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04 Abril 2018 | Vanessa Vieira

Apoio do BNDES impulsiona novo plano de negócio da Elo Company, que também lança selo inédito para executivas

CEO da distribuidora e executiva do banco comentam o processo de financiamento via Procult e seus resultados

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(Foto: Elo Company)

Em março último, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES anunciou o primeiro apoio financeiro concedido a uma distribuidora por meio da linha de financiamento Procult, dedicada a projetos e empresas ligadas à cultura nacional. No caso, a distribuidora foi a Elo Company.

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Em entrevista ao Portal Exibidor, Sabrina Nudeliman, CEO da Elo, e Fernanda Farah, gerente do Departamento de Economia da Cultura do BNDES, falaram sobre o processo de concessão de R$ 10 milhões. Veja também detalhes sobre o Selo Elas, lançado no Rio2C.

Apoio para novas perspectivas

A ideia de tentar um apoio do BNDES surgiu no trabalho de Sabrina bem antes de 2018. Segundo a executiva, o processo começou dois anos atrás, quando teve a percepção de que o mercado audiovisual brasileiro já estava mais maduro. Assim, Sabrina e sua equipe realizaram uma análise de mercado e um novo plano de negócios, concluindo que existiam oportunidades na distribuição no País, na coprodução e na distribuição internacional. “Aplicamos esse planejamento junto ao Procult do BNDES e antes da liberação de recursos, quando caminhávamos para a aprovação, já começamos a aplicar o plano”.

Essa mudança teve início no segundo semestre de 2017 e seus resultados já podem ser sentidos, afinal, a empresa mudou de sede, reestruturou sua equipe, fazendo várias contratações e abrindo uma área dedicada à produção com foco maior no mercado internacional.

Além disso, só neste ano a Elo quer colocar quase 15 lançamentos nos cinemas, com apostas de fora do Eixo Rio-São Paulo. Entre os títulos estão Querida Mamãe (17/05) e principalmente O Segredo de Davi (sem data confirmada), que é um suspense envolvendo um serial killer.

A meta agora será lançar 14 filmes por ano entre pequenos e médios, bem como dois títulos maiores. Tanto que, somando os lançamentos já previstos pela Elo para 2018, 2019 e 2020, já são mais de 40 filmes contratados. Segundo a Grade de Concorrência do Portal Exibidor, em 2017 foram quatro títulos lançados pela companhia, entre eles o documentário Olhando Para as Estrelas.

E é a partir de um lineup com títulos de tamanhos diversos que a distribuidora pretende mudar seu peso no mercado nacional. “Passaremos a atuar em outro patamar. Em distribuição teremos filmes grandes para mais de 200 salas, além de entrarmos na produção e coprodução, inclusive em coprodução internacional. Assim aplicaremos nosso ‘know how’ para tornar esses projetos comerciais desde o início”.

Outra novidade ligada ao lineup anunciada pela distribuidora é o lançamento do selo "ELAS", ligado a diretoras e outras profissionais da produção, marcado para acontecer durante o Rio2C, agora em abril. “A Elo atua há 15 anos na vanguarda do audiovisual. Buscamos sempre criar pontes que amplifiquem o potencial comercial do conteúdo de nossos clientes - produtores e diretores de audiovisual. O selo ELAS busca aumentar o potencial artístico e comercial de longas-metragens para atender a essa demanda crescente do público”, afirmou Sabrina. Assim, o selo tem a atriz Camila Pitanga como "madrinha" e entra no mercado com nove filmes já contratados pela Elo - a previsão é que estreiem nos cinemas até 2020. Entre eles, estão A Chave de Casa e Amores de Chumbo.

Para Sabrina, parte da estratégia inclui parcerias com as majors em codistribuição, com projetos já em negociação. Isso porque o peso dessas distribuidoras e seus orçamentos pode ajudar a impulsionar o setor. “Atualmente são cinco filmes brasileiros que passam de 1 milhão de espectadores no ano, acreditamos que esse número pode subir”.

Quanto à obtenção do apoio Procult do BNDES, Sabrina apontou que foi simples e que a prestação de contas pós-recebimento também é facilitada, sendo que a distribuidora fica responsável pelo retorno de metade do valor investido, com juros abaixo do praticado pelo mercado. Ela indica a busca do apoio a todas as companhias que tenham um plano de negócios adequado, uma fiança e “vontade de crescer”.

Processo em prol do mercado

De acordo com o comunicado oficial do BNDES, o valor concedido representa 42,9% do total necessário para o novo plano de negócios da Elo. Fernanda Farah explicou que a entidade pretende apoiar outras distribuidoras. “É importante que as distribuidoras elaborem seus planos de negócios pensando em uma carteira de projetos e em estrutura de garantias. O BNDES percebe que nesse mercado há espaço para novos modelos de negócios e fortalecimento dos players”. Além disso, a executiva destacou que o banco e a ANCINE estão estudando juntos a criação de novas linhas de crédito para o setor audiovisual.

Quanto ao mercado de exibição, Fernanda declarou que a entidade continua a receber projetos para apoio à construção e reforma de salas de cinema. “É importante a inovação e a criatividade na gestão de salas de cinema, bem como buscar novas receitas, explorar parcerias e outros modelos de negócios. O consumidor está cada vez mais exigente e espera ter experiências diferenciadas quando vai ao cinema”, concluiu.

Para exibidores e distribuidores entrarem em contato com o BNDES sobre o Procult, Fernanda orienta o envio de e-mail para cinema@bndes.gov.br.

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