusive, divulgou em Cannes a parceria com a empresa de Taiwan Wudi Pictures para coproduções com foco no mercado chinês. O primeiro filme coproduzido pelas companhias será lançado no segundo semestre de 2017 e se chama Miss Taken, uma comédia romântica estrelada pelo filme chinês de maior bilheteria em 2016, The Mermaid.

Clique abaixo para ver ampliado:

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